Petrobras vai retomar todas as unidades de fertilizantes, ‘uma por uma’, diz Prates

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta quinta-feira que a estatal vai recuperar todas as unidades de fertilizantes no Brasil. A empresa informou na noite anterior que retomaria as operações da fábrica Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, que estava com as atividades suspensas (hibernadas) desde 2020.

Ela havia sido coloca à venda pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o processo foi cancelado com a chegada do PT ao governo, que considera a área de fertilizantes estratégica para a Petrobras.

— Vamos recuperar uma por uma. Se for viável, e faremos que seja viável, como em Mato Grosso. Ontem, anunciamos a (retomada da) Ansa. Temos o mandato do Conselho (De Administração) para voltar para a área de fertilizantes. Vamos dar a solução viável e lucrativa para cada uma das unidades de fertilizantes. Vamos recuperar com governança, ouvindo TCU (Tribunal de Contas da União). Parece que estamos recuperando coisas proibidas, por causa do passado — disse Prates.

A decisão de retomar a Ansa foi tomada na quarta-feira, em reunião feita pela diretoria executiva da estatal. Ela tem capacidade de produção de 720 mil toneladas por ano de ureia e 475 mil toneladas por ano de amônia, produtos usados para a produção de fertilizantes usados na agricultura.

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“Diante da revisão das diretrizes estratégicas da companhia aprovadas no ano passado, o investimento na produção de fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobras”, disse a estatal em nota.

A decisão ocorre após uma briga entre Jean Paul Prates e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia (MME), que resultou em rumores de uma possível mudança no comando da Petrobras. Esse cenário, porém, perdeu fôlego nas últimas semanas.

Para que a Ansa volte a funcionar, a Petrobras vai negociar com ex-empregados e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) os termos da contratação e realizar licitações para a compra de materiais e serviços. Ainda falta, porém, definir como serão esses procedimentos, destacou a estatal. A Petrobras ainda não definiu quando a unidade vai voltar a operar.

Em fevereiro, a estatal anunciou com a norueguesa Yara um memorando de entendimentos visando estudos de potenciais parcerias de negócios para iniciativas locais no segmento de fertilizantes e produção de produtos industriais.

Segundo uma fonte do setor, as conversas entre as duas empresas envolvem a combinação de operações, como em Cubatão para “criar uma maior competitividade”. Os estudos, ainda em fase inicial, podem agregar outras operações. As companhias assinaram o acordo justamente para trocarem dados financeiros.

Conversa com chineses para unidade em MS

Além da Ansa, há a expectativa em torno da retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul (MS).

De acordo com fontes, a companhia vem mantendo conversas com os chineses da Sinopec para a retomada da UFN-III. A unidade começou a ser construída em 2011 e hoje está cerca de 80% pronta. As obras, no entanto, estão paradas desde dezembro de 2014. Em 2017, a Petrobras chegou a colocar a fábrica à venda, mas sempre encontrou dificuldades para se desfazer da unidade.

Segundo essas fontes, a Sinopec já deu indícios à Petrobras de que tem interesse no empreendimento. A proposta que está sendo costurada é que os chineses terminem a obra e recebam parte em ações do empreendimento em troca. Isso vai permitir, de acordo com essas fontes, mais celeridade ao início da retomada das obras, cuja intenção da estatal é iniciar já neste ano.

Para essa fonte, se a Petrobras abrir uma nova licitação para retomar as obras sozinha, o cronograma poderia atrasar para 2025.

Ainda não se sabe qual seria o total de ações que a Sinopec teria no empreendimento em Três Lagoas, pois esse percentual pode variar a depender da intenção entre as duas companhias. “O cenário ainda está sendo desenhado, mas o cenário desejável é iniciar as obras esse ano”, disse essa fonte.

Na manhã desta quinta-feira, a estatal assinou com empresa China National Chemical Energy Company (CNCEC) um protocolo de intenções abrangendo diversas áreas, com destaque para energias renováveis e transição energética.

“A parceria também prevê a avaliação de potenciais acordos comerciais nas áreas de exploração de petróleo; produção de fertilizantes a partir de gás natural e outras fontes; desenvolvimento da produção; refino; biorrefino e petroquímica; engenharia, construção e serviços; além de pesquisa, desenvolvimento e inovação˜, disse a estatal em nota.

Segundo a Petorbras, o acordo terá duração de dois anos e será imediatamente ativado com a análise conjunta de ativos de fertilizantes e petroquímica.

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Os cientistas que tentam aprender a linguagem das baleias para conversar com alienígenas

Próximo a um grupo de baleias jubartes, um navio de pesquisa toca uma gravação em um alto-falante subaquático.

Uma jubarte se separa do grupo e se aproxima. O mamífero circula o barco, vem à superfície e depois mergulha novamente, com a cauda deslizando silenciosamente na água. Durante o movimento, ela ecoa o chamado de volta.

Pesquisadores que “conversaram” com a baleia jubarte dizem que seu encontro pode ser o primeiro passo para a comunicação com a inteligência não-humana.

Foi em 2021, na costa sudeste do Alasca, que a equipe de seis cientistas reproduziu a gravação de uma “saudação” da baleia jubarte. Eles ficaram surpresos quando uma baleia que eles chamaram de Twain respondeu de maneira coloquial.

“É como experimentar outro mundo. Você as ouve vindo à superfície. Então há uma grande respiração, você pode ver, e elas estão todas juntas como um grupo. É simplesmente incrível”, diz Josie Hubbard, especialista em comportamento animal na Universidade da Califórnia em Davis.

Hubbard estava no navio de pesquisa que flutuava, com todos os motores silenciados, em Frederick Sound, no Alasca. A tripulação encontrou baleias jubarte pela primeira vez.

“De acordo com os regulamentos, é preciso parar a algumas centenas de metros de distância [das baleias] e desligar o motor”, diz Hubbard.

Raramente as baleias se aproximam.

Neste caso, Twain, de 38 anos, moveu-se em direção ao barco e circulou o navio por 20 minutos.

Hubbard faz parte da equipe de pesquisa do Seti, o projeto da Nasa (a agência espacial americana) para busca por inteligência extraterrestre. Seu nicho de pesquisa tenta compreender a complexidade comunicativa e a inteligência das baleias jubarte.

A equipe de pesquisa do Seti tem a esperança de que decifrar a comunicação das baleias nos ajude a entender os alienígenas, caso encontremos algum.

O grupo levanta a hipótese de que os sons das baleias contenham mensagens complexas e inteligentes, semelhantes às línguas usadas por humanos – ou, potencialmente, por extraterrestres.

As diferentes linguagens

No dia da “conversa”, Hubbard estava no convés superior, alheia ao trabalho dos especialistas em acústica no piso inferior.

Abaixo do convés, Brenda McCowan estava transmitindo uma gravação de um contato com uma jubarte – um whup ou throp – através de um alto-falante subaquático.

Quando Twain finalmente se mexeu, Hubbard desceu correndo e encontrou um burburinho de excitação. Twain tinha “respondido”, iniciando uma “conversa” que durou 20 minutos.

Longos, rítmicos e em constante evolução, os cantos assustadores das baleias podem fluir por bacias oceânicas inteiras. Elas tagarelam com assobios e pulsos ou usam a ecolocalização (localização atráves do som) para pintar imagens de seu mundo subaquático.

As baleias encantam os humanos há séculos. Elas têm uma longa lista de comportamentos semelhantes aos dos humanos: cooperam entre si, assim como com outras espécies, ensinam habilidades úteis umas às outras, cuidam dos filhotes de forma coletiva e brincam.

No entanto, ao contrário dos humanos, o sentido dominante nas baleias não é a visão, mas a audição. A 200 metros abaixo da superfície do oceano, a luz já está fora de alcance. O som, por outro lado, pode se mover mais longe e mais rápido na água do que no ar.

Os cetáceos misticetos (ou baleias-de-barbatanas) – incluindo as baleias jubarte, as baleias francas e as baleias azuis – desenvolveram uma laringe única que lhes permite produzir sons de frequência superbaixa capazes de viajar grandes distâncias.

As baleias azuis, por exemplo, emitem frequências tão baixas quanto 12,5 hertz, classificadas como infrassons e abaixo do limiar da audição humana.

Enquanto isso, os cetáceos odontocetos – que incluem cachalotes, golfinhos, botos e orcas – são os animais mais barulhentos da Terra e usam cliques ultrarrápidos para ecolocalização, para “ver” seu mundo, bem como pulsos e assobios suaves para se comunicar.

Os cetáceos evoluíram ao longo de 50 milhões de anos para produzir e ouvir uma variedade de sons complexos. Eles dependem do ruído para se comunicar entre si, para navegar, encontrar parceiros e alimentos, defender seus territórios e evitar predadores.

Os filhotes balbuciam como bebês humanos. Acredita-se que alguns tenham nomes, e que grupos de diferentes partes do oceano tenham dialetos regionais. Já foram ouvidas baleias imitando os dialetos de grupos estrangeiros – e acredita-se que algumas delas tenham até tentando imitar a linguagem humana.

O canto da baleia jubarte é considerado um dos mais complexos do reino animal. A primeira gravação do canto da espécie foi feita em 1952 pelo engenheiro da marinha dos EUA Frank Watlington.

Quase 20 anos depois, o biólogo marinho Roger Payne notou que essas chamadas tinham padrões repetidos. Isto transformou a nossa compreensão das vocalizações das baleias e despertou um interesse que levaria a décadas de pesquisa.

No entanto, diz McCowan, a nossa compreensão da comunicação das baleias ainda está no começo.

Encontros imediatos

Naquele dia específico na costa do Alasca, McCowan já havia transmitido uma série de sons diferentes, sem resposta.

“Mas esta chamada foi gravada no dia anterior”, diz ela, “e era desta população de baleias.”

“Depois de tocar o chamado de contato três vezes, tivemos essa grande resposta. Então, para manter o animal envolvido, comecei a tentar combinar a latência de seus chamados com os nossos”, conta a pesquisadora.

“Se ela esperava 10 segundos, eu esperava 10 segundos. Acabamos nos combinando. Fizemos isso 36 vezes em um período de 20 minutos.”

Durante toda a troca, Twain combinou consistentemente as variações de intervalo entre a reprodução de cada chamada.

Acredita-se que esta seja a primeira interação intencional entre humanos e baleias na “linguagem” da baleia jubarte. E, como a gravação era do grupo familiar de Twain, acrescenta Hubbard, isto poderia indicar alguma forma de reconhecimento, possivelmente até de autorreconhecimento.

No entanto, estudar baleias tem suas dificuldades. McCowan enfatiza que Twain optou por se aproximar do barco e estava livre para sair quando quisesse – mas é aí que reside o problema.

As baleias geralmente podem ser encontradas onde quer que os peixes estejam, explica Hubbard.

“Mas não sabemos onde estão os peixes. Então, é preciso procurá-las para poder estudá-las.”

E, para obter um estudo preciso, os pesquisadores têm que repetir o experimento e comprovar os resultados com grupos diferentes de baleias.

Em seguida, a equipe planeja variar as ligações que transmite.

“Ainda estamos numa fase muito inicial”, diz McCowan.

“Um grande desafio para nós é classificar esses sinais e determinar o seu contexto, para que possamos determinar o significado. Acho que inteligência artificial (IA) nos ajudará a fazer isso.”

Inteligência artificial

A mais de 8 mil km de distância, especialistas em inteligência artificial e em processamento de linguagem natural, criptógrafos, linguistas, biólogos marinhos, especialistas em robótica e em acústica subaquática também esperam usar a IA para decifrar a conversação de outra espécie: as cachalotes.

Lançado em 2020, o projeto Ceti (iniciativa de tradução cetacea, em inglês), liderado pelo biólogo marinho David Gruber, tem registrado continuamente um grupo de baleias na costa de Dominica, uma ilha do Caribe.

Eles usam microfones em boias, peixes robóticos e etiquetas instaladas nas costas das baleias.

Gruber é um microbiólogo – um cientista que estuda o mundo microscópico – que passou a trabalhar com algumas das maiores criaturas do planeta. Ele começou sua carreira analisando as interações de bactérias e protozoários no oceano em relação ao ciclo do carbono e às mudanças climáticas.

A partir daí, ele passou por corais, águas-vivas e tubarões — até que seus interesses o levaram às baleias.

“Trata-se de ver o mundo da perspectiva dos animais”, diz ele, ou, no caso das baleias, de “ouvir o mundo”.

Os cachalotes, que têm os maiores cérebros entre qualquer espécie animal, reúnem-se na superfície do oceano em famílias e comunicam-se através de sequências de cliques semelhantes ao código Morse conhecidas como codas.

O grupo de cachalotes com o qual Ceti tem trabalhado é composto por cerca de 400 mães, avós e filhotes.

“É difícil para nós entendermos o mundo delas para além destas breves interações na superfície”, diz Gruber.

“Esta é uma criatura tão única e gentil, e há tanta coisa acontecendo… Cada vez que olhamos, encontramos uma complexidade e estrutura mais profundas na sua comunicação.”

Ele acredita que estamos atingindo um ponto de avanço tecnológico que significa que poderíamos “possivelmente” decodificar a comunicação das baleias.

Os dados coletados foram processados usando algoritmos de machine learning (aprendizado de máquina, em tradução literal) para detectar e classificar cliques, com resultados previstos para serem publicados em 2024.

O objetivo, diz Gruber, é ser capaz de reconstruir “conversas multipartidárias” – em outras palavras, criar uma “conversa” usando as vocalizações das próprias cachalotes.

Ouvir mais e falar menos

Mesmo que pudéssemos falar com as baleias, deveríamos? A capacidade de chamar as baleias poderia ser usada para caçá-las, por exemplo?

Novas tecnologias já ajudaram os caçadores antes. Tomemos como exemplo o sonar, que pode ser usado para localizar e assustar as baleias até a superfície, onde elas podem ser abatidas com mais facilidade.

“Provavelmente deveríamos ouvir mais e falar menos”, diz Samantha Blakeman, gestora de dados marinhos do Centro Nacional de Oceanografia, nos EUA.

Ela alerta que devemos ter cuidado com o antropomorfismo (a atribuição de características humanas a outros elementos da natureza).

“Como cientista, você tenta estudar as coisas sem preconceitos”, diz ela.

“Você está sempre tentando sair da fórmula, mas é algo realmente difícil de fazer.”

As baleias-de-barbatanas estão no topo da cadeia alimentar, observa Blakeman, o que significa que desempenham um papel realmente importante no ecossistema.

“São um indicador para aqueles que estudam a saúde dos ecossistemas oceânicos – porque qualquer coisa que aconteça mais abaixo na cadeia alimentar afetará o que acontece no topo”, diz Blakeman.

Mais de um quarto de todas as espécies de cetáceos estão ameaçadas, em grande parte devido à atividade humana.

As baleias também produzem fertilizantes naturais, diz Blakeman.

Mas um fator limitante para a vida no oceano é a falta de ferro. O fitoplâncton precisa de luz e nutrientes para crescer. Geralmente conseguem encontrar nitratos e fosfatos – mas o ferro tende a faltar.

As fezes das baleias, no entanto, contêm alta concentração de ferro.

“Elas se alimentam em uma área e excretam em outra”, diz Blakeman, “colocando o ferro de volta na água, o que pode causar uma onda de vida nesta nova área”.

As baleias também desempenham um papel importante no ciclo do carbono da Terra. O plâncton marinho captura carbono por meio da fotossíntese. Este plâncton é então comido pelas baleias.

“Quando morrem, [as baleias] afundam no oceano”, diz Blakeman. “Então, esse carbono é mantido fora da atmosfera por muito, muito tempo”.

Gruber espera que o trabalho de Ceti aumente a conexão do homem com a natureza.

“A IA poderia permitir-nos compreender os sistemas de comunicação de muitas outras formas de vida a um nível muito mais profundo. Penso que seria bom para o mundo se realmente ouvíssemos, se nos importássemos profundamente com o que as baleias dizem.”

*Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

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Lula não desfez acordo do Mercosul com a União Europeia por tratado com a França

Investigado por: Band News FM e Estadão.

Falso: Não é verdade que o presidente Lula (PT) esteja trocando o acordo do Mercosul com a União Europeia por um tratado firmado com a França. As negociações com o bloco europeu têm sido intermediadas por dois ministérios do governo atual, e não foram anuladas pela cooperação fechada em março deste ano, durante a visita do presidente francês Emmanuel Macron ao Brasil. Ao Comprova, a Comissão Europeia confirmou que as tratativas com o Mercosul, que já duram 25 anos, não foram desfeitas.

Conteúdo investigado: Post apresenta imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com informações sobre a negociação entre o Mercosul e a União Europeia, e outra com foto do presidente Lula acompanhada de notícia sobre um acordo entre Brasil e França. A legenda traz as frases “De fato Lula está desfazendo tudo que @jairbolsonaro fez, inclusive o acordo Mercosul-União Européia. Lula está trocando R$ 58 bilhões/ano por R$ 1,35 bilhão/ano. Seria mais lucrativo para o Brasil trocar espelhos por ouro com seus colonizadores”.

Onde foi publicado: Twitter e Facebook.

Conclusão do Comprova: Em posts nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) mistura assuntos diferentes e tira reportagens de contexto para alegar falsamente que o presidente Lula (PT) trocou o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, ainda não concluído, por uma cooperação com a França. O parlamentar afirma, ainda, que o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), firmou o acordo que estaria sendo desfeito pela atual gestão.

Para sustentar a alegação, o político usa captura de tela de uma notícia publicada em fevereiro deste ano no site do governo federal com um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A pesquisa concluiu que, caso o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia seja concluído, o Brasil seria beneficiado, entre 2024 e 2040, com um crescimento de 0,46% no Produto Interno Bruto (PIB). O texto afirma que as exportações aumentariam continuamente no período até alcançarem um ganho acumulado, e não anual, como afirma o post, de US$ 11,6 bilhões, aproximadamente R$ 58 bilhões.

Eduardo Bolsonaro omite trecho da reportagem que explica que as negociações entre os dois blocos se arrastam há 25 anos, sugerindo que o pai foi responsável por finalizar a negociação, o que o Comprova já demonstrou ser enganoso. Em 2019, quando Jair Bolsonaro era o presidente, o tratado foi anunciado durante a cúpula do G20, em Bruxelas, na Bélgica, mas não está em execução por entraves relacionados a políticas ambientais. Além disso, os países membros do bloco europeu precisam ratificar o acordo internamente para que os termos comecem a valer na prática, e a França tem sido uma das nações opositoras ao modelo atual.

Também é falso que Lula tenha desfeito o acordo, como afirma o deputado. Ao Comprova, o governo brasileiro informou que os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços “trabalham intensamente pela conclusão da negociação”. No início deste mês, o presidente afirmou que o Mercosul não voltou atrás em relação ao assunto e destacou que o Brasil “está pronto” para assinar os documentos. Em janeiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se reuniu com um representante da União Europeia para retomar as conversas.

Ao Comprova, a Comissão Europeia também desmentiu que as negociações tenham sido desfeitas. “As equipes continuam em contato a nível técnico para avançar em questões pendentes. O foco da União Europeia é garantir que o acordo cumpra os objetivos de sustentabilidade do bloco, respeitando simultaneamente as sensibilidades no setor agrícola”, declarou o porta-voz Olof Gill.

O tratado firmado em março deste ano entre a França e o Brasil, citado na segunda reportagem reproduzida por Eduardo Bolsonaro, faz parte do Plano de Ação para a Amazônia, um programa de investimentos em bioeconomia e proteção da floresta, enquanto o acordo de livre-comércio envolve trocas comerciais, importação, exportação e tarifas aduaneiras. “Uma ação não anula outra. São coisas completamente diferentes”, afirmou o governo federal.

Procurado, o deputado federal não respondeu à tentativa de contato do Comprova.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até a publicação deste texto, o post somava 65 mil visualizações e mais de seis mil interações no Twitter. No Facebook, o post recebeu mais de quatro mil curtidas.

Fontes que consultamos: Iniciamos a verificação buscando as notícias publicadas pelo deputado a partir das manchetes. Depois, entramos em contato com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e a Comissão Europeia para esclarecer os fatos.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já desmentiu outras publicações envolvendo o acordo Mercosul-União Europeia. Em um deles, um post usou uma notícia de 2019 para parabenizar Bolsonaro pelo tratado, mesmo com as negociações paradas naquele momento. Outros posts sobre acordos internacionais também já foram checados pela iniciativa, que demonstrou, por exemplo, que o governo Lula assinou uma cooperação técnica com a Autoridade Palestina, não com o Hamas.

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É falso que Lula tenha inaugurado obra da transposição do São Francisco já inaugurada por Bolsonaro

Investigado por: A Gazeta e Estadão.

Falso: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), não inauguraram obra da transposição do Rio São Francisco que já tinha sido entregue por Jair Bolsonaro (PL) em 2022, como diz post em rede social. O petista também não mandou desligar as bombas da transposição. Tanto o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) quanto a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) afirmaram que Lula inaugurou, em 4 de abril deste ano, trecho de obra auxiliar que não havia sido lançado por Bolsonaro.

Conteúdo investigado: Post usando vídeo da inauguração de uma obra por Lula e pela governadora Raquel Lyra afirma que eles reinauguraram uma obra já entregue por Jair Bolsonaro em 2022. A publicação ainda diz que o presidente mandou desligar as bombas da transposição do Rio São Francisco.

Onde foi publicado: X.

Conclusão do Comprova: É falso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), tenham inaugurado, no último dia 4 de abril, uma obra da transposição do Rio São Francisco entregue em 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O post mentiroso usa vídeo de Lula e Lyra lançando a Estação Elevatória Água Bruta, localizada na primeira etapa da Adutora do Agreste, na cidade de Arcoverde (PE). Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), não é o mesmo equipamento lançado por Bolsonaro, que inaugurou o Ramal do Agreste, em outubro de 2021, em Sertânia (PE).

Contatada pelo Comprova, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), empresa do governo de Pernambuco responsável pela execução da obra da Adutora do Agreste, também confirmou que o trecho só foi entregue em 4 de abril.

O post também mente ao dizer que Lula mandou desligar as bombas da transposição do São Francisco, como informou o MIDR à reportagem. Alegações como esta já foram diversas vezes desmentidas pelo Comprova.

O Comprova entrou em contato com o autor do vídeo no X, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 12 de abril, o post tinha 27,9 mil visualizações.

Fontes que consultamos: Procuramos no Google por palavras-chave relacionadas à inauguração da estação em Pernambuco e descobrimos que a cerimônia aconteceu em 4 de abril deste ano, com a presença de Lula e de Raquel Lyra. Entramos em contato com os governos federal e estadual de Pernambuco e com a Prefeitura de Arcoverde. Acessamos textos publicados pelo Planalto que mostram as datas e os locais das obras da transposição inauguradas por Bolsonaro e consultamos outras checagens feitas pelo Comprova e por parceiros envolvendo a transposição do São Francisco e obras auxiliares.

A obra inaugurada por Lula no dia 4 de abril é a Estação Elevatória de Água Bruta, primeira etapa da Adutora do Agreste, responsável por captar água nos canais do Eixo Leste da transposição. O sistema de bombeamento triplicará o volume de água do Rio São Francisco para os municípios pernambucanos de Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim e Tacaimbó. Este mesmo trecho, de acordo com a Compesa, funcionou em fase de testes de novembro de 2023 até a inauguração.

Até então, essas cidades eram atendidas provisoriamente pelo Sistema Moxotó. Também será ampliado o abastecimento de água para Caruaru, São Caetano, três distritos de Brejo da Madre de Deus (Fazenda Nova, Barra de Farias e Mandaçaia) e o distrito de Serra dos Ventos, em Belo Jardim, passando de 200 para 600 litros de água por segundo.

Pela primeira vez, o Sistema Adutor do Agreste funcionará conforme definido no projeto original, captando água da transposição do São Francisco no Ramal do Agreste. O ramal leva água do município de Sertânia (PE) até o reservatório de Ipojuca, que fica em Arcoverde e onde tem início a Adutora do Agreste. A Estação Elevatória de Água Bruta realizará a captação de água no Reservatório Ipojuca e a injetará na Adutora do Agreste.

O Comprova já mostrou como apoiadores de Jair Bolsonaro buscaram inflar a participação dele na entrega da transposição do Rio São Francisco (1, 2, 3), mas a obra atravessou outros três governos e, na gestão de Bolsonaro, já estava com mais de 90% da execução concluída. As primeiras entregas foram feitas no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2015, enquanto o Eixo Leste foi entregue ainda no mandato de Michel Temer (MDB), entre 2017 e 2018.

Bolsonaro iniciou o funcionamento do Eixo Norte e concluiu a entrega ainda em seu mandato. Coube ao ex-presidente também retomar o projeto original da transposição, que incluía três ramais: o do Agreste, em Pernambuco; o do Apodi, que atende Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte; e o do Salgado, no Ceará.

Em 2019, ele inaugurou a Adutora do Moxotó, em Sertânia (PE), que, segundo a Compesa, permitiu o funcionamento do trecho da Adutora do Agreste que vai de Arcoverde até Belo Jardim. Em outubro de 2020, o ex-presidente também participou da inauguração da segunda etapa do Sistema Adutor do Pajeú, em São José do Egito (PE). As estruturas ficam em cidades diferentes da estação inaugurada por Lula no dia 4.

Em 2022, também foi inaugurado sob o governo Bolsonaro o trecho de Itaíba e Águas Belas. O Ramal do Agreste, e não a Adutora entregue por Lula, foi inaugurado pelo ex-presidente em outubro de 2021, mas “não teve funcionalidade até a inauguração da Estação Elevatória da Adutora do Agreste agora em 2024”, disse a Companhia, em nota.

O Ramal do Apodi teve a ordem de serviço para início das obras assinada em junho de 2021 e, segundo o Governo do Ceará, deve ficar pronto em 2025. Já o início das obras do Ramal do Salgado foi autorizado por Lula no dia 5 de abril deste ano.

Desde que iniciou o terceiro mandato, em 2023, o presidente Lula vem sendo acusado nas redes sociais de “mandar desligar” a transposição do São Francisco (1, 2, 3), supostamente com a intenção de prejudicar a população, após Bolsonaro entregar a obra, mas as alegações não são verdadeiras. A polarização acabou aumentando a desinformação sobre o assunto.

No ano passado, os conteúdos desinformativos começaram a mirar, principalmente, o Eixo Norte da obra, que enfrentou um defeito na Estação de Bombeamento BI-3, na cidade de Salgueiro (PE), e deixou de bombear água pelos canais que iam até o Ceará. O defeito, contudo, não apareceu no governo Lula, e sim na gestão Bolsonaro. Em julho do ano passado, um novo sistema de bombas foi entregue e a água voltou aos canais.

Também tem sido comum que publicações nas redes confundam obras auxiliares com a transposição do São Francisco, propriamente dita, e até que atribuam à transposição qualquer problema relacionado à falta de água. Vídeos foram feitos em trechos ainda em obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), projeto do governo cearense, como se mostrassem canais da transposição secos. O CAC é um conjunto de canais feito para captar água da transposição, mas que não demanda recurso hídrico o ano inteiro, apenas em período chuvoso.

No conteúdo checado agora, a entrega também faz parte de um trecho auxiliar, sob responsabilidade do governo de Pernambuco. No ano passado, quando Lula e Raquel Lyra inauguraram a Estação de Tratamento de Água (ETA) Petrópolis, em Caruaru – que também faz parte da Adutora do Agreste –, peças desinformativas os acusaram de reinaugurar uma obra já entregue por Bolsonaro, o que foi desmentido pelo Comprova.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já fez outras checagens relacionadas ao tema e concluiu, por exemplo, ser enganoso um texto que circula no WhatsApp e alega que o Exército refez todo o trecho da transposição do Rio São Francisco inaugurado por Temer e Lula e falso que o petista tenha cortado o abastecimento aos nordestinos.

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Artigo: Lições da natureza para o mundo digital

Maurício Antônio Lopes*

A era digital tem sido marcada por avanços extraordinários, como a democratização da informação, a conectividade global sem precedentes e uma aceleração notável na inovação tecnológica. Apesar de abrirem vastas oportunidades, essas conquistas vêm acompanhadas de desafios complexos. O surgimento de gigantes digitais e plataformas on-line impacta de forma profunda os nossos padrões de consumo, comunicação e pensamento, oferecendo benefícios, mas também riscos significativos.

A centralização de poder em um pequeno número de empresas, a exploração de dados pessoais, o aumento das disparidades digitais e a disseminação de desinformação e extremismo on-line são apenas algumas das questões exacerbadas pela ausência de mecanismos eficazes para regular o mundo digital. Ao que parece, as abordagens tradicionais de regulação e controle dificilmente conseguirão lidar com a complexidade e a evolução muito rápida desses sistemas.

Apesar de parecerem distantes à primeira vista, os conceitos da ecologia e da sustentabilidade podem vir a desempenhar um papel crucial na orientação de uma evolução mais inteligente e racional do mundo digital no futuro. Assim como os ecossistemas naturais dependem da interdependência, da diversidade e do equilíbrio para perdurar e prosperar, o ambiente digital também pode se beneficiar desses princípios fundamentais da natureza.

Esse tema foi abordado durante um evento realizado em dezembro de 2023 pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), uma agência dedicada a promover o desenvolvimento econômico global inclusivo e sustentável. O encontro tratou dos recentes avanços na regulamentação da competição e como as autoridades estão adotando abordagens baseadas em ecossistemas para avaliar casos de fusões e aquisições.

Elena Rovenskaya, pesquisadora do Instituto Internacional de Análise Aplicada de Sistemas (IIASA), com sede na Áustria, defendeu que a aplicação de metáforas e conceitos da ecologia pode oferecer insights valiosos para a compreensão da dinâmica e da evolução da economia digital. Sua conclusão é que comparações com ecossistemas naturais podem auxiliar a compreensão de aspectos complexos e interconectados do ambiente digital.

Por exemplo, assim como os ecossistemas naturais dependem da diversidade de espécies para garantir sua resiliência e estabilidade, os ecossistemas digitais podem se beneficiar da variedade de atores e serviços para fomentar inovação e adaptação contínua. Além disso, a ideia de interdependência e interconexões presentes nos ecossistemas naturais pode ilustrar a importância das parcerias e colaborações entre diferentes agentes no ambiente digital.

Da mesma forma, o conceito de nichos ecológicos pode ser aplicado aos mercados digitais, onde diferentes plataformas ocupam espaços específicos e atendem a distintas necessidades dos usuários. A conclusão é que metáforas e conceitos da ecologia podem ajudar a visualizar o ambiente digital sob uma nova perspectiva, identificando padrões, relações e dinâmicas que podem orientar estratégias mais eficientes e sustentáveis para sua evolução.

Em exemplo prático para visualizar tais relações, é a comparação entre uma floresta, representativa de um ecossistema natural, e um mercado on-line, exemplificando um ecossistema digital. No nível micro, na floresta, estão as plantas, os animais e os micro-organismos, enquanto, no mercado on-line, são os produtos e serviços oferecidos por diversas empresas. No nível meso, as interações entre espécies na floresta podem ser equiparadas às interações entre empresas e consumidores no mercado on-line.

No nível macro, a dinâmica de toda a comunidade de organismos na floresta reflete a dinâmica do mercado digital como um todo. No nível mega, fatores externos, como mudanças climáticas na floresta e regulamentações governamentais no mercado on-line, exercem influência sobre o funcionamento desses ecossistemas. Por fim, no nível meta, tanto a conservação da biodiversidade na floresta quanto a promoção da inovação e da ética digital no mercado on-line são aspectos cruciais a serem considerados para a sustentabilidade e o equilíbrio desses ecossistemas.

A história humana é marcada por uma jornada bem-sucedida no planeta, onde observamos os sistemas naturais e realizamos intervenções para adaptar plantas, animais e ecossistemas às nossas necessidades. No entanto, ao longo dessa trajetória, algumas dessas intervenções negligenciaram equilíbrios delicados, desenvolvidos ao longo de milhões de anos de tentativa e erro, que asseguraram a resiliência e a durabilidade da natureza. O desrespeito a esses equilíbrios, visando apenas benefícios de curto prazo para os humanos, representa um sério risco para a saúde do planeta e, em última instância, pode comprometer a própria viabilidade da sociedade.

Tal aprendizado explicita as inúmeras vantagens em alinhar o mundo digital aos princípios da ecologia e da sustentabilidade, os quais foram refinados ao longo de milhões de anos e incorporados aos seres vivos e aos sistemas naturais muito antes do surgimento da humanidade, das indústrias, do comércio ou de qualquer outra criação moderna. Portanto, parece prudente considerar os princípios da ecologia e da sustentabilidade ao moldar o futuro do mundo digital, o que poderá garantir uma abordagem mais equilibrada e responsável em relação às suas transformações e impactos.

Pesquisador da Embrapa Agroenergia*

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O X na mira do Supremo

Caro leitor,

O embate entre o STF e o bilionário Elon Musk, a pressão do Congresso sobre a Corte, a extensão dos negócios do crime organizado e o debate sobre novo Código Civil são temas desta edição.

Boa leitura!

STF julgará ação que pode abrir brecha para suspensão do X

Ministro Edson Fachin pauta para o plenário virtual caso envolvendo a suspensão do WhatsApp no país. Julgamento, que ocorrerá após os ataques à Corte proferidos pelo empresário Elon Musk, dono do X, o antigo Twitter, deverá abordar a possibilidade de o Judiciário derrubar uma plataforma de rede social. Os ministros também deverão debater o alcance das disposições do Marco Civil da Internet

Escalada de ataques de Musk teve origem em resolução do TSE

Norma publicada para eleições municipais impõe responsabilidade às plataformas quando não removerem conteúdos em ‘casos de risco’

Análise: Aliança entre Musk e crime organizado fracassa

Dono do X pinçou seus parceiros no Brasil entre os aliados de Chiquinho Brazão na Câmara; eles não conseguiram pautar a tese de que poder ilimitado de Alexandre de Moraes estava em jogo, afirma Maria Cristina Fernandes

Barroso: ‘País vive momento de repacificação institucional’

Em entrevista, presidente do Supremo opina sobre divergências com o Congresso e defende reação contra trama golpista: ‘Se a Justiça não reage, nas próximas eleições o grupo que perder vai achar que pode fazer a mesma coisa’

Supremo tem maioria para ampliar o foro privilegiado

Ministro Barroso dá sexto voto a favor de entendimento de que investigações contra autoridades devem permanecer na Corte mesmo após fim do mandato

PGR pede suspensão de pontos da lei do marco temporal

Procurador-geral Paulo Gonet aponta inconstitucionalidade de trechos da lei aprovada pelo Congresso

AGU e Ministério da Gestão montam comissão para reforma administrativa

Grupo terá participação de especialistas em gestão e em direito público e deverá apresentar relatório final em 12 meses

Sarrubbo: Crime organizado está no mercado formal e até em fintech

Secretário Nacional de Segurança defende, em entrevista, que polícias, MP e Judiciário atuem de forma coordenada contra facções criminosas

Perdas com o crime custam 4,2% do PIB para o setor privado

Para especialistas, prejuízos afetam concorrência e provocam incertezas no ambiente de negócios

Estado tem responsabilidade por balas perdidas, decide STF

Corte fixa tese de repercussão geral que permite compensação por mortes ou ferimentos em operações de agentes de segurança pública

Texto do novo Código Civil prevê expulsão de condômino antissocial

Questão também é tratada, de forma bem sucinta, em três projetos de lei que tramitam no Congresso

Governo estuda quatro formas de taxar ‘big techs’

Executivo deve enviar projeto com proposta ao Congresso até o fim desse semestre; financiar inclusão digital é um dos objetivos

Análise: A IA aprenderá a obedecer a lei?

Maior parte do debate atual sobre inteligência artificial e a lei está focada em como a tecnologia pode desafiar os paradigmas regulatórios predominantes

Clima: Tribunal reconhece violação de direitos humanos

Corte europeia condena Suíça em ação movida por associação de idosas por falta de medidas contra mudanças climáticas

Empresas no país já unem trabalho remoto e de 4 dias

Companhias de diversos segmentos mudam rotina para reter talentos sem aumentar salários e reduzir demissões

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Dia Mundial do Café: destinos brasileiros exploram potencial da paixão nacional

Dia Mundial do Café: destinos brasileiros exploram potencial da paixão nacional (Foto: Divulgação)

No domingo (14), celebra-se o Dia Mundial do Café, uma bebida que é paixão nacional há bastante tempo! Essa iguaria que marca presença nas manhãs de quem precisa se preparar para o dia e, a qualquer hora, para aqueles que confiam no seu poder de despertar e acolher – práticas que levam ao consumo médio anual de 5kg do grão torrado e moído por pessoa.

Segundo dados do 4º Levantamento da Safra de Café 2023, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país produziu 55 milhões de sacas, de 60kg cada, do grão em 2023, ocasionando um aumento de 6,3% na produtividade nacional em relação a 2022. Já para 2024, a Conab estima que o país alcance a produção de 58,08 milhões de sacas. As regiões Sudeste e Nordeste são, respectivamente, as maiores produtoras, sendo a primeira responsável pela colheita de 86% de todo o café produzido no país em 2023.

Para celebrar a data em grande estilo, o Hurb, empresa de tecnologia que atua no mercado de turismo há 13 anos, indica alguns dos principais responsáveis pelas safras brasileiras, que oferecem experiências turísticas voltadas para os amantes do café.

Minas Gerais

Segundo a premiação Cup of Excellence, sete dos dez melhores cafés nacionais são produzidos no estado. Atravessando a Serra da Mantiqueira por 35km, a rota do café mineira passa pelos municípios de Carmo de Minas e São Lourenço. A partir de uma associação de solo, clima e altitude, a região é capaz de produzir café do tipo arábica de alta qualidade. Essa combinação de fatores naturais, além das diferentes formas de plantio, que influenciam o quão singular pode ser o café é chamada de terroir. E, com esse grão especial, experiências únicas são oferecidas em São Lourenço: além da tradicional degustação, experiências relaxantes como banhos de banheira e massagens com seu uso.

Rio de Janeiro

O Vale do Café – região ao sul do estado que compreende 15 municípios fluminenses – chegou a ser responsável pela produção de 75% do café consumido no mundo, por volta de 1860. O local, ainda hoje, tem grande importância para a cafeicultura e cerca de 30 fazendas aproveitaram o potencial turístico da atividade, abrindo suas portas para visitação, de acordo com dados da ABIH-RJ. Seu potencial, além do crescente entusiasmo pelas opções gourmets do café, o coloca entre as cinco regiões mais atrativas do estado.

Bahia

A variedade de condições geográficas que interagem nas diferentes regiões do país possibilita a produção de diferentes cafés, em função dos diferentes terroirs. Na Chapada Diamantina, a Fazenda Tijuco foi responsável pelo café eleito como o melhor do Brasil em 2022, pela Cup of Excellence. A produtora está localizada no município de Piatã, onde as temperaturas chegam a 3ºC, graças à altitude de 1.180 metros. Desde 2014, o potencial turístico do café vem sendo explorado por agências e fazendas, que levam visitantes para conhecer todo o processo de plantio e industrialização do café.

Ceará

Já ouviu falar no Café de Sombra? Essa variedade é assim chamada por seu cultivo acontecer em meio à florestas frutíferas e florestais, proporcionando seu desenvolvimento sustentável, além de impulsionar a economia local. No Sertão Cearense, a Rota Verde do Café passa pelo Maciço de Baturité, onde foi criado o Centro de Referência do Café de Sombra do Ceará, a fim de promover a produção e a pesquisa sobre o grão, além de oferecer cursos, palestras e visitas de campo gratuitas para visitantes. A experiência envolve não só a gastronomia, mas a história e cultura da serra.

São Paulo

A Rota Turística do Café, no município de Serra Negra, enche os olhos dos amantes da natureza. Ao longo do caminho, os cafezais são intercalados por trechos de Mata Atlântica. Entre as marcas locais, o Café da Montanha pode ser facilmente encontrado, com opções de aromas de caramelo e chocolate ao leite, cereais torrados e avelãs, ou adocicado com notas florais. Depois de garantir sua bebida quentinha, conheça também as cachoeiras da região para um banho revigorante. A cidade conta ainda com mais atrações gastronômicas, como destilarias e alambiques, que exploram os sabores de bebidas alcoólicas.

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Tribunais se tornam protagonistas em luta contra mudança climática

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Brasil se aproxima de recorde de mortes por dengue em 2024

O Brasil está próximo de alcançar o triste recorde de maior número de mortes por dengue registrados em um ano. De acordo com o Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde, 2024 acumula 1.116 mortes por dengue. Em todo o ano passado, 1.179 óbitos foram registrados segundo a última atualização dos dados, por volta das 16h desta segunda-feira (8/4).

A série histórica disponível no site do Ministério da Saúde – compreendendo o período de 2000 a 2023 – registra 1.094 casos no ano passado, mas a atualização do documento ocorreu apenas em 12 de janeiro.

Os dados mais atualizados da pasta demonstram o aumento considerável de casos da doença entre a população brasileira. O número de casos prováveis bateu a marca de 2.963.994, valor 79,7% maior que o acumulado em 2023, que registrou 1.649.144 casos.

O coeficiente de incidência chegou a 1.459,7 casos a cada 100 mil habitantes, um aumento de 88,8% em relação ao ano anterior. Por outro lado, a letalidade em casos prováveis diminuiu de 0,07, em 2023, para 0,04, em 2024. A letalidade em casos graves reduziu de 4,83, no ano passado, para 3,93 neste ano.

Em um recorte regional, Minas Gerais está em primeiro lugar no ranking de casos prováveis, registrando a marca de 939.332 casos nestes quatro primeiros meses de 2024. Depois, vêm São Paulo, com 647.702 casos; e Paraná, com 290.012. A capital do país chega em quarto lugar, acumulando um total de 205.571 casos prováveis.

São Paulo está no topo da lista de óbitos, com 220 mortes por dengue. O Distrito Federal segue atrás, com 205; e Minas Gerais com 175 óbitos confirmados pela arbovirose.

No entendimento do infectologista do Hospital Anchieta Manuel Palacios, os fatores que contribuíram para o cenário preocupante incluem as variações climáticas favoráveis ao mosquito transmissor Aedes aegypti, aumento da resistência dos mosquitos aos inseticidas e o aumento da circulação de diferentes sorotipos da dengue, que podem levar à forma grave da doença.

“A intensificação da doença, levando a um aumento de mortes, está correlacionada aos próprios vetores já citados, além dos possíveis atrasos nos diagnósticos e tratamentos”, analisa o médico.

Prever um cenário de queda dos números, na opinião de Palacios, é complexo e depende de diversos fatores. “Isso inclui ações de controle do vetor, mudanças climáticas e eficácia das medidas de saúde pública implementadas, que dependem do Governo Federal e das secretarias de Saúde”, finaliza o infectologista.

*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer

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O que é a Inteligência Artificial Geral, evolução que é ‘Santo Graal’ da tecnologia

No último ano, a inteligência artificial deixou de ser apenas uma peça de ficção científica ou uma ferramenta restrita às gigantes de tecnologia e caiu no domínio público.

Na verdade, a inteligência artificial já vinha sendo usada no dia a dia das pessoas há anos, mas nem sempre essas tecnologias eram rotuladas com esse nome. As buscas por termos no Google ou assistentes de voz como a Siri são exemplos de inteligência artificial que estão sendo usadas pelo público há anos.

Mas o mundo começou a abrir os olhos para a inteligência artificial a partir de 30 de novembro de 2022, com o lançamento do ChatGPT e suas habilidades quase “humanas” de realizar tarefas. O ChatGPT consegue redigir artigos em qualquer formato – como cartas, relatórios ou até mesmo poemas -, responder perguntas complexas ou resumir o conteúdo de determinados textos.

Outras ferramentas que usam a mesma tecnologia conseguem gerar imagens ou sons novos a partir de ordens expressas dos usuários.

Em um artigo de julho, a revista Nature disse que o ChatGPT conseguiu “quebrar o teste de Turing” – a ideia de uma máquina que consegue interagir com humanos sem que eles percebam que se trata de uma máquina.

Por mais impressionante que seja o ChatGPT – e seus concorrentes que chegaram ao mercado desde então, como o Gemini do Google e o Copilot da Microsoft – quem trabalha desenvolvendo inteligência artificial diz que a humanidade está apenas na infância desta tecnologia.

Até agora todos esses sistemas que citamos nesta reportagem são exemplos de uma mesma categoria conhecida como inteligência artificial “estreita” ou “fraca”. Os computadores conseguem “imitar” o comportamento dos humanos para resolver problemas específicos, como gerar um texto ou analisar grandes volumes de dados.

Mas o próximo passo das empresas de tecnologia e cientistas da computação é mais ambicioso.

Existe uma corrida para se alcançar o que vem sendo chamado de Inteligência Artificial Geral (IAG) — uma nova geração da tecnologia que virou uma espécie de Santo Graal da indústria.

O que é Inteligência Artificial Geral?

A Inteligência Artificial Geral ainda é uma teoria — na prática ela não existe atualmente.

A tecnologia existente hoje permite que computadores realizem tarefas específicas: dirijam um carro, joguem jogos complexos ou respondam perguntas elaboradas.

A Inteligência Artificial Geral aproxima os computadores ainda mais dos humanos, com uma capacidade de usar o conhecimento de forma mais abstrata.

“Nós temos muita dificuldade de falar sobre essa inteligência artificial geral, porque ainda não conseguimos nem definir exatamente o que é inteligência. A inteligência artificial seria comparável à humana, mas as máquinas já superam os humanos em muitas atividades”, diz Esther Luna Colombini, professora do Instituto de Computação da Unicamp.

“Elas fazem cálculos muito complexos em tempo recorde, mas não por isso necessariamente elas são mais inteligentes. Ao mesmo tempo, elas são muito ruins para fazer coisas que pra gente parecem triviais, como reconhecer a face de uma pessoa, ou ser capaz de pegar um conceito que você aprendeu e levar isso para outro cenário.”

Essas habilidades mais sofisticadas são justamente o que cientistas da área estão tentando aperfeiçoar.

“A IA Geral vai possuir uma capacidade humana de transformar o conhecimento de uma área para a outra”, explica Ana Cristina Bichara, professora de computação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). “Isso é uma capacidade humana. Por exemplo, um médico que entenda de uma certa especialidade é capaz de usar esses conhecimentos para resolver outro problema médico.”

Além disso, a Inteligência Artificial Geral teria outra habilidade tipicamente humana: a de entender o que ela ainda não entende — e buscar maneiras de se aprofundar nessas lacunas.

“Dependendo de como eu enquadro o problema, eu posso achar uma solução ou não. Se eu reenquadrar o problema, eu posso achar soluções inovadoras em que eu não tinha nem pensado.”

Essa capacidade de abstração de pensamento permitiria que a Inteligência Artificial Geral realizasse tarefas que hoje são impossíveis tanto para humanos como para computadores, como encontrar diagnósticos e planos de tratamento específicos para pacientes a partir da análise de dados médicos. Ou descobrir formas de atacar o problema das mudanças climáticas, também a partir de análises aprofundadas sobre dados já disponíveis hoje.

Diante de um problema científico, a atual inteligência “estreita” só é capaz de realizar experimentos e testar hipóteses de acordo com ideias elaboradas por humanos. Caso houvesse a inteligência artificial geral, que se pretende criar, a própria máquina seria capaz de elaborar hipóteses — algo impensável hoje.

Como chegar lá?

Um dos grandes problemas de se atingir o desejado Santo Graal da Inteligência Artificial Geral é que não existe hoje clareza sobre qual seria o princípio tecnológico que permitiria que uma máquina tivesse um grau de abstração parecido com o dos humanos.

A atual tecnologia — a inteligência artificial estreita — é baseada em um modelo matemático de redes neurais, que segue princípios matemáticos. Algumas das teorias que sugeriam que seria possível chegar a essa tecnologia são bem antigas, ainda dos anos 1950. Mas realizar uma tarefa complexa exigia um nível de processamento de dados que as máquinas só começaram a ter recentemente.

Por exemplo, digamos que se tente fazer um computador reconhecer dígitos escritos a mão por humanos – de 0 a 9. Essa capacidade é banal para uma pessoa, mas razoavelmente complexa para uma máquina.

O processo das redes neurais, que permite que uma máquina faça isso, é separado em diferentes camadas.

Na primeira camada (chamada de “input layer”), é colocada uma imagem do dígito escrita à mão. Na última camada (a “output layer”), coloca-se o dígito correto – o número que queremos que o computador produza como resposta.

Entre as duas camadas, há diversas camadas ocultas (“hidden layers”) que fazem todo o trabalho. Aqui, a imagem é dividida em pequenas partes — e cada uma dessas partes é descrita em termos matemáticos. Em cada uma das camadas ocultas, essas partes vão sendo estudadas. comparadas com o número final desejado e aprimoradas.

Por exemplo, um dígito “1” costuma ser escrito com um rabisco vertical longo. Ao identificar rabiscos assim, o computador vai “aprendendo” que rabiscos verticais longos provavelmente se referem ao número “1”. E ele “aprende” as características de todos os números, baseados nessas pequenas partes.

Essa tarefa é repetida diversas vezes, e a cada erro, o modelo matemático usado pelo computador vai sendo corrigido, até atingir uma eficiência grande.

É esse aprendizado “profundo” que faz com que uma máquina consiga realizar tarefas que parecem humanas.

E no caso da Inteligência Artificial Geral?

No caso da Inteligência Artificial Geral não existe sequer um princípio teórico bem definido.

Cientistas estão testando diferentes ideias que permitiriam que as máquinas emulassem comportamentos humanos bem mais complexos do que apenas a lógica — como criatividade, percepção e aprendizado.

Alguns acreditam que seria possível alcançar essa tecnologia desenvolvendo ainda mais as atuais redes neurais artificiais — com maior sofisticação dos modelos e maior capacidade de processamento das máquinas. No exemplo anterior, isso seria alcançado aumentando o número de camadas na rede neural.

Mas alguns dizem que isso por si só não seria suficiente para se dar um salto tecnológico dessa magnitude no campo da inteligência artificial. Seria preciso, por exemplo, construir modelos e computadores que se assemelham mais com os humanos na forma como percebem o mundo ao seu redor e fazem conexões entre os objetos.

As grandes empresas de tecnologia — Google, Meta, Microsoft e Amazon, além de diversas outras startups — estão em uma corrida bilionária para atingir o “Santo Graal” da computação.

Por enquanto não existe sequer uma perspectiva de quando a IAG seria criada. Mas há pessoas preocupadas com o potencial destrutivo que ela poderia ter.

Ian Hogwarth é diretor de uma fundação recém-criada pelo governo britânico para pesquisar inteligência artificial. Em um artigo publicado no ano passado no jornal Financial Times, ele alertou que a Inteligência Artificial Geral seria uma espécie de “Deus em forma de inteligência artificial” — por conta de seus poderes quase ilimitados.

“Recentemente, a competição entre algumas empresas para criar uma IA semelhante a Deus se acelerou muito. Elas ainda não sabem como perseguir esse objetivo com segurança e não estão sendo supervisionadas. Elas estão correndo em direção à linha de chegada sem entender o que pode estar do outro lado.”

A preocupação é que sistemas de inteligência artificial como esses poderiam causar danos grandes à humanidade, seja por serem totalmente imprevisíveis ou por poderem ser desenvolvidos por agentes com más intenções. Preocupações semelhantes estão por trás de um pedido feito no ano passado por diversas personalidades do mundo da tecnologia, como Elon Musk e Steve Wozniak, para que pesquisas sobre IA sejam interrompidas por seis meses.

A OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, ressalta na página sobre seu projeto de Inteligência Artificial Geral os perigos que existem na tecnologia.

“A IAG também apresentaria sérios riscos de uso indevido, acidentes drásticos e perturbações sociais. Dado que a vantagem da IAG é tão grande, não acreditamos que seja possível ou desejável que a sociedade interrompa o seu desenvolvimento para sempre; em vez disso, a sociedade e os desenvolvedores precisam descobrir como fazer do jeito certo.”

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