Abril de 2024 marcou o décimo primeiro mês consecutivo de recordes de calor na Terra, anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta segunda-feira (7). O dado considera a temperatura média do ar do nosso planeta.
Desde junho de 2023, temos registrado um mês mais quente a cada novo período, um dado preocupante que ilustra claramente que vivemos uma emergência climática.
Em um comunicado, Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) explicou que o fenômeno climático El Niño atingiu seu pico no início do ano. Por isso, agora as temperaturas da superfície do mar no leste do Pacífico tropical estão voltando às condições neutras. Apesar disso, ele fez um alerta.
Enquanto as variações de temperatura associadas a ciclos naturais como o El Niño vêm e vão, a energia extra retida nos oceanos e na atmosfera pelo aumento das concentrações de gases de efeito estufa continuará empurrando a temperatura global em direção a novos recordes.
— Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).
Ainda de acordo com o observatório, abril de 2024 foi o abril mais quente já registrado globalmente porque teve uma temperatura média do ar de superfície de 15,03°C, o que equivale a 0,61°C acima da média de abril de 1991-2020 e 0,14°C acima do recorde anterior, em fevereiro de 2016.
Além disso, a temperatura média global nos últimos doze meses (maio de 2023 – abril de 2024) é a mais alta já registrada, 0,73°C acima da média de 1991-2020 e 1,61°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.
Recordes no oceano
Nos mares, a situação também continua preocupante. Segundo o observatório europeu, a temperatura média da superfície do mar global para abril atingiu 21,04°C, o maior valor registrado para o mês.
Este é o décimo terceiro mês consecutivo em que a temperatura da superfície do mar tem sido a mais quente nos registros de dados do Copernicus para o respectivo mês do ano.
Lista de recordes
A marca de temperatura de abril se soma à lista de recordes globais de calor neste e no último ano:
Além disso, o número de dias que ultrapassou o limiar de aquecimento politicamente significativo de 1,5ºC já atingiu um novo máximo, muito antes do final de 2023.
Fora tudo isso, julho de 2023 foi tão quente que pode ter sido o mês mais quente em 120 mil anos, enquanto as temperaturas médias de setembro quebraram o recorde anterior em 0,5°C.
No vídeo a seguir, o g1 explica a crise do clima em gráficos e mapas: