Cientistas desenvolvem estudos para dissolver carbonato de cálcio para energia renovável

Por Rafaela Bomfim* — Uma equipe de cientistas da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos Estados Unidos, identificou microrganismos capazes de dissolver carbonato de cálcio nos ambientes de baixo oxigênio. A descoberta, segundo eles, abre perspectivas para redefinir o entendimento do ciclo global do elemento químico e contribuir para o avanço de tecnologias sustentáveis de bioenergia. Os resultados preliminares da pesquisa estão na revista Communications Earth and Environment.

O estudo é considerado inovador por focar nos metanógenos — microrganismos encontrados em ambientes de baixo oxigênio, como lagos, pântanos, aquíferos e solos —, bastante úteis, pois “consomem” o hidrogênio e dissolvem o carbonato de cálcio. Esse processo metabólico gera metano, um biocombustível com elevado potencial energético, porém contribui negativamente para o aumento dos efeitos do gás estufa.

A descoberta, de acordo com os pesquisadores, desafia a análise predominante de que os minerais de carbonato — que armazenam cerca de 80% do carbono da Terra — são quimicamente estáveis em condições alcalinas.

Os pesquisadores sugerem que, em ambientes subterrâneos ricos em hidrogênio e habitados por metanógenos, o carbono sequestrado em forma de carbonato pode ser convertido em metano.

“Algo a considerar, ao explorar essas estratégias, é verificar se os metanógenos podem reverter o processo de sequestro mineral de carbono”, ressaltou ao Correio Nicole Fiore, professora e pesquisadora em ciências biológicas que participou do estudo.

Os resultados abrem novas possibilidades para a compreensão do ciclo do carbono e sugerem um potencial impacto nas estratégias de sequestro de carbono e na produção de bioenergia. A interação entre microrganismos e minerais pode ter implicações significativas para a mitigação das mudanças climáticas e para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.

Especialista em química industrial, qualidade e meio ambiente, hidrogênio verde e transição energética, Raquel Lima, presidente do Conselho Regional de Química (CRQ) da 19ª Região, disse que há um um cenário com alternativas diversificadas para a matriz energética.

“A aplicação do processo de conversão de CO2 em metanol pode complementar as fontes renováveis já presentes no Brasil, como hidrelétricas, eólicas e solares. A produção de metanol a partir de emissões industriais não apenas reduz o CO2 atmosférico, mas também fornece um combustível alternativo que pode ser integrado à matriz energética nacional, aumentando sua diversidade e sustentabilidade.”

Raquel Lima acrescentou que há universidades que têm convênios com outros institutos de outros países para fomentar pesquisas. “O intuito de aprimorar ainda mais o desenvolvimento de tecnologias como alternativas de melhorar nossa matriz energética reduzindo as emissões de carbono”, disse Raquel Lima.

O estudo é considerado inovador por focar nos metanógenos — microrganismos encontrados em ambientes de baixo oxigênio, como lagos, pântanos, aquíferos e solos —, bastante úteis, pois “consomem” o hidrogênio e dissolvem o carbonato de cálcio. Esse processo metabólico gera metano, um biocombustível com elevado potencial energético, porém contribui negativamente para o aumento dos efeitos do gás estufa.

“A adaptação do processo para capturar CO2 de indústrias locais e convertê-lo em metanol poderia contribuir para diversificar a matriz energética brasileira e promover o uso de combustíveis mais limpos”, disse Raquel Lima.

A descoberta, de acordo com os pesquisadores, desafia a análise predominante de que os minerais de carbonato — que armazenam cerca de 80% do carbono da Terra — são quimicamente estáveis em condições alcalinas.

Os pesquisadores sugerem que, em ambientes subterrâneos ricos em hidrogênio e habitados por metanógenos, o carbono sequestrado em forma de carbonato pode ser convertido em metano.

“Algo a considerar, ao explorar essas estratégias, é se os metanógenos podem reverter o processo de sequestro mineral de carbono”, alertou Nicole Fiore, professora e pesquisadora em ciências biológicas que participou do estudo.

“O cultivo de microrganismos é semelhante ao cultivo de plantas, para desenvolvermos organismos, preparar uma solução com vitaminas e minerais. Depois damos ‘comida’ e algo para respirar ou respirar. Nesse estudo, queríamos saber se os microrganismos que eram naturalmente presentes em um solo alcalino e salino de zonas úmidas seriam capazes de consumir hidrogênio e usar o mineral de cálcio e carbono para respirar. Nossos resultados indicaram que, de fato, os micróbios poderiam ‘comer’ o hidrogênio e dissolver o mineral carbonato de cálcio para respirar e produzir metano.”

Karrie Weber, professora da Universidade de Nebraska-Lincoln, em ciências biológicas e ciências da terra

*Estagiária sob supervisão de Renata Giraldi

“O cultivo de microrganismos é semelhante ao cultivo de plantas, para desenvolvermos organismos, preparar uma solução com vitaminas e minerais. Depois damos ‘comida’ e algo para respirar ou respirar. Nesse estudo, queríamos saber se os microrganismos que eram naturalmente presentes em um solo alcalino e salino de zonas úmidas seriam capazes de consumir hidrogênio e usar o mineral de cálcio e carbono para respirar. Nossos resultados indicaram que, de fato, os micróbios poderiam ‘comer’ o hidrogênio e dissolver o mineral carbonato de cálcio para respirar e produzir metano.”

Karrie Weber, professora da Universidade de Nebraska-Lincoln, em ciências biológicas e ciências da terra

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Datas, fatos e feriados de março de 2025

Diferentemente da maioria dos anos, março de 2025 já começa em clima de folia. As celebrações do carnaval 2025 seguem nesta semana com festas tradicionais em diversas cidades do país. Tanto que a segunda-feira (3), terça-feira (4) e a manhã de quarta-feira (5) são dias de ponto facultativo. No ano passado, o História Hoje contou um pouco das origens da data:

Já na próxima semana, temos a celebração do Dia Internacional da Mulher em 8 de março. A data, oficializada pela ONU em 1975, homenageia as lutas históricas por igualdade de gênero e pelos direitos das mulheres. Em 2023, foi tema de um especial de cinco matérias da Radioagência Nacional. Já em 2015, o Repórter Brasil falou sobre o assunto:

No dia 20, às 6h01, ocorre o Equinócio de Primavera (no Hemisfério Norte) e de Outono (no Hemisfério Sul). Esse evento astronômico, no qual o dia e a noite têm durações iguais e estão igualmente iluminados, marca o início do outono no Brasil. O fenômeno foi abordado no quadro Ciência no Rádio (do Rádio Sociedade) em 2023:

Inezita e Elis

Duas figuras marcantes também têm datas lembradas neste mês de março de 2025. No dia 4, celebra-se o nascimento de Inezita Barroso, um dos maiores ícones da música e cultura caipira no Brasil. Além de cantora, foi folclorista, atriz e apresentadora do programa Viola, Minha Viola (da TV Cultura) por mais de 30 anos. No dia 8, sua morte completa 10 anos. Ela foi homenageada pelo Repórter Brasil em 2019:

Outro ícone da música brasileira também é lembrado neste mês. Em 17 de março, completam-se 80 anos do nascimento de Elis Regina, uma das maiores cantoras do Brasil. Em 2017, a TV Brasil reprisou um especial de 1988 (da antiga TVE do Rio de Janeiro) chamado Elis Vive, que contou a biografia da artista:

Rio, pandemia e Ditadura

Março também traz datas importantes para a cidade do Rio de Janeiro. No dia 1º, a fundação da capital fluminense completa 460 anos. Capital do país até 1960, o Rio de Janeiro foi fundado em 1565 pelo português Estácio de Sá como um posto militar estratégico de Portugal no Brasil. Toda essa trajetória foi contada pelo Na Trilha da História em 2018:

No dia 11 de março, completam-se cinco anos da declaração da pandemia de Sars-CoV-2 pela OMS. Foi nessa data que a organização também batizou a doença, até então chamada de “novo coronavírus”, como Covid-19. No dia seguinte, 12 de março, o Brasil registrou oficialmente a primeira morte pela doença. Os anúncios foram registrados em matérias da Agência Brasil:

OMS declara pandemia

Primeira morte por Covid-19 no Brasil

Para fechar as principais datas do mês, temos os 40 anos do fim oficial da Ditadura Militar no Brasil. Com a posse de José Sarney, em 15 de março de 1985, encerrou-se o período iniciado com o Golpe de 1964. O tema foi abordado pelo Repórter Brasil em 2015:

Confira a relação completa de datas do Hoje é Dia do mês de março de 2025

Março de 2025

1

Nascimento do pianista polonês Fryderyk Franciszek Chopin (215 anos) – não existe consenso sobre a data exata de nascimento do compositor (estimada entre 22 de fevereiro e 1 de março de 1810); é recorrente, porém, o uso da data de 1º de março para celebrar seu aniversário

Nascimento do jogador de basquete fluminense Zenny de Azevedo, o Algodão (100 anos) – campeão mundial de basquete em 1959 e bronze olímpico em 1948 e 1960

Fim da Guerra do Paraguai, com a morte de Solano López (155 anos)

Março Azul – Mês de conscientização e prevenção ao câncer colorretal por indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS)

Fundação do Rio de Janeiro (460 anos)

Abertura do Moinho Matarazzo (125 anos)

Fim da Guerra dos Farrapos na Região Sul do país (180 anos)

Lançamento do programa “Acontecimento Aristolino”, na Rádio Nacional (77 anos)

Dia Mundial das Ervas Marinhas

Dia Mundial da Zero Discriminação – iniciativa contra a discriminação de pessoas por causa de sua idade, sexo, identidade de gênero, orientação sexual, deficiência, raça, etnia, idioma, saúde-incluindo estado sorológico positivo para o HIV-, localização geográfica, situação econômica ou de migração, ou por qualquer outro motivo

2

Nascimento da cantora e baterista estadunidense Karen Anne Carpenter (75 anos) – obteve alcance internacional no período entre o fim dos anos de 1960 e durante os anos de 1970, época em que junto a seu irmão, Richard Carpenter, formaram a dupla The Carpenters

Início das comemorações do Open Data Day (data móvel) – comemoração anual que visa mostrar os benefícios dos dados abertos e incentivar a sua adoção em governos, em empresas e na sociedade civil

3

Nascimento do flautista, saxofonista, clarinetista e compositor paulista Nicolino Copia, o Copinha (115 anos) – no início dos anos 1960, trabalhou na Rádio Nacional carioca, na TV Rio e na TV Globo

Estreia da Ópera “Carmen”, do compositor francês Georges Bizet, no Opéra-Comique de Paris (150 anos)

Descoberta do “Treponema pallidum”, agente causador da sífilis, por Fritz Richard Schaudinn (120 anos)

Dia Internacional do Cuidado Auditivo

Dia Mundial da Vida Selvagem – data instituída pela ONU

4

Terça-feira de Carnaval

Morte do compositor, cantor e pianista fluminense Alfredo José da Silva, o Johnny Alf (15 anos)

Nascimento do advogado, empresário e político mineiro Tancredo Neves (115 anos) – foi o 33º primeiro-ministro do Brasil (o primeiro do período republicano) e presidente da República eleito mas não empossado

Nascimento da cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora, apresentadora de rádio e televisão paulista Ignez Magdalena Aranha de Lima, a Inezita Barroso (100 anos)

Lançamento do Programa “Época de Ouro”, na Rádio Nacional (20 anos) – dedicado ao chorinho

5

Dia Internacional de Sensibilização para o Desarmamento e a Não-Proliferação

6

Nascimento do médico e compositor mineiro Joubert de Carvalho (125 anos)

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) venceu a “Batalha de Castelnuovo”, na Itália, derrotando os alemães (80 anos)

7

Dia do Paleontólogo – fundação da Sociedade Brasileira de Paleontologia

Nascimento do compositor e pianista francês Joseph Maurice Ravel (150 anos)

Morte do militar e político gaúcho Luís Carlos Prestes (35 anos)

Nascimento do flautista fluminense Oscar de Miranda Feital (155 anos)

8

Dia Internacional da Mulher

Morte da cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora, apresentadora de rádio e televisão paulista Ignez Magdalena Aranha de Lima, a Inezita Barroso (10 anos)

Morte do físico paranaense Cesare Mansueto Giulio Lattes, o César Lattes (20 anos) – codescobridor do “méson pi”, descoberta que levou o Prêmio Nobel de Física de 1950, concedido a Cecil Frank Powell; em sua homenagem, foi dado seu nome à Plataforma Lattes, uma base de dados virtual que hospeda os currículos de todos os pesquisadores com atividade no Brasil

Primeira irradiação do programa humorístico “A Casa da Sogra”, na Rádio Nacional (78 anos)

9

Nascimento do jornalista, ensaísta, crítico literário, crítico de arte, crítico de música e historiador literário austríaco naturalizado brasileiro Otto Karpfen, o Otto Maria Carpeaux (125 anos) – polímata, Carpeaux é famoso por sua “Magnum Opus, A História da Literatura Ocidental”, uma das obras mais importantes publicadas no Brasil no século XX

Pedro Álvares Cabral inicia viagem que resultou na chegada à costa brasileira (525 anos)

Criação da Área de Proteção Ambiental Nhamundá em Amazonas (35 anos)

10

Dia Internacional das Juízas

Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo

Dia do Telefone

Morte do político mineiro Gustavo Capanema Filho (40 anos) – sua gestão enquanto Ministro da Educação assinalou a criação de dois órgãos de destacada atuação ao longo do Estado Novo: o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o Instituto Nacional do Livro, fundados em novembro e dezembro de 1937, respectivamente; o primeiro foi responsável pelo tombamento e preservação de centenas de monumentos artísticos e históricos e pela criação do Museu Imperial, em Petrópolis (RJ), do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), do Museu das Missões, em São Miguel (RS) e do Museu do Ouro, em Sabará (MG); o Instituto Nacional do Livro foi responsável pela criação de mais de uma centena de bibliotecas públicas no interior do país

Nascimento do cantor paulista Wanderley Cardoso (80 anos)

Morte do escritor paraibano José Américo de Almeida (45 anos)

Fundação do Corpo de Bombeiros de São Paulo (145 anos)

11

Morte do biólogo, botânico, médico, microbiólogo e farmacologista britânico Alexander Fleming (70 anos)

Morte do pianista e compositor fluminense Osvaldo Cardoso de Meneses Filho (90 anos)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) (05 anos)

Inauguração do Parque do Rodeador (51 anos) – o local abriga um dos maiores complexos de transmissão radiofônica do país, incluindo os transmissores em ondas curtas (OC) da Rádio Nacional da Amazônia, a única emissora do país que consegue ter alcance nacional e até internacional. A data será celebrada com uma série de atividades promovidas pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

12

Dia da pessoa Bibliotecária

Nascimento do cantor, compositor e músico gaúcho Mateus Nunes, o Caco Velho (105 anos)

Morte do compositor e saxofonista de jazz estadunidense Charlie Parker (70 anos)

Fundação da cidade de Olinda, em Pernambuco (490 anos)

Primeira morte de covid-19 confirmada no Brasil pelo Governo de São Paulo (05 anos)

13

Nascimento do compositor erudito mineiro José Orlando Alves (55 anos)

Morte do compositor, pianista, regente e ator fluminense Custódio Mesquita (80 anos)

Nascimento do líder religioso cearense, Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro (195 anos) – adquiriu uma dimensão messiânica ao liderar o arraial de Canudos, um pequeno vilarejo no sertão da Bahia, que atraiu milhares de sertanejos, entre camponeses, índios e escravos recém libertos, e que foi destruído pelo Exército da República na chamada Guerra de Canudos

Criação do Riacho Fundo, Região administrativa XVII (35 anos)

14

Nascimento do compositor Zequinha Reis (local de nascimento desconhecido) (125 anos) – na primeira metade da década de 1950 seu choro “Saudades do Rio” foi veiculado no programa “Pessoal da velha guarda” criado e apresentado por Almirante na Rádio Nacional, e que contava com a participação de músicos como Pixinguinha, Benedito Lacerda e seu Regional, Raul de Barros e o Grupo dos Chorões e a Orquestra do Pessoal da Velha Guarda; em 1959, o choro “Saudades do Rio” foi gravado por Jacob do Bandolim no estúdio da Rádio MEC

Morte do compositor, regente e professor fluminense Francisco Braga (80 anos)

Criação do Arquivo Público do DF (40 anos)

15

Nascimento do escritor, jornalista, poeta e pintor pernambucano Gilberto de Mello Freyre (125 anos) – dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história; é considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX

Nascimento do compositor, regente, organista, trompetista e professor fluminense Henrique Alves de Mesquita (195 anos)

Fundação da companhia cinematográfica Cinédia (95 anos)

Fim da ditadura militar no Brasil (40 anos)

Fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro (50 anos). Em 01 de julho de 1974, a fusão foi sancionada pela Lei Complementar nº 20 e, em 15 de março de 1975, foi implementada, seguindo o artigo 8°.

Início da gestão de Fernando Collor de Mello como Presidente do Brasil (35 anos)

Dia Internacional contra a Islamofobia

Dia Mundial do Direito do Consumidor

Dia da Escola

Lançamento do programa “A Hora do Pato”, por Heber de Bôscoli, na Rádio Nacional RJ (83 anos)

16

Presidente Fernando Collor anuncia o confisco de poupanças e o lançamento do Plano Collor (35 anos)

Dia de Conscientização das Mudanças Climáticas

Dia Nacional do “Teatro do Oprimido” – data em homenagem ao dia de nascimento de seu criador, o teatrólogo Augusto Boal

Dia Nacional do Ouvidor

17

Nascimento da cantora gaúcha Elis Regina (80 anos)

Nascimento do compositor estadunidense Alfred Newman (125 anos) – um dos principais compositores estadunidenses de músicas para filmes; foi também chefe de uma grande família de compositores, entre eles seus irmãos Emily Newman, Lionel Newman, e seus filhos David Newman e Thomas Newman, e seu sobrinho Randy Newman

Primeira irradiação do programa infantil “História de Chinelos”, na Rádio Nacional (73 anos)

18

Morte do ator, humorista, dublador e locutor mineiro Mauro Faccio Gonçalves, o Zacarias (35 anos)

Morte do compositor fluminense Alcebíades Barcellos, o Bide (50 anos) – com sambistas como Ismael Silva, Brancura, Mano Aurélio, Baiaco, Mano Rubem (seu irmão) e Heitor dos Prazeres, fundou a “Deixa Falar”, primeira escola de samba do país

Inauguração do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro no Parque da Quinta da Boa Vista (80 anos).- inaugurado por Getúlio Vargas

Dia Nacional da Imigração Judaica

19

Morte do engenheiro industrial, geógrafo e engenheiro civil francês, naturalizado brasileiro, Henrique Morize (95 anos) – juntamente com Roquette-Pinto, foi um dos fundadores da Rádio Sociedade, posterior Rádio MEC

Nascimento da cantora e radioatriz fluminense Ismênia dos Santos (115 anos) – fez parte do primeiro time da Rádio Nacional

Nascimento da pianista, compositora e cantora paulista Eliane Elias (65 anos)

Estreia da Ópera “O Guarani”, composta pelo brasileiro brasileiro Antônio Carlos Gomes (155 anos)

Fim da primeira greve geral dos trabalhadores da construção civil (105 anos)

Dia Nacional do Artesão

Primeira transmissão do programa “Momento de Jazz”, produzido por Nelson Tolipan, na MEC FM (39 anos)

20

Morte do compositor e flautista fluminense Joaquim Calado (145 anos)

Morte do compositor e instrumentista paulista Erotides de Campos (80 anos)

Equinócio de Primavera (hemisfério Norte) e Equinócio de Outono (hemisfério Sul) – em várias culturas nórdicas ancestrais, o equinócio da primavera era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com a Páscoa da religião cristã

Dia Internacional da Felicidade

Dia do Contador de Histórias

Inauguração do Museu do Transporte Público Gaetano Ferolla em São Paulo, SP (40 anos)

21

Nascimento do piloto automobilístico paulista Ayrton Senna (65 anos)

Nascimento do humorista, jornalista e compositor fluminense Haroldo Barbosa (110 anos) – iniciou sua carreira no rádio, em 1933, na Philips, com César Ladeira; depois de um período na Rádio Sociedade, passou a trabalhar na Rádio Transmissora, transferindo-se pouco depois para a Rádio Nacional, onde atuou como locutor esportivo, e desempenhou diversas atividades, entre as quais a elaboração do roteiro de “O grande teatro”, de César Ladeira, um dos programas de maior sucesso do rádio na época; considerado por muitos como o primeiro artista multimídia do Brasil, foi responsável ainda pela criação do programa humorístico “Escolinha do Professor Raimundo”

Dia Internacional das Florestas

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

Dia Internacional da Síndrome de Down

Dia Mundial da Poesia – data criada na 30ª Conferência Geral da UNESCO

22

Morte do pintor, escultor, artista plástico e performático fluminense Hélio Oiticica (45 anos)

Nascimento do cineasta japonês Akira Kurosawa (115 anos) – amplamente considerado como um dos cineastas mais importantes e influentes da história do cinema

Primeira apresentação do Cinematógrafo (130 anos) – a projeção cinematográfica funcional ocorreu em apresentação particular na residência em que os irmãos Lumière estudavam a máquina

Dia Mundial da Água – comemoração que foi instituída pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas na Resolução A/RES/47/193 de 22 de fevereiro de 1993

23

Nascimento do ator paraense Sérgio Cardoso (100 anos) – protagonista de diversas novelas, fundou a Companhia Teatro dos Doze

Nascimento do cantor e compositor paulista Osvaldo Rodrigues (105 anos)

Dia Mundial da Meteorologia

24

Morte do escritor francês Júlio Verne (120 anos) – considerado por críticos literários o inventor do gênero de ficção científica

Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações dos Direitos Humanos e pela Dignidade das Vítimas

Dia Mundial de Combate à Tuberculose

25

Nascimento da atriz fluminense Leila Diniz (80 anos)

Morte da atriz e humorista gaúcha Ema D’Ávila (40 anos) – foi humorista e radioatriz da Rádio Nacional do Rio de Janeiro

Dia Internacional em Lembrança pelas Vítimas da Escravidão e do Tráfego Transatlântico de Escravos nos Navios Negreiros – comemoração que mereceu uma designação especial da Assembléia Geral da ONU, em 28 de novembro de 2006

Dia Nacional da Comunidade Árabe

26

Morte do ator, cantor e compositor paulista Ruy Rey (30 anos)

27

Nascimento do cantor e compositor fluminense Renato Manfredini Júnior, o Renato Russo (65 anos) – célebre por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana

Dia Mundial do Teatro

Dia Nacional da Inclusão Digital – data não oficial que é reconhecida por algumas entidades públicas e organizações não-governamentais; ainda está em projeto de lei

Dia do Grafite – data em homenagem ao pioneiro do grafite no Brasil, Alex Vallauri, morto em 27 de março de 1987

28

Nascimento o compositor, poeta e produtor musical fluminense Hermínio Bello de Carvalho (90 anos)

Morte do pintor, ceramista e gravurista surrealista russo Marc Chagall (40 anos)

Estreia do programa “Puxa o Fole”, na Rádio Nacional AM RJ (15 anos) – dedicado ao forró

29

Nascimento da cantora baiana de bossa nova e jazz Astrud Gilberto (85 anos)

Morte do maestro, pianista, escritor e compositor paraense Waldemar Henrique (30 anos)

Assinatura do Decreto-Lei nº 2096, por Getúlio Vargas, que criou o Museu Imperial de Petrópolis (85 anos)

Inauguração da Casa França-Brasil (35 anos)

30

Nascimento do cantor e compositor britânico Eric Clapton (80 anos)

Dia Internacional de Lixo Zero

31

Chacina da Baixada (20 anos) – policiais militares assassinaram a tiros 29 pessoas e feriram outras duas em diferentes pontos dos municípios de Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense. Foi a maior chacina da história do Rio de Janeiro

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Carnaval Sustentável: saiba como curtir a folia sem prejudicar o meio ambiente

Carnaval Sustentável: saiba como curtir a folia sem prejudicar o meio ambiente (Com tantas belezas naturais, paisagens deslumbrantes e cenários que já são tradicionais do Carnaval brasileiro, o folião pode fazer sua parte ajudando na preservação ambiental. (Foto: Divulgação))

O Carnaval é um dos eventos mais esperados do ano, reunindo milhares de foliões em blocos de rua, festas e desfiles. No entanto, a celebração também pode gerar impactos ambientais significativos, como o excesso de lixo e o frequente uso materiais de difícil decomposição, como plásticos, por exemplo. É possível aliar diversão com sustentabilidade e a Agência de Notícias do Turismo listou algumas dicas para os mais de 53 milhões de foliões aproveitaram a festa de forma mais consciente, preservando sempre os nossos destinos.

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Com tantas belezas naturais, paisagens deslumbrantes e cenários que já são tradicionais do Carnaval brasileiro, o folião pode fazer sua parte ajudando na preservação ambiental. Para continuar brilhando sem culpa, escolha opções de glitter biodegradáveis feitas de celulose vegetal e que são mais facilmente dissolvidos na natureza.

Os copos descartáveis também são grandes vilões do meio ambiente, pois demoram centenas de anos para se decompor. Uma alternativa é levar seu próprio copo reutilizável, que pode ser usado durante toda a festa, reduzindo a produção de lixo plástico. Bebidas enlatadas também são uma opção mais sustentável, já que grande parte desse material pode ser reciclado e ainda gera uma economia verde.

Outra dica é que em vez de comprar fantasias novas, reaproveite roupas antigas ou crie novas combinações com peças que você já tem em casa. E vale garimpar em brechós ou trocar figurinos com amigos. Evite distribuir confetes de papel laminado ou plástico, que são difíceis de recolher e ainda podem acabar entupindo bueiros ou ir pararem em rios e mares. Se quiser manter a tradição, opte por confetes de papel reciclado ou até mesmo as folhas secas picadas.

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Os deslocamentos também podem ser mais sustentáveis. Prefira transporte público, bicicleta ou caronas compartilhadas para reduzir a emissão de poluentes e evitar congestionamentos.

Com pequenas atitudes, é possível curtir o Carnaval sem prejudicar o meio ambiente. A diversão pode (e deve!) caminhar lado a lado com a responsabilidade ambiental. Vamos juntos fazer um Carnaval mais verde e consciente!

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Queda de árvores centenárias na sede da COP 30 expõe urbanização desordenada e efeitos da crise climática, dizem especialistas

Em 2025, já foram 16 quedas de pés de mangueira em diferentes pontos da cidade.

Um mapeamento técnico identificou 47 árvores que necessitam de manutenção urgente, sendo 27 delas com risco iminente de queda.

Especialistas sugerem que as árvores que caem sejam substituídas por manguitas, que são da mesma família das mangueiras, porém, têm risco menor de queda.

Belém do Pará é conhecida pelas grandes e frutíferas mangueiras, plantadas no fim do século XIX. Mas as árvores centenárias se tornaram um problema no período chuvoso no começo de cada ano. Só em 2025, foram ao menos 16 quedas de pés de mangueira em diferentes pontos da cidade, que recebe a Conferência do Clima da ONU em novembro de 2025.

Belém, conhecida como a “cidade das mangueiras”, registrou a queda de 46 árvores em 2024 e 48 em 2023. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), a maiores das árvores que caíram são mangueiras.

Especialistas relacionam o problema:

a causas naturais, como o envelhecimento das árvores;

à falta de monitoramento eficaz do poder público, em uma cidade que utiliza a arborização como um de seus cartões-postais

aos eventos das mudanças climáticas, com calor, chuvas e ventos casa vez mais intensos

Segundo especialistas, boa parte das árvores que caem na cidade são considerados centenários e sofrem com a falta de cuidados necessários para manter uma árvore de mais de 100 anos em pé.

“Essas mangueiras foram plantadas em 1905, 1910, por aí, então são árvores velhas que precisam de um cuidado maior. Estamos vendo essas mangueiras caindo justamente nos bairros onde essas primeiras árvores foram plantadas, como o bairro de Nazaré e da Batista Campos, por exemplo”, diz o professor Cândido Oliveira da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

“Essas mangueiras foram plantadas em 1905, 1910, por aí, então são árvores velhas que precisam de um cuidado maior. Estamos vendo essas mangueiras caindo justamente nos bairros onde essas primeiras árvores foram plantadas, como o bairro de Nazaré e da Batista Campos, por exemplo”, diz o professor Cândido Oliveira da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

Um mapeamento técnico realizado no início de fevereiro deste ano pela Semma de Belém identificou 47 árvores que necessitam de manutenção urgente, sendo 27 delas com risco iminente de queda.

Por meio de inspeção visual, avaliação da saúde das árvores e laudos técnicos, o levantamento identificou 110 árvores que precisam passar por manutenção. Segundo a administração municipal, os serviços já estão em andamento.

Quedas, prejuízos e perigos para quem trafega no entorno

No dia 29 de janeiro, uma mangueira de grande porte caiu na travessa Doutor Moraes, entre as avenidas Braz de Aguiar e Nazaré, após uma forte chuva. A árvore caiu por cima cabos de fiações elétricas e de três carros que estavam estacionados.

➡ Fiação elétrica exposta

Após a queda, a fiação elétrica ficou exposta por cerca de uma hora, tornando o local intrafegável. Quem tentava passar pela rua era alertado pelos moradores do entorno que havia o risco de choque elétrico.

➡ Falta de energia

O local ficou sem energia por quase 24h, desde a queda até o momento do retalhamento e retirada da árvore. Moradores e comerciantes precisaram ficar no escuro e preocupados com os mantimentos guardados na geladeira, que poderiam estragar.

➡Perda de bens materiais

O administrador Thiago Leal havia acabado de estacionar o carro, avaliado em R$ 200 mil, para deixar a filha de três anos e a esposa em um curso nas redondezas. Foi só o tempo de chegar na porta da instituição para ver o carro ser destruído pela queda.

Um dos carros atingidos pertence a Ricardo Milomes, 57 anos, que é proprietário de um ponto de pastel que funciona na área há 20 anos. O comerciante utilizava o carro para transportar mercadorias do estabelecimento.

Segundo o comerciante, a condição da árvore vinha sendo denunciada há anos, uma vez que tinha cupins, partes ocas e plantas parasitas que naturalmente enfraquecem uma árvore.

Em 2023, uma árvore neste mesmo perímetro veio abaixo e quatro carros foram atingidos. Em um deles, um casal ficou preso, onde precisou ser resgatado.

De acordo com o professor Cândido, o crescimento da urbanização rápida e não planejada pode diminuir a saúde e o período de tempo de vida dessas árvores.

“Essas mudanças desequilibradas acabam interferindo no crescimento da raiz, por exemplo, o que impacta na sustentação da árvore. Também tem as “golas” de cimento que fragilizam essas raízes”, afirma.

“Essas mudanças desequilibradas acabam interferindo no crescimento da raiz, por exemplo, o que impacta na sustentação da árvore. Também tem as “golas” de cimento que fragilizam essas raízes”, afirma.

Segundo ele, a forma como as pessoas se relacionam com as árvores e com os espaços onde elas estão inseridas também podem influenciar no desenvolvimento – positivo ou negativo – dessas estruturas, mas é certo que a falta de fiscalização e monitoramento influencia – e muito – no contexto de uma árvore tornar-se um perigo para a sociedade.

O especialista em agronomia listou alguns fatores que explicam por que muitas árvores têm caído em Belém.

🌳 Criação de calçadas e pavimentação asfáltica: a construção de calçadas e a inserção de asfalto necessitam da retirada de parte das raízes crescidas no solo, o que impacta diretamente na sustentação da árvore.

🌳 Pregos no caule: o hábito de perfurar o caule das árvores com pregos, parafusos e outros materiais.

🌳 Plantas parasitas: muitas das árvores de têm a presença de ervas-de-passarinho, planta trepadeira e parasita, que, ao se alimentar das árvores, diminui a qualidade de vida da árvore.

🌳 Árvores mortas: a maioria das árvores que caíram neste período em Belém estavam mortas e com as raízes apodrecidas. O professor conta que a impermeabilidade do solo concretado auxilia no processo de redução das raízes e até na saúde das árvores.

Influência da crise climática

Juliano Ximenes, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA, especialista em urbanismo e integrante do Laboratório Cidades da Amazônia (Labcam), contextualiza o cenário histórico das mangueiras e o que pode ocasionar elas caírem com mais frequência a cada ano.

As mangueiras, apesar de bem adaptadas, não têm origem na capital e foram trazidas da Ásia, no fim do século XIX, e se adaptaram ao bioma amazônico facilmente. No entanto, o pesquisador diz que a interação das árvores com ambiente urbano tem afetado as mangueiras.

“À medida em que a cidade começa a ter tubulações enterradas, fiações aéreas, energia elétrica, ruídos, vibrações e outros avanços, a árvore começa a ser afetada e passa por uma processo de degradação”, explica.

“À medida em que a cidade começa a ter tubulações enterradas, fiações aéreas, energia elétrica, ruídos, vibrações e outros avanços, a árvore começa a ser afetada e passa por uma processo de degradação”, explica.

O professor analisa que esse ambiente urbanizado causa danos à árvore, incluindo alagamentos que chegam com a água contaminada pelo lixo e outros dejetos, levando-a a um estresse e, logo, à diminuição da saúde e do tempo de vida.

As mudanças do clima também são fatores que influenciam nesse fenômeno de quedas, de acordo com o especialista. A frequência com que fatores climáticos têm ocorrido na cidade aumentou, o que pode justificar uma maior incidência de queda.

“Tudo está muito exacerbado. Chove demais, está quente demais, e o que antes ocorria eventualmente, agora acontece o tempo todo, e as árvores antigas já não possuem mais a mesma vitalidade de antes, quando aguentavam mais essas influências da natureza”, afirma.

“Tudo está muito exacerbado. Chove demais, está quente demais, e o que antes ocorria eventualmente, agora acontece o tempo todo, e as árvores antigas já não possuem mais a mesma vitalidade de antes, quando aguentavam mais essas influências da natureza”, afirma.

Apesar de entender que fatores climáticos influenciam, Juliano chama atenção para a responsabilidade do poder público.

“Os órgãos competentes teriam que ter uma melhor estrutura, equipamento, pessoal e veículo para vistoriar essas árvores, além de atender ao chamado da população e ir periodicamente fazer esse monitoramento da vegetação”.

“Os órgãos competentes teriam que ter uma melhor estrutura, equipamento, pessoal e veículo para vistoriar essas árvores, além de atender ao chamado da população e ir periodicamente fazer esse monitoramento da vegetação”.

Projeto mapeia árvores com risco de queda

Uma parceria entre pesquisadores da UFRA e da Universidade Federal do Pará (UFPA) busca realizar um levantamento nos bairros de Belém para verificar a saúde das plantas.

O monitoramento permite prever a necessidade da retirada ou não da árvore, indicar espécies que realmente se enquadram com as características das regiões, além de verificar se estão em locais adequados.

Junto à Semma, relatórios são realizados indicando quais as necessidades de cada árvore mapeada.

“Nós solicitamos, por exemplo, uma poda na copa delas para diminuir o tamanho sem prejudicar a estrutura das árvores”, disse o pesquisador Cândido.

“Nós solicitamos, por exemplo, uma poda na copa delas para diminuir o tamanho sem prejudicar a estrutura das árvores”, disse o pesquisador Cândido.

Além das raízes que também estão sendo analisadas, outra sugestão dos especialistas é plantar uma árvore da espécie “manguita” no lugar das árvores que tombaram na capital.

As manguitas pertencem à mesma família das mangueiras, porém, têm risco menor de queda por ser uma árvore de porte menor, que cresce entre 7 e 12 metros.

De acordo com a Lei 8.909, de 29 de março de 2012, que dispõe sobre o Plano Municipal de Arborização Urbana de Belém, quando há o tombamento de uma mangueira, é preciso plantar outra no lugar e as manguitas são algumas das opções da mesma família, sendo a mais viável no momento para evitar grandes danos à cidade.

“Nós decidimos legalmente que a mangueira representa o município de Belém. Uma espécie importante para a gente, que nos dá sombra, nos dá frutos, ajuda a regular a nossa umidade, entre outros. Então a gente não não pode abrir mão dela. A gente tem que repor essas espécies, arborizar, revegetar, tudo em paralelo a um monitoramento que precisa vir acontecer, não é?”, pontua Juliano.

“Nós decidimos legalmente que a mangueira representa o município de Belém. Uma espécie importante para a gente, que nos dá sombra, nos dá frutos, ajuda a regular a nossa umidade, entre outros. Então a gente não não pode abrir mão dela. A gente tem que repor essas espécies, arborizar, revegetar, tudo em paralelo a um monitoramento que precisa vir acontecer, não é?”, pontua Juliano.

VÍDEOS com as principais notícias do Pará

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7 quilos, com medo de nadar: Nur, a filhote brasileira de urso polar, encontra o público; veja imagens

Após ficar 102 dias isolada em uma toca desde seu nascimento, Nur, a primeira filhote de urso polar nascida oficialmente na América Latina, foi apresentada ao público do Aquário de São Paulo nesta quinta-feira (27/2).

O nascimento de Nur, cujo nome significa “luz” em árabe, foi revelado pela BBC News Brasil em 13 de fevereiro.

Após o parto, que ocorreu na manhã de 17 de novembro do ano passado, mãe ursa e a filha ficaram isoladas em uma toca escura.

Nur, que nasceu com 400 gramas, agora já pesa 7 quilos. Segue todos os passos da mãe num espaço mantido em temperaturas em torno de 4?°C.

A ursinha ainda hesita em entrar na água atrás dela. Segundos os veternários, é normal ainda tenha medo de nadar, habilidade que vai aprender imitando a mãe, e isso pode levar alguns meses.

“A chegada de Nur contribuirá para conscientizar o público e manter um compromisso com a preservação ambiental”, diz o diretor do Aquário, Anael Fahel.

Nur inaugurou uma estatística na América Latina. Especialistas em ursos polares de diferentes países consultados pela BBC News Brasil disseram ser oficialmente a primeira vez que o nascimento de um filhote de urso polar é registrado na região.

A ursinha é filha do casal formado por Aurora e Peregrino, que há uma década moram em São Paulo.

A equipe do Aquário de São Paulo disse ter registrado a cópula da dupla em maio de 2024. Cinco meses e meio depois, Nur nasceu.

Aurora, no entanto, já tinha dado à luz anteriormente, em 2023, mas o filhote não resistiu aos primeiros dias de vida. Um estudo publicado no Canadian Journal of Zoology aponta que 44% dos ursos polares não chegam a completar um ano.

Nur foi o sexto filhote de urso polar nascido em todo o mundo em 2024. Foram quatro na Rússia, um na Alemanha, além do filhote brasileiro.

Vídeo exclusivo

No começo do mês, a BBC News Brasil mostrou pela primeira vez as imagens da cópula de Aurora e Peregrino.

Os vídeos também mostram os cuidados da mãe nas primeiras semanas do bebê e os passos ainda desajeitados da cria.

Laura Reisfeld, chefe do departamento veterinário e porta-voz do Aquário de São Paulo, é quem segue de perto o desenvolvimento de Nur.

“Acordei com o coração na boca. Foi emocionante! Eu me arrepio só de lembrar”, diz ela, recordando os primeiros momentos após o nascimento da filhote.

“Já vi esse vídeo mil vezes e, se eu assistir mais mil, eu vou me emocionar com o instinto da mãe. O bebê grita, e o instinto dela na hora é de acolher e aquecer.”

“É surreal ver um animal super ameaçado nascendo debaixo dos seus olhos. Acho que foi a experiência mais maluca e incrível da minha vida.”

Na natureza, estima-se uma população de cerca de 26 mil ursos polares, a maioria no Canadá.

A espécie está vulnerável à extinção — com as mudanças climáticas um fator-chave no seu declínio.

Após a cópula do casal de ursos no ano passado, os tratadores e veterinários do Aquário de São Paulo começaram a monitorar uma possível gestação.

Não era possível ter certeza, porque não há um exame de gravidez confiável para ursos polares. A espessa camada de gordura do animal impede, por exemplo, que seja feito um ultrassom.

Mas outro importante sinal de gestação foi identificado pelos veterinários: uma mudança na dieta de Aurora.

Como uma ursa chega a ficar meses sem se alimentar enquanto se dedica exclusivamente ao filhote, ela se prepara para esse período em jejum comendo bastante.

Isso ocorre porque a reserva de gordura é essencial para a produção de leite para alimentae o filhote.

Em algumas semanas, a ursa começou a dormir mais, ficar mais tempo em repouso e a negar a alimentação — sinais dos momentos finais de uma gravidez.

Nasce Nur, a ursa polar brasileira

Aurora, à esquerda, deita ao lado de Nur

O nascimento de Nur provocou euforia nos funcionários do Aquário, mas também preocupação, porque as primeiras semanas eram cruciais para a vida da bebê.

A reprodução do urso polar é um desafio, dizem os especialistas. Primeiro, porque existem só alguns casais de ursos polares em zoológicos ao redor do mundo.

Além disso, o casal precisa se dar bem e a dupla estar saudável para a reprodução. Após o nascimento, a mãe também precisa desenvolver o instinto de cuidado com o filhote.

Logo nos primeiros momentos de vida, Aurora demonstrou preocupação com Nur, que se desenvolveu bem.

Com as boas notícias, o Aquário preparou uma força-tarefa à espera de aumentar a visitação e receber até 4 mil pessoas por dia.

A empresa anunciou o plano de dobrar o número de educadores ambientais para 20, além de reformar e instalar televisores na área onde vivem mãe e filhote.

De acordo com o zoológico de Berlim, na Alemanha, o nascimento do urso polar Knut, em 2006, atraiu mais de 2 milhões de visitantes.

O filhote virou tema de brinquedos, camisetas, filme e ganhou até uma biografia. Mas morreu aos 4 anos, após ter uma convulsão e desabar em um fosso — diante de muitos visitantes que estavam lá para vê-lo.

‘Devolvam os ursos para a Rússia’

A história do casal de ursos polares no Brasil começou há dez anos, quando eles chegaram vindos do zoológico de Kazan, na Rússia.

Peregrino nasceu no zoológico russo. Já Aurora ficou órfã com a irmã depois que a mãe delas foi morta por caçadores no Ártico.

Antes mesmo de aterrissarem em São Paulo, a presença dos ursos polares foi duramente atacada por grupos de proteção animal com protestos semanais, faixas, gritos de palavras de ordem e uma pressão para desestimular a visitação e o financiamento do espaço.

Os manifestantes argumentavam que o interesse do Aquário em manter esses animais em cativeiro e estimular sua reprodução é exclusivamente comercial, por meio da cobrança de ingressos para visitação.

Atualmente, a entrada para um adulto visitar o Aquário de São Paulo custa R$ 120. Há descontos para crianças, estudantes, idosos e outros grupos. O local diz receber mais de meio milhão de visitantes por ano.

Os ativistas também dizem que o espaço de 1,5 mil metros quadrados, onde os ursos vivem no Aquário, é insuficiente para o bem-estar deles e pedem para que os animais sejam devolvidos para o território russo.

Aquário de São Paulo afirma que a cópula entre os ursos Peregrino e Aurora é um sinal de que eles estão felizes

Uma norma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) prevê um espaço mínimo de 300 m² para cada casal de ursos polares abrigados no Brasil.

Em entrevista à BBC News Brasil, Robert Young, doutor em preservação da vida selvagem e professor na Universidade de Salford, na Inglaterra, avaliou que, embora o ambiente onde os ursos ficam em São Paulo possa parecer pequeno, o que mais conta é a qualidade do espaço onde os animais estão, além de respeitar o tamanho mínimo exigido por lei.

“Obviamente, é mais fácil colocar mais recursos em uma área grande”, diz Young.

Para o especialista, o raríssimo nascimento de um animal exótico como um urso polar em um país tropical pode gerar debates positivos sobre conservação ambiental.

“Muitas pessoas vão querer ir ao aquário ver o urso e mais gente vai buscar entender o comportamento desse animal na natureza. Vão descobrir que a região do polo norte foi muito atingida pelo aquecimento global e que há uma consequência disso inclusive para as pessoas que vivem no Brasil”, diz Young.

“Nascimentos como esse podem mudar o comportamento das pessoas e suas culturas. [O público] poderá ver o bebê e refletir sobre o que aconteceu de errado para essa espécie estar em extinção.”

A equipe do Aquário afirma que o ambiente onde os ursos vivem tem tanque com 1 milhão de litros de água refrigerada para os animais nadarem.

Além disso, há um teto retrátil que permite que os ursos recebam luz solar nos dias mais frios do inverno e outono paulistanos.

O Aquário reconhece que o melhor ambiente para um animal selvagem é a natureza.

Por outro lado, afirma que, sem condições de estar inserido na vida selvagem, o nascimento de um filhote é um sinal de bem-estar e que os ursos polares estão confortáveis.

Aos 3 meses de vida, Nur já tem um volume considerado de pelos e já anda com mais firmeza

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Rio terá grande biblioteca na região portuária, anuncia Eduardo Paes

No ano em que o Rio será a Capital Mundial do livro, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anuncia o lançamento de um concurso internacional para a construção de uma grande biblioteca pública na região portuária do Rio, que vai ser um pouco biblioteca pública e arquivo geral do município.

– A gente quer criar mais um ícone na região do centro, criar mais um símbolo importante para aquela região.

O prefeito diz que, no próximo ano, vai provocar as escolas de samba que façam enredos sobre a literatura internacional e nacional. Ainda sobre o carnaval, Paes vê com bons olhos que a Sapucaí tenha mais um dia de desfiles e diz que o ideal é que o carnaval seja sustentável do ponto de vista financeiro.

Confira a entrevista:

Miriam: O presidente do seu partido, Gilberto Kassab, critica o governo, disse que o ministro Fernando Haddad é fraco e não faz as coisas andarem e que o presidente Lula vai perder a eleição em 2026. O que o senhor acha da opinião do presidente do seu partido?

Paes: Eu estou naquela fase da vida, que eu estou focado aqui na prefeitura. Então eu tô fugindo de…

Está fugindo da pergunta também.

É, também. Mas (fugindo de) interpretar um pouco essas coisas da política nacional. Porque, enfim, eu acho que estamos muito longe da eleição ainda. Eu tenho acompanhado a queda de popularidade do Lula. Mas eu acho que tem um sentimento de pânico geral. Tem um ano e meio até a eleição, para começar o processo eleitoral. Acho que a população não está ligada ainda em eleição, não está nem conectada que vai ter eleição em 2026. Acho que isso é um pouco do debate da política mesmo.

Não conversei com Kassab sobre o tema, provavelmente ele já tinha tido acesso a alguma pesquisa antes do grande público, para saber que estava havendo uma queda de popularidade por esse ou por aquele motivo. Te confesso que a minha relação com o presidente Lula é de muita objetividade, de muita ajuda ao Rio de Janeiro.

Acho que o presidente Lula é um dos poucos políticos nacionais que tem clareza do papel que o Rio pode cumprir para o Brasil, essa face internacional que o Rio tem. Ele ajuda muito o Rio. A escolha do Rio como a sede do Brics é uma decisão política. Fiz o G20 no Rio de Janeiro, vou fazer o Brics no Rio de Janeiro. Agora eu estou pleiteando a história de capital honorária.

É simbólico, mas é importante para um lugar que foi retirado como capital do Brasil sem nenhum tipo de compensação. E depois há a fusão feita pela ditadura militar, de uma maneira abrupta, sem nenhum tipo de olhar. Não estou querendo que a capital venha de Brasília, mas é uma espécie de reconhecimento simbólico que se dá muito mais nesse gestual.

Não tem nenhum efeito concreto, exceto a imagem?

Concreto não, mas ele tem um valor simbólico e que claro que pode abrir para outras oportunidades. Hoje o Lula é o presidente, amanhã vai ter outro presidente….

Queria voltar num ponto, sua opinião sobre o ministro Haddad. Você vê o ministro sem capacidade de realização?

Posso falar aqui pela minha realidade na cidade do Rio de Janeiro. O desemprego diminuiu, a economia cresceu, a arrecadação da prefeitura aumentou e voltamos a ter acesso a crédito. A prefeitura tem a lei de responsabilidade fiscal, que estabelece 120% de capacidade de endividamento sobre as receitas correntes líquidas. Nós estamos em 40%, é baixíssimo o endividamento do município. E até pouco tempo atrás a gente não conseguia contrair dívida. Agora eu busco financiamento, reformei todos os BRTs, estou fazendo o corredor do Anel Viário ali na Zona Oeste e Campo Grande, ou seja, eu tenho que olhar sobre essa perspectiva do município.

E eu também, vou meter aqui numa seara que não sou especialista, Mas eu vejo muito a fala do mercado, que o dólar subiu muito porque o Lula não fez o ajuste fiscal que o mercado desejava. O ajuste fiscal não veio e o dólar está caindo. Da minha realidade aqui de prefeito, o que eu tenho tido no ministro Haddad, é um grande parceiro.

O índice de desemprego chegou em determinado momento a 15%, 16%, e que baixou agora enormemente, voltamos a uma posição adequada, que o Rio sempre ocupou nas regiões metropolitanas brasileiras, sob a minha perspectiva Estamos avançando, a pobreza diminuiu. Não tenho aqui a capacidade de fazer uma análise no longo prazo. Isso é um voo de galinha ou não é um voo de galinha.

Vamos pensar no carnaval. O carnaval esse ano vai ser três dias de desfile do Grupo Especial. Não é demais? Não vai cansar a cidade?

Eu vou ficar cansado, certamente. Eu acho que a cidade celebra. Primeiro, o carnaval ficou comprovado esse ano, inclusive no caso da Sapucaí, que ele é um ciclo de mais de um mês. Primeiro tem os blocos oficiais que já estão há um mês na rua. Aí tem o tal do carnaval que não é oficial, que todo mundo sabe que tem, que a gente tem que ficar atrás dos blocos que se recusam a informar onde vão desfilar.

Depois os ensaios técnicos esse ano na Sapucaí, que foram um enorme sucesso:120 mil pessoas acompanhando as escolas de graça. Isso é uma super oportunidade. E tem uma modelagem interessante que a Liesa está propondo, que é olhar essa história mesmo do Business Carnaval. É uma manifestação cultural incrível, com tudo aquilo que a gente sabe que as escolas de samba transmitem na Sapucaí, mas isso representa uma atividade econômica importante para a cidade.

Então, três dias é mais turista, é mais tempo do turista gastando, é mais oportunidade de vender ingresso. O meu sonho, e acho que a Liesa começa a caminhar nessa direção, é o seguinte: o ideal é possível que o carnaval seja sustentável, só do ponto de vista financeiro. se tenha mais a necessidade do subsídio público para o carnaval.

Na hora que ganha os direitos de TV, na hora que vende, eles organizaram essa coisa de cervejas nos camarotes. Tudo é mais dinheiro para as escolas, que precisam de melhores condições e vão passar a depender menos dos patronos.

Podemos transformar essa atividade cultural e social tão importante que são as escolas de samba em uma atividade sustentável economicamente. Eu acho que é isso que a Liesa está buscando nesse momento. Eu acho que é uma bela iniciativa. Eu estou preocupado com a minha saúde física (risos).

Como é que você vai acompanhar?

Vou nos dois dias do grupo de acesso e depois são três dias de Especial. Antes eram dois dois dias para descansar, terça e quarta, agora só tem a quarta-feira de cinzas. Mas a gente vai com fé.

Esse ano vai ter muito evento, o que é a Capital Mundial do livro? O que vai significar isso na prática para quem mora aqui?

Primeiro, tem um aspecto cultural importante, temos que ampliar cada vez mais a cultura da leitura. O Rio é uma cidade marcada em todas as suas esquinas por nomes incríveis da literatura brasileira. Você tem aqui a sede da Academia Brasileira de Letras.

Dia 23 de abril, dia de São Jorge, é o dia que o Rio oficialmente vira a capital mundial do livro. Vamos fazer um grande lançamento, a Academia Brasileira de Letras está nos ajudando nisso. Estamos montando uma programação que está quase concluída, e vai ter muita coisa acontecendo pela cidade. Queremos criar bibliotecas nos BRTs. Vai ter uma estante, e pode-se fazer a troca gratuitamente. Muita parceria com a Biblioteca Nacional, com o Arquivo Nacional e com a Academia Brasileira de Letras.

Queremos provocar as escolas de samba do ano que vem. A gente nunca obriga, mas induz. Vamos tratar da literatura mundial, claro, puxando para a literatura brasileira. Então, um pouco esse esforço de trazer essa cultura e, claro, fortalecer na base. Nós temos quase 700 mil crianças nas nossas escolas.?

Temos uma novidade que eu não contei ainda: vamos lançar um concurso internacional para a construção de uma grande biblioteca pública na região portuária do Rio, que vai ser um pouco biblioteca pública e arquivo geral do município. E essa biblioteca é mais um ícone, a gente quer fazer na região do centro, criar mais um ícone, mais um símbolo importante para aquela região.

Durante a campanha falou-se muito de guarda municipal armada, que era a proposta do seu adversário, Alexandre Ramagem. E agora você tem defendido uma força policial armada. Eu queria entender isso. É outra força? É a atual guarda armada? É uma outra força? Como é que você pretende viabilizar isso?

Primeiro, esse tema passou a ser o tema prioritário da população brasileira e, no caso do Rio de Janeiro, muito mais.

Aliás, hoje a pesquisa da Quaest já aponta o Rio de Janeiro como 71% achando que a segurança é o grande problema do país.

Você tem vantagens de ser prefeito tetra, o que me dá muito orgulho. Na minha primeira eleição, o grande tema era a saúde. Na minha segunda eleição, o grande tema era saúde de novo. Na minha terceira eleição, o grande tema era transporte.

Já na eleição do ano passado, o grande tema era segurança. E os municípios sempre tiveram um papel muito tímido no campo da segurança pública. Então você tem uma série de fatores, e o principal, certamente, é a decisão do Supremo Tribunal Federal, que foi consolidada recentemente, mas que ela já vinha sendo a vitória da possibilidade de municípios fazerem o patrulhamento ostensivo, preventivo, comunitário nas ruas da cidade.

E no caso do Rio, óbvio que vai ter que haver uma integração com as forças policiais do Estado, mas a falência da política de segurança pública do Estado faz com que esse tema seja mais premente ainda. Eu estou assumindo a presidência da Frente Nacional de Prefeitos por um motivo só. É claro que você tem que defender o municipalismo, o papel que as prefeituras têm a cumprir no Brasil, mas o tema da segurança é cada vez mais cobrado dos governos locais.

O modelo que a gente está tentando implementar aqui no Rio, eu vou dar um exemplo aqui. Ele não vai resolver o problema do Complexo de Israel, este tipo de combate, às organizações criminosas, milícias, narcotraficantes.

Vou dar um exemplo. Ontem viralizou na internet, um assalto, uma senhora de bicicleta no parque do Flamengo foi cercada com os bandidos tentando roubar a bicicleta dela. Esse é o típico caso que a Força Municipal pode ajudar.

Não vai enfrentar o problema da milícia, da ocupação territorial, das barreiras que fazem isso. Vai continuar sendo o papel da polícia militar, da polícia civil, que é a polícia investigativa, a polícia judiciária, que cumpre esse papel. Essa integração vai ser muito importante e imaginamos também poder liberar as forças policiais tradicionais, Polícia Militar, Polícia Civil, para o seu papel mais de combate ao crime organizado.

Mas você está falando da Guarda Municipal ou você está falando de uma outra força armada?

Na lei orgânica do município do Rio, está determinado que o município poderá criar guardas municipais a diferentes tempos. Nós temos uma guarda municipal que não foi treinada, não tem a cultura, seus concursos públicos não foram com a cultura dos armas. Não estou a fim de criar mais uma força que seja suscetível a virar milícia no Rio de Janeiro.

Por exemplo, criamos essa força municipal, permitirmos o ingresso de guardas municipais, vai ter um processo seletivo, ele chegando nessa força municipal, mantendo ele como servidor estatutário, ele vai ter um treinamento como se ele estivesse entrando nessa força municipal, como se fosse uma coisa nova pra ele. E ali ele vai ter condições diferentes.

São novos contratados para a mesma guarda.

Na verdade, a gente quer fazer uma espécie de concurso público com algumas premissas. Por exemplo, entendemos que tem muita gente que sai deste modelo de militarismo temporário, como CPOR, do exército, mas tem Marinha, aeronáutica. Tem um treinamento, em geral, passaram lá oito anos e que tem todas as condições, claro, com devido processo seletivo, de ser contratado pelo município.

Queremos criar um modelo de policiamento ostensivo, de policiamento comunitário, de policiamento preventivo, que parta da premissa de respeito aos direitos do cidadão, mas também que possa agir com a energia necessária para o combate a essa bandidagem que toma conta das ruas das cidades brasileiras.

Porque é sempre uma confusão. Ficamos sempre naquele negócio, ou é a sociologia excessiva, ou passar a mão na cabeça do delinquente, ou então eu tiro na cabecinha, como se o Estado fosse um assassino. O Estado não pode se comparar a um bandido, por isso o Estado tem o monopólio da força. O Estado pode até, se ameaçado, pode até vir a matar. Mas o papel principal do Estado é deter esse criminoso, prender e levar a julgamento.

O que a gente quer é uma guarda, que seja uma polícia, uma força municipal que seja firme e que possa proteger o cidadão. Agora, tem um desafio. Sabemos que os municípios têm aí atribuição na educação, na saúde, a pressão sobre os municípios é muito grande. Quando vem essa pressão da segurança pública, significa um custo. Vou dar um exemplo concreto. Até o meu mandato passado, eu não subsidiava passagem de ônibus no Rio de Janeiro. Eu criei o subsídio. Hoje, tem lá entubado no orçamento da prefeitura R$ 1,5 bi esse ano para pagar subsídio de ônibus. Na hora que você cria uma força municipal e começa a endereçar o problema da segurança pública, você está colocando mais um custo para os municípios.

Acontece com São Paulo, lá com o Ricardo (Nunes), acontece com João Campos do Recife, acontece com o Jota ali em Maceió. Precisamos discutir isso a nível nacional, porque os municípios cada vez mais estão sendo demandados para prestar serviços que seriam de outros níveis da federação pela proximidade dos prefeitos. E os recursos não são iguais para isso. Esse é o esforço que a gente vai fazer.

No Rio de Janeiro, já há algum tempo, a gente não tem clareza do que é uma política de segurança pública. Nós temos, hoje, nesse momento, três secretarias cuidando do tema. Uma decisão do Supremo, que eu já manifestei contrária, a ADPF…

Mas como proteger o alvo de sempre? O meu medo é criar mais uma força policial ou botar mais policiais na rua que vão atirar contra uma pessoa negra, como já acabou de acontecer agora na Penha com o Igor e o Tiago. O Igor é estudante, ele quer ser jornalista e está agora lutando pela vida num hospital. Sendo inocente, foi acusado. Como evitar a propagação desse problema que o Brasil tem, dessa tragédia que o Brasil tem, que é matar jovens negros.

Por isso, talvez esteja aí a explicação da gente não sair: “vamos armar toda a Guarda Municipal, pegar 7.500 homens que não foram treinados, nem fizeram concurso para andar armado, daqui a pouco vamos armar essa turma toda.”

Temos que entender que o Estado precisa agir, precisa ser duro, precisa ser firme no combate à violência, mas que isso tem que ser feito dentro da legalidade. Quando você olha para essa história da ADPF, eu conversei isso com vários ministros.

Você era a favor e ficou contra isso? A decisão do o ministro Edson Fachin

Não, sempre fui contra. Se você olhar a decisão do ministro Fachin, não diz nada demais ali. Manda cumprir a lei. Respeite a lei.

Agora, tem um problema na origem da narrativa. Porque, na minha opinião, não é papel do Supremo, e eu conversei isso com o ministro do Supremo, com todo o respeito, como é que o Supremo vai ficar controlando, dando um manual de procedimentos para polícia? Existem caminhos para esse controle da legalidade, não é papel do Supremo. E o pior dessa ADPF é que ela virou uma desculpa para não se fazer nada no Rio de Janeiro.

A incompetência da política de segurança pública do atual governo, ela é justificada pela ADPF, que é uma mentira. Eu vou dar um exemplo. As pessoas conhecem muito pouco o Rio de Janeiro. Dizem, a comunidade de Brás de Pina. Brás de Pina é um bairro, Parada de Lucas é um bairro. Cordovil é um bairro. Cidade Alta é um bairro. Todos com ruas e serviços públicos. Então não tem desculpa nenhuma, até porque a ADPF supostamente só incide sobre comunidade, para ter um sujeito lá que vira dono do chamado complexo de Israel. Sabe o que falta? Autoridade. Vergonha na cara. E quando falta autoridade, quando falta política clara, é que esses agentes da lei, que não são conduzidos da forma adequada, sem autoridade adequada, acabam cometendo esses absurdos.

Quando eu vejo você falando com esse ânimo todo sobre uma questão que é uma questão principalmente estadual, eu vejo aí um candidato a governador do Rio de Janeiro em 2026. É isso?

Olha só, eu não vou deixar de tratar dos temas da minha cidade Eu disse que eu não vou ser candidato a governador. Eu acho que é uma agonia do cidadão carioca E isso ficou muito claro na eleição de 2024. Covardemente, os meus adversários, que aliás estão governando o estado do Rio de Janeiro e implementando essa política de segurança há seis, sete anos, tentavam imputar a mim os problemas na segurança pública do Rio de Janeiro. Barreiras, barricadas, Complexo de Israel, esses absurdos que estão acontecendo no Rio de Janeiro.

E a gente fez esse debate de maneira muito franca, e óbvio, há a decisão do Supremo a possibilidade do prefeito passar a ter uma postura mais ativa nesse tema e ter os instrumentos para enfrentar.

Agora, de novo, a gente tem que dizer claramente para a população o que é que um prefeito vai poder fazer e o que é que um prefeito não vai poder fazer. Portanto, o Complexo de Israel é, para mim, o menor exemplo, porque ele ficou famoso. Tem tantas áreas da cidade piores.

Outro dia eu fui a Senador Camará, e na Estrada do Taquaral em cada extremidade tem uma cancela com pneus para queimar. Eu nunca vi coisa igual. E olha que eu ando pelas ruas do Rio de Janeiro desde que eu sou subprefeito, fui subprefeito do bairro Jacarepaguá, há exatos 33 anos. Nunca vi isso.Ando em Senador Camará há 30 anos. Nunca vi isso acontecendo. E não é uma comunidade.

A ADPF não incide ali. Portanto, o que eu tenho alertado os ministros do Supremo, é que é um tema errado. Deleguem isso para o controle da legalidade, a justiça do Rio de Janeiro, a polícia federal. Porque é impossível a partir de uma visão de Brasília, sem conhecer essa realidade, estabelecer esses procedimentos e respeitar a lei é a obrigação do Estado. Estamos sendo redundante e, de novo, dando narrativa para a incompetência de uma gestão política de segurança pública que não existe.

Há projetos imobiliários e arquitetônicos que estão incomodando muita gente, porque implicam em derrubada de árvores no Jardim de Alah e também no Alto Gávea. E eu quero que você me explique o seguinte, tem mesmo que derrubar árvores para fazer esse projeto arquitetônico, este projeto imobiliário? Ou não é para fazer projeto imobiliário da Gávea? Como é que você está vendo essas pressões que estão na cidade, estão nas placas, estão nas redes sociais?

Primeiro, toda essa avaliação de quando se autoriza uma derrubada de árvore, toda vez que se faz construir algo novo, em geral, aquele espaço é ocupado por algum tipo de vegetação. Quando a vegetação não é uma vegetação nativa, ela já estranha aquele ambiente, como é o caso do Jardim de Alah, você autoriza e você tem sempre a medida compensatória.

Em média, para cada árvore que você retira, você tem que plantar oito, nove, sei lá, um número mais ou menos assim. Então o projeto do Jardim de Alah é um projeto para melhorar aquele espaço, ele cria a partir de uma sustentabilidade econômica, acho que por isso que a gente conseguiu fazer aquilo ali em PPP, você permite tirar árvores que não são naturais daquela região. Você vai plantar novas árvores e eu tenho certeza que a natureza vai melhorar muito no jardim de Alah.

Nesse caso da Gávea eu não conheço o detalhe, mas volta e meia, outro dia a gente teve um empreendimento na Tijuca, numa área que estava lá verde. É óbvio que se eu moro num lugar, tem um terreno particular que não foi construído ainda, eu não quero que construa nada na frente, mas tem um direito a construir ali e a legislação prevê que você possa fazer isso, desde que você oferte o que a gente chama de medida compensatória.

Você está tirando a árvore, você vai plantar em outros lugares, vai ter uma medida compensatória, às vezes pagamento de algum recurso, de dinheiro, para que possa compensar aquilo. É um pouco dos conflitos da vida urbana. Eu acho que o Jardim de Alah é um desafio muito antigo, muito antigo do Rio de Janeiro. Ele fica ali numa região fantástica da cidade, entre os dois bairros mais valorizados do Rio de Janeiro, com a Lagoa de um lado e a praia do Leblon de Ipanema do outro. A gente nunca conseguiu dar uma utilização àquilo. O projeto fez uma concorrência pública, uma chamada pública. O projeto é um projeto muito suave, de muita qualidade. Não é fazer um shopping ali, as pessoas tentam passar ideia. O shopping já tem ali, o shopping Leblon. Você vai fazer um espaço de utilização daquele equipamento com mais qualidade.

Você acabou de voltar de Davos, parece que é um momento em que as questões ambientais estão em retrocesso, dado o governo americano ou todo o comportamento até de empresas. Lá em Davos, você sentiu que a questão climática e ambiental continua forte?

Não. Eu acho que não. Apesar de eu ter participado de uma mesa com o governador Helder que tratava da questão da COP em Belém. Eu presido ainda uma comissão com o Jeffrey Sachs e com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em que a gente busca cada vez mais como é que você financia cidades, governos locais para tratar das questões das mudanças climáticas. Porque quem é que vai salvar os Estados Unidos nesse novo governo Trump? Serão de novo os prefeitos, como aconteceu no passado. Então você vai ter uma mudança na leitura, na política do governo central americano, mas os governos locais, uma quantidade enorme de prefeitos, eu já fui presidente do C40, continuam endereçando esses temas. Como é que a gente eletrifica a frota de transporte das cidades, como é que se aumenta áreas verdes nas cidades, como é que você destina de maneira mais adequada os resíduos sólidos.

Venho defendendo isso há muito tempo, se fica menos dependente dessas pressões dos governos nacionais e centrais, mas eu acho que você tem toda a razão, o tema está muito menos chamando muito menos atenção do que no passado.

(Com Ana Carolina Diniz)

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Chilena Miguel Torres lança espumante e vinho tinto produzidos com agricultura orgânica e regenerativa; entenda

chilena Miguel Torres lança no Brasil o espumante Cordillera Pinot Noir e o vinho tinto Almado. A vinícola Torres é originariamente da Espanha, de Barcelona:

— São cinco gerações que produzem vinhos desde 1870. No Chile, chegou no fim dos anos 1970. Naquela época, o Chile ainda estava sob a ditadura de Augusto Pinochet. Era muito difícil para empresas estrangeiras investirem lá. Todo o vinho produzido no país era consumido internamente — explica o diretor de exportação Gabriel Fernández.

Fernández explica que, na época em que a Miguel Torres chegou ao Chile, tecnologias como as barricas de carvalho francês não eram usadas, assim como as cubas de aço inoxidável.

— A maior contribuição da família Torres foi trazer esta tecnologia da Europa para o Chile. Em meados dos anos 1980, com a abertura econômica, o país começou a exportar vinhos internacionalmente. Em 2010, e pela primeira vez na história, a quinta geração, Miguel Torres, todos se chamam Miguel Torres, foi viver no Chile e assumiu toda a vinícola — relata o produtor.

Ele conta que Torres estabeleceu os três pilares para os 50 anos seguintes da vinícola.

— Todas as nossas vinhas são orgânicas. Desde 2012 somos certificados, mas trabalhamos organicamente desde 2001. A vinícola fica em Curicó, a 200 quilômetros ao sul de Santiago, mas fazemos vinhos desde o Norte, do Vale do Limarí, até Osorno, que fica a 1.300 quilômetros de distância, no Sul.

Gabriel Fernández explica que a Miguel Torres trabalha muito com pequenos viticultores, no sistema de comércio justo.

— Nas certificações de comércio justo, basicamente não decidimos o preço das uvas que pagamos ao produtor. É uma empresa externa que calcula todos os custos e decide o preço. Hoje, um quilo de uva País no Chile custa 50 pesos. Um dólar equivale a mil pesos. Com o projeto de comércio justo, estávamos pagando 330 pesos, ou seja, cinco vezes mais que a média do setor.

Ele acrescenta que esse é um dos projetos mais inovadores que existe no Chile: a viticultura regenerativa.

— É um tipo de agricultura que respeita mais o meio ambiente, e se prepara para as mudanças climáticas. Não movimentamos o solo, basicamente com o objetivo principal de fixar CO2. Trabalhamos com ovelhas, galinhas. Procuramos a harmonia com o ambiente, com tudo o que rodeia a vinha e com o que fazemos. Temos de ter claro que as vinhas não deveriam estar ali. Antes existiam matas nativas, animais. Temos que encontrar um equilíbrio com os animais e trabalhar da melhor forma orgânica possível.

Fernández apresentou a safra 2022 do espumante Cordillera Pinot Noir, feito com o mesmo método de produção do champanhe:

— Para nós é muito importante, o primeiro espumante do Chile elaborado pelo método tradicional do champanhe. Anteriormente, o nosso enólogo também era de Barcelona, e tinha o tema da produção do cava (um espumante denominação de origem da Espanha) nas veias e perguntou à Família Torres. Ele sempre quis fazer um espumante. Começamos com o Cordillera Brut, produzido desde a década de 1990, com 100% Pinot Noir do Vale do Curicó.

Ele estagia nove meses sobre borras e pelo menos um ano em garrafa antes de ser colocado no mercado. A produção é pequena: duas mil caixas, e metade fica no Chile.

— É o espumante mais próximo de um champanhe que podemos encontrar.

Já o Almado safra 2024 é o primeiro vinho regenerativo certificado do Chile, além de orgânico. No Brasil, atualmente, é vendida a safra 2022, que é orgânica. A produção é ainda menor que a do espumante: mil caixas, também com metade destinada ao mercado interno.

Ele é um blend tinto, com a predominância de Malbec, com 56%; além de 30% de Cariñena; 8% de Touriga Nacional; e 6% de Carménère:

— O Almado é um projeto de viticultura orgânica e regenerativa no Vale do Maule, onde não irrigamos o vinhedo. A base do vinho é Malbec, mas também usamos Touriga Nacional. E por quê? Quando Miguel Torres chegou ao Chile, trouxe barricas de carvalho francês, cubas, mas também muitas variedades. Entre elas, estava a Touriga Nacional. A qualidade dela é incrível. Esse vinho está entre os melhores do Chile.

O Grupo BestFork tem exclusividade de seis meses na venda do espumante Cordillera Pinot Noir e do Almado. Entre os restaurantes da marca, estão o Guiseppe Grill, o Xian e o Nolita. Os vinhos Miguel Torres são importados pela Qualimpor.

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Chilena Miguel Torres lança espumante e vinho tinto produzidos com agricultura orgânica e regenerativa; entenda

chilena Miguel Torres lança no Brasil o espumante Cordillera Pinot Noir e o vinho tinto Almado. A vinícola Torres é originariamente da Espanha, de Barcelona:

— São cinco gerações que produzem vinhos desde 1870. No Chile, chegou no fim dos anos 1970. Naquela época, o Chile ainda estava sob a ditadura de Augusto Pinochet. Era muito difícil para empresas estrangeiras investirem lá. Todo o vinho produzido no país era consumido internamente — explica o diretor de exportação Gabriel Fernández.

Fernández explica que, na época em que a Miguel Torres chegou ao Chile, tecnologias como as barricas de carvalho francês não eram usadas, assim como as cubas de aço inoxidável.

— A maior contribuição da família Torres foi trazer esta tecnologia da Europa para o Chile. Em meados dos anos 1980, com a abertura econômica, o país começou a exportar vinhos internacionalmente. Em 2010, e pela primeira vez na história, a quinta geração, Miguel Torres, todos se chamam Miguel Torres, foi viver no Chile e assumiu toda a vinícola — relata o produtor.

Ele conta que Torres estabeleceu os três pilares para os 50 anos seguintes da vinícola.

— Todas as nossas vinhas são orgânicas. Desde 2012 somos certificados, mas trabalhamos organicamente desde 2001. A vinícola fica em Curicó, a 200 quilômetros ao sul de Santiago, mas fazemos vinhos desde o Norte, do Vale do Limarí, até Osorno, que fica a 1.300 quilômetros de distância, no Sul.

Gabriel Fernández explica que a Miguel Torres trabalha muito com pequenos viticultores, no sistema de comércio justo.

— Nas certificações de comércio justo, basicamente não decidimos o preço das uvas que pagamos ao produtor. É uma empresa externa que calcula todos os custos e decide o preço. Hoje, um quilo de uva País no Chile custa 50 pesos. Um dólar equivale a mil pesos. Com o projeto de comércio justo, estávamos pagando 330 pesos, ou seja, cinco vezes mais que a média do setor.

Ele acrescenta que esse é um dos projetos mais inovadores que existe no Chile: a viticultura regenerativa.

— É um tipo de agricultura que respeita mais o meio ambiente, e se prepara para as mudanças climáticas. Não movimentamos o solo, basicamente com o objetivo principal de fixar CO2. Trabalhamos com ovelhas, galinhas. Procuramos a harmonia com o ambiente, com tudo o que rodeia a vinha e com o que fazemos. Temos de ter claro que as vinhas não deveriam estar ali. Antes existiam matas nativas, animais. Temos que encontrar um equilíbrio com os animais e trabalhar da melhor forma orgânica possível.

Fernández apresentou a safra 2022 do espumante Cordillera Pinot Noir, feito com o mesmo método de produção do champanhe:

— Para nós é muito importante, o primeiro espumante do Chile elaborado pelo método tradicional do champanhe. Anteriormente, o nosso enólogo também era de Barcelona, e tinha o tema da produção do cava (um espumante denominação de origem da Espanha) nas veias e perguntou à Família Torres. Ele sempre quis fazer um espumante. Começamos com o Cordillera Brut, produzido desde a década de 1990, com 100% Pinot Noir do Vale do Curicó.

Ele estagia nove meses sobre borras e pelo menos um ano em garrafa antes de ser colocado no mercado. A produção é pequena: duas mil caixas, e metade fica no Chile.

— É o espumante mais próximo de um champanhe que podemos encontrar.

Já o Almado safra 2024 é o primeiro vinho regenerativo certificado do Chile, além de orgânico. No Brasil, atualmente, é vendida a safra 2022, que é orgânica. A produção é ainda menor que a do espumante: mil caixas, também com metade destinada ao mercado interno.

Ele é um blend tinto, com a predominância de Malbec, com 56%; além de 30% de Cariñena; 8% de Touriga Nacional; e 6% de Carménère:

— O Almado é um projeto de viticultura orgânica e regenerativa no Vale do Maule, onde não irrigamos o vinhedo. A base do vinho é Malbec, mas também usamos Touriga Nacional. E por quê? Quando Miguel Torres chegou ao Chile, trouxe barricas de carvalho francês, cubas, mas também muitas variedades. Entre elas, estava a Touriga Nacional. A qualidade dela é incrível. Esse vinho está entre os melhores do Chile.

O Grupo BestFork tem exclusividade de seis meses na venda do espumante Cordillera Pinot Noir e do Almado. Entre os restaurantes da marca, estão o Guiseppe Grill, o Xian e o Nolita. Os vinhos Miguel Torres são importados pela Qualimpor.

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Calor extremo vai se estender para além do carnaval e ‘fornalha’ pode persistir até o outono

O calor extremo deve seguir a toda em março e se estender para bem além do carnaval, que ferverá com temperaturas acima da média das máximas de verão. As condições de alta pressão atmosférica que têm transformado em fornalhas as regiões mais populosas do Brasil poderão persistir até o outono, começa no dia 20 de março, alertam especialistas. De onda em onda de calor, a frequência e persistência da alta pressão deste verão impressionam cientistas.

Mesmo que temporais isolados ajudem a amenizar por algum tempo a temperatura, o verão deve continuar mais tórrido do que normalmente já é no Sudeste e partes do Sul e do Centro-Oeste, adverte o climatologista José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

E não apenas quente, mas também seco. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, este mês, até o dia 24, choveu apenas 11 mm ou 7% do que seria normal no período, segundo o Climatempo. E o verão é a estação chuvosa.

— Sem uma frente fria muito intensa, o que é improvável nesta época, o calor seguirá. Estamos com risco de fogo no que deveria ser a estação chuvosa. As chuvas quando ocorrem, são violentas e rápidas. Destroem e não resolvem. Em alguns lugares, nem chove. Alívio do calor, só mesmo esperando que as frentes frias entrem, o que é mais provável com a chegada do outono — destaca Marengo.

O Sul voltou a sofrer com mais uma onda de calor. Já o Sudeste segue muito quente. Especialmente, São Paulo e Rio de Janeiro, com temperaturas acima da média das máximas do verão.

Marengo é um dos autores do recém-publicado estudo na revista Frontiers in Climate, que comprova o aumento de duração, intensidade e frequência dos sistemas de alta pressão que geram ondas de calor na América do Sul.

O trabalho mostra que no Brasil a duração das ondas de calor aumentou de cinco dias antes dos anos 2000 para 15 a 20 dias, no período posterior. E vem aumentando a cada década. A tendência da longa duração se vê este ano, quando ondas de calor praticamente se emendaram umas nas outras.

Como o diabo, um sistema de alta pressão tem muitos nomes. Bloqueio, bolha, domo, cúpula, não importa, tudo se resume a um anticiclone, uma zona de alta pressão atmosférica cujos ventos giram em sentido anti-horário. O anticiclone costumava ficar no sul do Atlântico no verão, mas este ano, não apenas estagnou sobre o continente quanto não dá sinais de enfraquecer.

Ao contrário, ele segue firme, frisa Regina Rodrigues, professora de oceanografia e clima da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenadora do grupo que estuda o Atlântico e suas ondas de calor da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A alta pressão atmosférica bloqueia a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), o canal de umidade que é o principal formador de chuvas e de nuvens no verão do Sudeste.

— São as ZCAS que impedem que o verão se torne brutal, como agora — explica Rodrigues, principal autora de um estudo de referência sobre o assunto.

Chamado “Common cause for severe droughts in South America and marine heatwaves in the South Atlantic” (“Causa comum para secas severas na América do Sul e ondas de calor marinhas no Atlântico Sul”, em tradução livre”), o trabalho foi publicado na Nature Geoscience.

A instabilidade que traria chuvas para o Sudeste tem ficado na Região Sul, às vezes até na Argentina. Isto porque quando a bolha de calor se desloca, o Sul por vezes fica de fora dela. Mas basta ela se mexer um pouco, para o Sul voltar a ficar dentro do bloqueio e esquentar.

Esse sistema sempre existiu, mas no verão costumava ficar no Oceano Atlântico, diz Rodrigues. A localização no meio do mar permitia que nuvens carregadas de umidade trouxessem chuva para o Sudeste do Brasil no verão. Porém, alterações atmosféricas o têm deslocado para o continente.

Ao empurrar o ar para baixo, o anticiclone o esquenta. E o ar seca à medida que esquenta. Nuvens não conseguem se formar. Com isso, não chove nem há qualquer proteção contra a intensidade da radiação do sol de verão.

O sistema se retroalimenta porque quanto mais quente, mais seco e, sem chuva, mais tórrido fica. Os ventos formam uma espécie de escudo, um bloqueio. O ar quente não sai e as frentes frias não entram. É nessa situação que boa parte do Centro, Sul e Sudeste do Brasil se encontra.

A bolha de alta pressão aquece tanto a terra quanto o mar. O Atlântico Sul também esquenta. E, uma vez quente, ele também passa a influenciar o continente. A faixa litorânea do Sudeste é a mais afetada. Caso do Rio de Janeiro, que tem registrado máximas diárias em fevereiro superiores a 35ºC.

A bolha também impede a ressurgência, o afloramento de águas frias que ajudaria a formar brisa e refrescar a temperatura no litoral fluminense.

Ondas gigantes trazem calor

O estudo de Rodrigues mostra que o problema tem origem longínqua. Mas como a atmosfera é toda conectada, a conta chega na América do Sul. O começo é no Índico, na altura da Austrália, quando um outro sistema que ocorre naturalmente na atmosfera se fortalece.

Esse sistema se chama Oscilação de Madden-Julian (MJO) e em períodos neutros ou de La Niñas fracas pode se fortalecer, diz Rodrigues. Ele então gera poderosas ondas de Rossby. Estas são como ondas gigantes na atmosfera, geradas devido à rotação da Terra. Essas ondas de ar atravessam o planeta e na América do Sul deslocam para o continente o anticiclone.

Ele estabelece um bloqueio na zona em que estaciona. Não deixa as ZCAS se desenvolverem. O céu permanece sem nuvens e o ar, muito quente. A terra é muito afetada. Mas o oceano também responde, se aquecendo mais e esquentando ainda mais a terra.

Por trás de toda a fervura, estão as mudanças climáticas, enfatiza Rodrigues:

— Assim como o El Niño, a MJO tem encontrado na atmosfera mais aquecida pelas emissões de gases-estufa combustível para se intensificar. E isso tem produzido bloqueios maiores e mais fortes.

A cientista diz que o cenário não é bom porque a falta de chuva em plena estação chuvosa pode ter consequências para a disponibilidade de água no segundo semestre.

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Visão do Correio: Riqueza hídrica desperdiçada

As mudanças climáticas têm provocado uma série de consequências e alterado diversos padrões da sociedade e do meio ambiente. No Brasil, os rios — historicamente fontes de desenvolvimento e vida saudável — atravessam um momento preocupante, potencializado pelas modificações impostas pela interferência do homem na natureza. Secas severas e enchentes devastadoras ficam ainda mais nocivas aos mananciais quando somadas ao aumento da poluição, em outra ação direta da civilização atual. Uma questão urgente, que o país precisa debater amplamente.

A preservação dos rios é de extrema importância para o meio ambiente e relevante para o crescimento nacional. Cursos d’água que abrigam variados ecossistemas e servem de habitats diversos, eles são fundamentais para o equilíbrio ambiental. Também garantem a subsistência de comunidades, as atividades no meio rural e o funcionamento de toda a engrenagem das cidades de pequeno, médio e grande portes. Com isso, a degradação e o uso equivocado dos recursos dos corpos hídricos impedem melhorias sociais, ampliando desigualdades, e comprometem atividades financeiras.

Por incontáveis municípios brasileiros, a falta de infraestrutura de saneamento causa prejuízos constantes nas esferas da saúde e da economia. O descarte inadequado de lixo, problema que as administrações públicas não se empenham em resolver, provoca perdas e emperra ganhos, como os que ocorrem no setor de turismo. Outro vilão de destaque é o sistema de esgoto — que em inúmeras cidades se mistura às galerias de drenagem pluvial — ou, o que é pior, a ausência dele, com o derramamento dos dejetos nas águas. O tratamento inadequado é mais um ponto negativo.

Fato é que se os rios estão contaminados, a responsabilidade é humana, e essa crise alarmante precisa ser solucionada. O país tem de trabalhar de forma harmônica e conjunta para evitar novos estragos e recuperar o que já foi prejudicado. Aperfeiçoar a coleta e o tratamento de esgoto, acabando com as ligações clandestinas, e garantir saneamento básico para todos são medidas para dar o pontapé inicial nesse processo.

A despoluição de rios é um esforço custoso, porém rende benefícios fundamentais para a população. Ciclo de saneamento eficiente, rede de drenagem pluvial adequada e destinação correta de rejeitos e resíduos devem ser estabelecidos concomitantemente à aplicação de técnicas avançadas para limpar as águas.

A canalização e a construção de vias sobre os rios, da forma como vêm sendo feitas no país, também devem ser repensadas. Com os temporais cada vez mais intensos, resultantes das mudanças climáticas, os transbordamentos nessas situações têm virado rotina e fica claro que o modelo precisa de reavaliação e modernização.

Para reverter esse cenário, é necessário criar políticas públicas que estejam aliadas à participação da sociedade. Resgatar os rios nacionais é um desafio de todos e envolve investimento, conscientização e disposição para agir. A excelência das águas significa qualidade de vida e representa desenvolvimento. O Brasil tem de olhar para os seus rios — e para toda a sua diversidade hídrica — com um cuidado maior. Essa riqueza nacional não pode mais seguir sendo destruída e desperdiçada.

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