Desmatamento da Amazônia cai 21,8% em um ano; Pantanal reduz 9,2%

O índice de desmatamento na Amazônia caiu 21,8% em um ano, segundo dados divulgados pelo governo federal nesta quarta-feira (8/5). Conforme os números do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2022 a julho de 2023 foi desmatada uma área de 9.064 km², número inferior aos 11.594 km² registrados um ano antes.

A área desmatada na Amazônia no último ano é a menor registrada desde 2019. Em novembro do ano passado, o governo já tinha divulgado uma estimativa desta taxa, que mostrava uma queda de 22,3%. A variação, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, está dentro da margem de erro.

Já no Pantanal, outro bioma importante do País, a queda foi menos expressiva. No último período analisado, foram desmatados 723 km², número que representa uma redução de 9,2% em relação ao período anterior.

A principal estratégia do governo para reduzir o desmate na área foi o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que reúne ações em eixos como fiscalização, monitoramento e desenvolvimento da bioeconomia local, entre outros.

A meta de zerar o desmatamento na região até 2030 é uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma das principais vitrines do Brasil na discussão global sobre clima.

“Esses resultados são a combinação de instrumentos: as ações de fiscalização, mas também as ações voltadas para outros eixos do PPCDAm. Como, por exemplo, instrumentos econômicos e creditícios, aporte de recursos para que a gente possa fazer uma abordagem positiva, ajudando a mudar modelos de desenvolvimento, criando alternativas de base sustentável”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

No caso do Cerrado, as taxas confirmadas já tinham sido divulgadas pelo governo no ano passado e mostravam um aumento de 3% do desmatamento no bioma. No último período analisado, o desmate do Cerrado chegou a 11.011 Km², ante 10.688 Km² na medição anterior.

Durante a apresentação dos dados, a ministra Marina Silva falou sobre a importância do combate ao desmatamento no âmbito das políticas relacionadas às mudanças climáticas. Marina afirmou que o governo trabalha na construção de um “PPClima”, em referência ao PPCDAm, para preparar municípios para eventos extremos causados pelo clima. A ministra mencionou a situação do Rio Grande do Sul, onde até o momento 100 pessoas morreram em decorrência de enchentes.

“O que vamos fazer com município 100% alagado no Rio Grande do Sul? Não tem medida de prevenção que dê conta de uma situação dessa. Isso está acontecendo em função da ação humana. Se não revertermos os processos que levam à mudança do clima, teremos uma situação muito difícil”, afirmou.

A ministra afirmou que o plano começou a ser desenhado em fevereiro de 2023 após o desastre em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, quando 64 pessoas morreram em decorrência das fortes chuvas.

“Não é um plano que terá como ser definitivo. Será um plano dinâmico, até porque há uma dinâmica em si mesma do próprio sistema climático, de tudo que está acontecendo. E ele, com certeza, será no plano transversal, como o PPCDAm. Com certeza terá uma uma governança que dê capacidade e agilidade para que as ações sejam implementadas”, explicou Marina.

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Mundo tem o 11º mês consecutivo de recorde de calor

Abril de 2024 marcou o décimo primeiro mês consecutivo de recordes de calor na Terra, anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta segunda-feira (7). O dado considera a temperatura média do ar do nosso planeta.

Desde junho de 2023, temos registrado um mês mais quente a cada novo período, um dado preocupante que ilustra claramente que vivemos uma emergência climática.

Em um comunicado, Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) explicou que o fenômeno climático El Niño atingiu seu pico no início do ano. Por isso, agora as temperaturas da superfície do mar no leste do Pacífico tropical estão voltando às condições neutras. Apesar disso, ele fez um alerta.

Enquanto as variações de temperatura associadas a ciclos naturais como o El Niño vêm e vão, a energia extra retida nos oceanos e na atmosfera pelo aumento das concentrações de gases de efeito estufa continuará empurrando a temperatura global em direção a novos recordes.

— Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

Ainda de acordo com o observatório, abril de 2024 foi o abril mais quente já registrado globalmente porque teve uma temperatura média do ar de superfície de 15,03°C, o que equivale a 0,61°C acima da média de abril de 1991-2020 e 0,14°C acima do recorde anterior, em fevereiro de 2016.

Além disso, a temperatura média global nos últimos doze meses (maio de 2023 – abril de 2024) é a mais alta já registrada, 0,73°C acima da média de 1991-2020 e 1,61°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

Recordes no oceano

Nos mares, a situação também continua preocupante. Segundo o observatório europeu, a temperatura média da superfície do mar global para abril atingiu 21,04°C, o maior valor registrado para o mês.

Este é o décimo terceiro mês consecutivo em que a temperatura da superfície do mar tem sido a mais quente nos registros de dados do Copernicus para o respectivo mês do ano.

Lista de recordes

A marca de temperatura de abril se soma à lista de recordes globais de calor neste e no último ano:

Além disso, o número de dias que ultrapassou o limiar de aquecimento politicamente significativo de 1,5ºC já atingiu um novo máximo, muito antes do final de 2023.

Fora tudo isso, julho de 2023 foi tão quente que pode ter sido o mês mais quente em 120 mil anos, enquanto as temperaturas médias de setembro quebraram o recorde anterior em 0,5°C.

No vídeo a seguir, o g1 explica a crise do clima em gráficos e mapas:

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É enganoso que Brasil tenha comprado vacina contra a covid banida em outros países

Investigado por: Band News FM e Folha de S.Paulo.

Enganoso: Não é verdade que o Brasil comprou vacinas que foram banidas em diversos países, diferentemente do que afirma post. As primeiras doses vendidas pelo laboratório Moderna foram realocadas para diferentes públicos ao longo das campanhas, mas nunca excluídas das ações. A versão atual do imunizante é aprovada pela Anvisa e recomendada pela OMS.

Conteúdo investigado: Mensagens no X e no Telegram sobre a compra pelo governo brasileiro de mais de 12 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Moderna. Post afirma que “inúmeros países” já baniram o imunizante “devido a graves problemas”.

Onde foi publicado: X e Telegram.

Conclusão do Comprova: Post engana ao afirmar que o Brasil acaba de comprar uma vacina contra a covid-19 banida em inúmeros países. O governo federal anunciou a aquisição de 12,5 milhões de doses da farmacêutica Moderna em 19 de abril. Segundo o Ministério da Saúde, o lote faz parte dos imunizantes mais atualizados contra a doença, aprovado pela Anvisa e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O imunizante que o responsável pelo post se refere é a versão original (bivalente), que teve o público-alvo alterado em alguns países por causa de efeitos adversos. No entanto, a vacina Moderna não foi banida.

Como o próprio post mostra, na Suécia, por exemplo, o governo suspendeu a vacina para menores de 30 anos em outubro de 2021. Mas, o que o post não informa é que órgãos de saúde do país voltaram a oferecer o imunizante em outubro de 2022, com novas diretrizes para crianças acima de seis anos.

Outro exemplo de país que teria banido a vacina, segundo o post, foi o Japão, mas isso não ocorreu. Em agosto de 2021, o governo suspendeu o uso de 1,63 milhão de doses após “relatos de contaminantes em alguns frascos”. Diferentemente do que o post sugere, não foi identificado nenhum problema de segurança ou eficácia e a suspensão foi apenas uma precaução, segundo autoridades japonesas e a Moderna.

Como reações adversas graves, a bula da versão atual da vacina cita casos de miocardite e pericardite, condições que afetam o coração. Ainda assim, o risco de desenvolvimento dessas doenças, segundo a farmacêutica, é muito raro e ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam o medicamento. A maioria se recuperou, mas há casos fatais, segundo o laboratório. As reações mais comuns são inchaço, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia.

A publicação também traz um vídeo traduzido do inglês em que o médico Robert Malone fala sobre riscos da vacina da Moderna a congressistas norte-americanos. A sessão foi gravada em Washington em 2023 e divulgada pela republicana Marjorie Taylor Green, publicamente anti-vacina e que já teve o perfil do X derrubado por compartilhar desinformação sobre a covid-19. Malone também é conhecido por difundir informações falsas sobre vacina e já foi desmentido diversas vezes.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. No X, a publicação teve, até 30 de abril, mais de 118,8 mil visualizações e, no Telegram, 4 mil.

Fontes que consultamos: Links dos sites New York Post, BMJ e The Straits Times, citados pelo autor, do Ministério da Saúde e da OMS.

Um dos argumentos do post que tenta descredibilizar a vacina é o de que a dose atual produzida pela Moderna não protege os humanos da variante do coronavírus em circulação, o que não é verdade. A publicação compartilha outro post de um médico infectologista alegando que o imunizante não combate a linhagem JN.1, descendente da XBB e que vem aumentando de forma exponencial entre os infectados.

Em dezembro de 2023, a OMS publicou uma diretriz sobre qual deveria ser a composição dos imunizantes para acompanhar a evolução do vírus. Na nota, a organização manteve a recomendação de usar como antígeno vacinal uma linhagem descendente da variante XBB.1, como a XBB.1.5. A orientação já vinha sendo aplicada pelos laboratórios desde maio do ano passado. Segundo a OMS, pesquisas indicam que vacinas com essa composição tiveram resultados positivos na neutralização da JN.1. A entidade pondera que os dados ainda são limitados.

Ao divulgar informações sobre o acordo fechado com o governo brasileiro, a Moderna esclareceu, em nota oficial, que a farmacêutica “gerou dados pré-clínicos e clínicos de sua vacina candidata monovalente XBB.1.5 mostrando uma resposta imunológica contra sub-linhagens XBB e cepas atualmente circulantes do vírus SARS-CoV-2, incluindo JN.1”. Ou seja, o imunizante apresentou benefícios no combate à variante em circulação.

Em um texto publicado no site do Ministério da Saúde, o médico infectologista e doutor em Epidemiologia Sérgio de Andrade Nishioka explicou que todas as vacinas usadas atualmente protegem contra formas graves da covid-19, independentemente da linhagem. “Novas variantes como JN.1, porém, são mais transmissíveis que as variantes anteriormente mais prevalentes, e podem infectar e causar doença em pessoas previamente imunizadas pela vacina e/ou infecção anterior.” Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa apresentaram resultados eficazes e de segurança; essa é a principal estratégia de prevenção.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Diversas publicações com informações falsas sobre vacinas foram checadas pelo Comprova, incluindo a de que um estudo de Cambridge comprovou que pessoas vacinadas contra a covid-19 adquiriram Aids e que o imunizante cause danos irreversíveis ao DNA.

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Chuvas no Rio Grande do Sul: governo monitora 6 barragens que podem romper a qualquer momento

Autoridades do Rio Grande do Sul informaram que ao menos 78 pessoas morreram devido às fortes chuvas que assolam o Estado desde a semana passada. Até às 18h deste domingo (5/5), a Defesa Civil gaúcha contabilizava ao menos 105 pessoas desaparecidas. Cerca de 115 mil pessoas estão desalojadas.

Segundo a Defesa Civil estadual, 341 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas fortes chuvas que se estendem desde o início da semana. São 844 mil pessoas afetadas pelas enchentes.

Um balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul na tarde de domingo (5/5) informou que há seis barragens de hidrelétricas em situação de emergência, com risco iminente de rompimento. Segundo o governo gaúcho, isso aponta que devem ser tomadas “providências para preservar vidas”.

Entre essas medidas, está a retirada de famílias das áreas que podem ser atingidas caso ocorra um rompimento. Não foi informado o número de famílias que estão nessa situação.

Esse levantamento é feito pelo governo por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS).

Uma das seis barragens em situação de emergência, localizada entre os municípios de Bento Gonçalves e Cotiporã, já registrou um rompimento parcial há três dias.

De acordo com o governo, ainda há outras cinco barragens em estado de alerta. Isso significa que elas apresentam “anomalias que representam risco à segurança” e exige manutenções para que a situação não se agrave.

O grupo responsável por esse balanço informou ainda que há sete barragens em estado de atenção. São estruturas que possuem anomalias, mas que não comprometem a segurança dela a curto prazo. Elas necessitam de monitoramento, controle ou algum reparo.

Lista de barragens em estado de emergência no RS:

Frente fria pode complicar resgate

O governo federal informa que existe agora uma preocupação adicional: uma frente fria.

Na quarta-feira (8/5), a temperatura vai baixar para até 10°C em algumas áreas do Estado, segundo o Comando Militar do Sul. A frente fria vai piorar as condições de evacuação, além de aumentar o risco de hipotermia em pessoas que estejam aguardando o resgate ao relento ou sob a chuva. Daí a importância em acelerar os auxílios.

Na capital Porto Alegre, a população já enfrenta a maior enchente da história da cidade. O Guaíba ultrapassou o nível de 5 metros na sexta-feira (3/5), superando a marca histórica registrada em 1941. O recorde voltou a ser batido nas horas seguintes, chegando a 5,19m na Usina do Gasômetro.

No começo da noite de sábado, houve um breve alívio, com uma pequena redução de 1cm. Foi a primeira queda no nível da água naquele ponto desde 30 de abril. No entanto, a água voltou a subir na noite de sábado para domingo.

A Defesa Civil estadual alerta que as chuvas com ventos fortes e descargas elétricas, risco de granizo e alagamentos continuam vigentes neste domingo (5/5), no norte e nordeste do Estado, além de na região metropolitana de Porto Alegre.

Em entrevista a jornalistas no sábado (4/5), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que a grave situação causada pelas enchentes no Estado vai exigir a adoção de um “Plano Marshall”.

O Plano Marshall foi a estratégia americana de aplicar bilhões de dólares ba reconstrução da Europa aliada após a Segunda Guerra Mundial.

“Vamos precisar de medidas absolutamente excepcionais. O Rio Grande do Sul vai precisar de um Plano Marshall, de medidas absolutamente extraordinárias. Quem já foi vítima das tragédias não pode ser vítima de desassistência e da burocracia”, disse o governador à imprensa.

Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo, Leite afirmou que esse plano terá de envolver também estratégias de resiliência climática, que permitam ao Estado resistir aos extremos climáticos globais.

Neste domingo, Lula visita o Estado para discutir os próximos passos de reação da tragédia.

“É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça (…) e aja com antecedência” na prevenção de tragédias, disse Lula.

O presidente afirmou que o governo federal ajudará na recuperação da infraestrutura estadual – e que a burocracia estatal não atrapalhará nos esforços de reconstrução.

“O Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul”, agregou Lula, mencionando a pujança agrícola do Estado. “Se ele sempre ajudou o Brasil, agora está na hora de o Brasil ajudar o Rio Grande do Sul.”

Situação pior do que em cheias de 2023

A crise por causa das fortes chuvas no Estado começou na última terça-feira, e no dia seguinte foi decretada calamidade pública. As consequências dos temporais, como enchentes e transbordamento de rios, foram classificadas como desastres de nível 3, que são “caracterizados por danos e prejuízos elevados”.

As aulas da rede estadual foram suspensas na última semana. Ao todo 700 mil alunos foram impactados.

Com problemas de movimentação no Estado, o governo federal decidiu adiar a realização do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que seria realizado no domingo. Ainda não foi divulgada uma nova data.

Relatório divulgado pela Sala de Situação, da Defesa Civil, mostra que áreas impactadas durante a emergência em setembro de 2023 estão em risco novamente.

Há oito meses, o Estado enfrentou o pior fenômeno natural registrado até então com a passagem de um ciclone extratropical que causou enchentes, atingindo 57 mil pessoas e deixando 54 mortes. Quatro pessoas ainda estão desaparecidas.

Na ocasião, as cidades mais afetadas foram Muçum, Encantado, Roca Sales, Lajeado e Estrela, todas localizadas às margens do Rio Taquari, que também vêm sendo castigado com as tempestades deste ano.

O volume de chuvas no Rio Grande do Sul tem sido chamado de “extraordinário” pelas autoridades, e a crise afeta centenas de cidades em diferentes graus.

A cidade de Fontoura Xavier registrou o maior volume de chuva do Estado, com 500,6 milímetros entre as 12h de terça e as 12h de quarta.

O volume é mais de três vezes maior do que a média histórica do município – 146 milímetros. Os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Sete cidades do Estado gaúcho estavam entre as 10 com mais volume de chuvas registrado no mundo nas 24 horas até quinta-feira (2), segundo o serviço de meteorologia Ogimet, que possui base em mais de 6,6 mil estações em vários países.

A cidade de Santa Maria, apesar de não aparecer nesta lista, é uma das mais afetadas pela chuva, com desmoronamento de encostas, obstruções e bloqueios em vias urbanas e rurais. Ao meno onze pontes caíram e havia áreas de inundação em diversos pontos.

Outra região bastante prejudicada é a área do Vale do Taquari, que abrange 40 municípios. O rio que corta a região e possui o mesmo nome atingiu 31,2 metros de altura e atingiu o maior nível da história. Até então o nível mais alto já registrado era de 29,9 metros, em 1941.

Por que está chovendo tanto no Rio Grande do Sul?

Meteorologistas ouvidos pela reportagem da BBC News Brasil explicam que as chuvas intensas registradas no Rio Grande do Sul nos últimos dias são consequência de uma combinação de três principais fatores:

“Essa massa de ar quente sobre a área central do país bloqueou a frente fria que está na região Sul impedindo-a de avançar e se espalhar para outras localidades. A junção desses fatores faz com que essa instabilidade fique sobre o estado, causando chuvas intensas e continuas”, explica Dayse Moraes, meteorologista do Inmet.

Aliado a isso, o período entre o final de abril e o início de maio de 2024, ainda tem influência do fenômeno El Niño, que é responsável por aquecer as águas do oceano Pacífico, contribuindo para que áreas de instabilidade fiquem sobre o estado. Essa combinação de diversos fatores de uma única vez é considerada rara pelos especialistas.

As chuvas catastróficas do Sul têm relação direta com a onda de calor registrada na região Centro-Oeste e Sudeste, onde as temperaturas estão cerca de 5°C acima da média neste outono.

“Com a intensificação das mudanças climáticas globais os eventos climáticos extremos serão mais frequentes e intercorrentes”, acrescenta Rafael de Ávila Rodrigues, professor e climatologista do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT).

Para além dos efeitos mundiais do aquecimento global, o ambientalista Marcio Astrini, do Observatório do Clima, disse à BBC News Brasil que é preciso responsabilizar também senadores e deputados que, segundo ele, têm agido para flexibilizar a legislação ambiental e dessa forma contribuir para as mudanças climáticas.

*Com reportagem de Luiz Antônio Araújo, de Porto Alegre para a BBC News Brasil

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Lula oferece carne ao primeiro-ministro japonês, que está no Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta sexta-feira (03), com honras de Estado, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. No encontro, chamou atenção a insistência de Lula na abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira.

Durante a declaração conjunta à imprensa, o presidente afirmou que Kishida “não ia querer voltar para o Japão” se provasse o churrasco nacional. Dirigindo-se ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, Lula citou os compromissos do premiê hoje em São Paulo. “Eu não sei o que vocês jantaram ontem (anteontem) mas, pelo amor de Deus, se estiverem em São Paulo, Alckmin, você, que foi governador do estado, você é o ministro de Desenvolvimento. Você é o vice-presidente. Leve o primeiro-ministro Fumio para comer um churrasco no melhor restaurante de São Paulo, para que, na semana seguinte, ele comece a importar a nossa carne”, brincou o presidente.

A abertura do mercado japonês era o maior objetivo do encontro entre Lula e Kishida, pelo menos no campo econômico. Segundo o Itamaraty, o Brasil quer competir com Estados Unidos e com a Austrália, que dominam 80% do mercado de carne bovina importada no Japão. O país tenta a abertura desde 2005, mas sem sucesso. Segundo representantes do governo japonês, o que trava a comercialização até agora são os procedimentos de controle sanitário (leia mais ao lado).

Lula destacou, em seu discurso, que a carne brasileira é de qualidade e “mais barata” do que a comprada pelos japoneses. “O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, faz um churrasco que, se o primeiro-ministro comesse, não iria querer voltar para o Japão”, disse ainda o presidente.

Outra preocupação externada por Lula, e também pelo governo japonês, é com a queda do fluxo comercial entre os dois países. As negociações já chegaram a um fluxo de US$ 18 bilhões em seu auge, mas caíram para US$ 11 bilhões atualmente. O chefe do Executivo também incentivou que os empresários japoneses invistam em transição energética e produção sustentável.

Kishida, por sua vez, prestou sua solidariedade às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul, que já somam mais de 37 mortos, além de milhares de desalojados e desabrigados. O primeiro-ministro também disse apoiar o pleito brasileiro de ocupar um acento no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Para ele, a parceria com o Brasil nesse tema é essencial em “um momento de difícil situação internacional”.

Ele também destacou a atuação conjunta na preservação do meio ambiente, como a doação de US$ 15 milhões ao Fundo Amazônia e a parceria histórica do Japão para recuperação de áreas degradadas no Cerrado. Além disso, uma parceria verde assinada ontem prevê, entre outras medidas, a combinação da tecnologia automotiva japonesa com o biocombustível brasileiro em carros híbridos flex.

Kishida também destacou que considera os dois países parceiros estratégicos em temas globais e informou que o Japão apoiará as prioridades brasileiras à frente do G20 neste ano. Na cerimônia de ontem, o governo brasileiro e o japonês assinaram uma série de memorandos em áreas, como comércio e segurança cibernética. Empresas brasileiras e japonesas firmaram, ainda, em torno de 36 acordos, incluindo parcerias com a comunidade nikkei (termo usado para se referir a descendentes de japoneses em outros países) e de produção e venda de biomateriais, biocombustíveis e energias renováveis entre Suzano e Mitsui.

Cenário global

Para o governo japonês, a visita do primeiro-ministro Fumio Kishida ao Brasil representa o avanço nas relações entre dois países. Durante o almoço entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Kishida, no Itamaraty, a secretária de imprensa do Japão, Maki Kobayashi, conversou com um pequeno grupo de jornalistas sobre os anúncios feitos pelo premiê.

Segundo ela, o Japão vê o Brasil como um país muito importante no cenário global, especialmente ao presidir o G20 e realizar a COP 30 no ano que vem, em Belém (PA). Outro tema comum entre os dois países é a preocupação com o crescimento das hostilidades no mundo, e a busca de solução pacífica.

Um integrante do governo japonês, sob reserva, citou preocupações com a realização de exercícios militares conjuntos da China e da Rússia próximos à costa do Japão, além da vizinhança com a Coreia do Norte. “Estamos cercados por gente boa”, ironizou. Para o Japão, a expectativa é que o Brasil possa influenciar China e Rússia, bem como outros integrantes do Brics, a minimizar hostilidades.

Já sobre a relação comercial com o Brasil, Kobayashi sinalizou que há vontade do Japão em importar carne bovina brasileira, como defendeu Lula no encontro com Kishida. Porém, atribui a demora nas negociações aos trâmites sanitários.

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Madonna no Brasil: veja dicas de segurança para o show em Copacabana

Contagem regressiva: neste sábado, dia 4, Madonna encerra a celebração de seus 40 anos de carreira na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Em um mega espetáculo gratuito, com projeção de público de mais de 1 milhão de pessoas, a cantora finaliza a turnê The Celebration Tour com um show que promete ser o maior da série de apresentações.

Um evento de tamanha magnitude, no entanto, demandará cuidados por parte dos fãs. Além da segurança e do conforto, é essencial considerar outros fatores, como higiene, hidratação e organização.

O Estadão separou algumas informações para que você tenha a melhor experiência possível durante o show final da The Celebration Tour; confira:

Quando vai ser o show da Madonna em Copacabana?

Madonna se apresenta no Rio de Janeiro no sábado, 4 de abril, na praia de Copacabana. O show começa por volta das 21h45, terá duas horas de duração e poderá ser visto na TV e internet por transmissão ao vivo.

Antes, às 19h, DJs aquecem o público e, às 20h, é a vez do norte-americano Diplo pilotar a festa até a chegada da diva pop.

Como proteger o celular em um show?

Existem alguns protocolos que podem ajudar qualquer fã a sobreviver a um show ou festival sem ter que comprometer o limite do cartão de crédito com a compra de um novo aparelho celular.

Essas medidas não são extremas, mas exigem apenas um pouco de organização e cuidado com o dispositivo. As principais indicações são:

– Antes do evento, faça um backup e armazene informações importantes, como fotos e contatos;

– Ative as configurações de rastreamento do seu celular – medida que permite localizar, bloquear e apagar os dados do dispositivo remotamente;

– Evite expor o aparelho ao sol por longos períodos, pois isso pode causar superaquecimento;

– Garanta a segurança do seu dispositivo contra quedas e rachaduras usando película, capa protetora e cordão para celular;

– Leve um carregador portátil para garantir que você não fique desconectado quando precisar;

– Guarde o celular em um compartimento com zíper, como um porta-dólar ou pochete, próximo ao seu corpo e de fácil visualização;

– Considere contratar um seguro para celular, oferecido por diversas operadoras e seguradoras;

– Aproveite o show e evite ficar capturando cada detalhe do evento – lembre-se, o importante é viver a experiência de ver seu artista favorito ao vivo.

Como se proteger em um show?

Seja no show da Madonna ou em qualquer outro evento de grande porte, a segurança dos seus objetos pessoais e dispositivos eletrônicos não deve ser sua única preocupação. É importante também se proteger de outras maneiras. Por isso:

– Consuma alimentos leves e saudáveis antes do show para manter a energia e evitar desconfortos;

– Evite ficar muito tempo parado próximo ao palco durante o show para prevenir desconfortos, inchaço nas pernas e coágulos sanguíneos;

– Antes de sair, verifique a previsão do tempo para se preparar adequadamente para o show, trazendo roupas e acessórios adequados para possíveis mudanças climáticas, como chuva e queda de temperatura durante a noite;

– Faça alongamentos e exercícios cardiovasculares, para aumentar sua resistência e prevenir caimbras e dores musculares devido à longa permanência em pé

– Use roupas e sapatos confortáveis e resistentes para evitar desconforto durante o show, priorizando tecidos naturais como o algodão e evitando sandálias ou chinelos que possam causar acidentes;

– Mantenha-se hidratado durante o show, bebendo pelo menos 500 ml de água antes de sair de casa e planejando consumir pelo menos cinco garrafas durante o evento.

Como se proteger de arrastão em show?

É comum que fãs sejam alvo de arrastões ao término de grandes shows. No Rio de Janeiro, por exemplo, recentemente, o evento com Alok na praia de Copacabana e uma das apresentações de Taylor Swift no Engenhão terminaram com diversos membros da plateia sendo vítimas dessa prática. Para evitar essa situação, existem algumas precauções que você pode tomar.

– Leve apenas uma quantia de dinheiro limitada ou apenas um cartão de crédito com saldo ajustado, caso deseje comprar alimentos ou bebidas;

– Estabeleça um ponto de encontro prévio com os seus acompanhantes antes e depois do show;

– Mantenha seu celular bem escondido e, se necessário enviar mensagens ou compartilhar sua localização, faça-o dentro de algum estabelecimento;

– Permaneça próximo a áreas com policiamento;

– Fique por dentro das saídas e os pontos de segurança no local do evento e evite circular sozinho em áreas menos movimentadas;

– Procure sair prontamente do local do espetáculo e evite demorar para ir embora.

Como evitar roubo em festa?

Após o show da Madonna, estão previstas algumas festas na capital carioca para servir como o “after” da apresentação da Material Girl. Se você planeja frequentar qualquer um desses eventos, o cuidado continua sendo fundamental para garantir que o final da noite seja seguro e sem problemas para você e seus acompanhantes.

-Opte por utilizar um celular antigo em vez do seu dispositivo habitual;

– Mantenha seus itens essenciais próximos ao corpo e verifique-os regularmente para evitar possíveis furtos;

– Prefira ir acompanhado, já que estar em grupo permite uma vigilância mútua mais eficaz, diminuindo assim a vulnerabilidade;

– Remova aplicativos bancários e opte por levar dinheiro em espécie, se possível apenas a quantia necessária para o dia, ou opte por um cartão sem tecnologia de aproximação;

– Evite emprestar seu cartão a outras pessoas;

– Tenha cautela ao realizar transações por meio do PIX.

Quem vai pagar o show da Madonna?

Conforme um documento enviado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro à Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do RJ (Funarj), a passagem de Madonna pelo Brasil terá um custo total de R$ 59.908.437,50, cobrindo desde o cachê da cantora até a montagem e estrutura completa do espetáculo.

Do montante total, apenas R$ 10 milhões serão financiados pelo Governo do Rio de Janeiro. O restante será coberto pelos patrocinadores, que inclui um grupo poderoso com marcas como Deezer, Grupo Heineken, Eventim, Absolut e Stanley.

O principal financiador do espetáculo é o Itaú Unibanco, com quem a cantora estabeleceu uma parceria para a veiculação de comerciais e que fornecerá um espaço VIP no show para convidados e clientes selecionados.

Os valores específicos pagos por cada um desses patrocinadores, no entanto, não foram divulgados.

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Projeto Mundoteca não é do governo federal, ao contrário do que diz prefeita que jogou livros no lixo

Investigado por: Folha de S.Paulo, Estado de Minas e Correio*.

Enganoso: É enganoso um post viral em que a prefeita de Canoinhas (SC), Juliana Maciel (PL), culpa o “governo do PT” e a Lei Rouanet pela Mundoteca e pela escolha de livros para crianças e adolescentes que não teriam “os valores que a gente acredita”. A Mundoteca é um programa da empresa FGM Produções, que atua na criação de projetos sociais e culturais, e não do governo federal, como informou ao Comprova a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. De fato, o projeto foi aprovado pela Lei Rouanet em 2018, ano em que o presidente era Michel Temer (MDB), e executado de 2019 a 2023 — ou seja, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o primeiro ano do presidente Lula (PT).

Conteúdo investigado: Vídeo publicado no Instagram mostra a prefeita de Canoinhas (SC), Juliana Maciel (PL), jogando no lixo livros do projeto Mundoteca. Ela diz que “a Mundoteca é um programa do governo federal e da Lei Rouanet. Mais uma vez o governo do PT faz esse tipo de coisa: bota o adolescente, bota a criança, induz a coisa que não é dos valores do que a gente acredita”.

Onde foi publicado: Instagram.

Conclusão do Comprova: A Mundoteca, projeto de bibliotecas comunitárias, não é uma iniciativa do governo federal, diferentemente do que afirma a prefeita de Canoinhas. Em post viral, ela joga livros no lixo, dizendo que os títulos não são adequados para crianças e adolescentes, e acusa o governo do PT de induzir “a coisa que não é dos valores que a gente acredita”. Ela também critica a Lei Rouanet, que apoiaria o projeto.

Após a publicação repercutir, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República afirmou, em nota, que o projeto “não é uma ação do governo federal” e que o post é uma “peça de desinformação”. A Mundoteca teve, de fato, apoio da Lei Rouanet, mas não tem mais. A Secom explicou que o programa foi aprovado para captar recursos por meio da lei em 2018, e que o projeto foi executado entre 2019 e 2023. Ou seja, se fosse do governo federal — o que, como explicado, não é —, o programa teria sido aprovado na gestão de Michel Temer (MDB) e implementado na de Jair Bolsonaro (PL), e não na de Lula (PT), a quem a autora do post critica.

A Mundoteca foi idealizada pela FGM Produções, que atua na criação de projetos sociais e culturais, segundo página da empresa no YouTube. Em nota divulgada no Instagram após o post da prefeita, a empresa informou que o objetivo da Mundoteca é “proporcionar às comunidades o acesso gratuito e cotidiano aos livros” e que o programa é voltado para todas as idades — não apenas crianças e jovens.

No documento, a empresa afirma que, para que a Mundoteca funcione, deve haver um contrato com as prefeituras das cidades onde ela será implementada e que, após um período (não determinado na nota), a biblioteca passa a ser gerida pelos órgãos municipais. Ao Comprova, a Prefeitura de Canoinhas afirmou que, “assim como outras cidades do Brasil, recebeu acervo da Mundoteca como doação” e que “tem autonomia para retirar títulos do espaço”.

Os livros que aparecem sendo jogados no lixo pela prefeita são “Aparelho Sexual e Cia”, de Zep e Hélène Bruller, e “As melhores do Analista de Bagé”, de Luis Fernando Verissimo. De acordo com a nota da FGM, essas obras nunca foram indicadas ou emprestadas para crianças. “O livro ‘Aparelho Sexual e Cia’ tem indicação para público juvenil e foi emprestado para somente uma pessoa adulta na biblioteca em questão. E o livro ‘As melhores do Analista de Bagé’ é recomendado para o público adulto e nunca foi emprestado”, afirma o texto.

O Comprova procurou a Prefeitura de Canoinhas que, em nota, declarou que “as duas obras trazem desenhos e textos de cunho sexual. Não tratam sobre práticas educacionais, muito pelo contrário. E por não condizerem com o que a Secretaria Municipal de Educação preza e ensina às crianças e adolescentes, foram retirados do acervo. Os livros serão encaminhados aos responsáveis pela criação do projeto da Mundoteca.” O G1 noticiou que o MPSC instaurou, em 19 de abril, uma notícia de fato para apurar o descarte de livros.

Enganoso, para o Comprova, é todo conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até 24 de abril, o vídeo tinha 179 mil visualizações no Instagram.

Fontes que consultamos: Por e-mail, contatamos a Secom, que nos enviou a nota. Consultamos a nota da FGM no Instagram e reportagens sobre o assunto. Também tentamos contato com a Prefeitura de Canoinhas, que enviou o contato de uma assessora de imprensa, e com o MPSC, mas não houve retorno.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Outro livro foi alvo de desinformação nas redes sociais recentemente. No mês passado, o Comprova trouxe informações sobre polêmica envolvendo o livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, criticado por uma diretora de Santa Cruz do Sul (RS). Já a Lei Rouanet é assunto frequente de posts com desinformação. O Comprova já mostrou que um produtor cultural não foi a Portugal com dinheiro recebido do mecanismo e publicou também que tuíte engana ao dizer que Ludmilla receberá R$ 5 milhões por projeto que leva seu nome.

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CropLife Brasil: biotecnologia é solução para a produção agrícola sustentável

A biotecnologia na agricultura, modificação genética de plantas para conferir características desejáveis, tem sido um dos melhores métodos utilizados para resistência a pragas e herbicidas, adaptabilidade às mudanças climáticas e aumento da produtividade. Convidado do programa CB.Agro — parceria entre Correio e TV Brasília — desta sexta-feira (26/4), o presidente da Croplife Brasil, associação de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a produção agrícola sustentável, Eduardo Leão, explicou quais sãos os impactos econômicos positivos e ganhos para os produtores.

Leão explica que equilibrar o crescimento econômico com práticas agrícolas sustentáveis é o que aumenta a produtividade sem comprometer o meio ambiente, assim, a tecnologia entra nesse processo. “O desmatamento só pode ocorrer com ganhos de produtividade. A tecnologia tem um papel fundamental nesse processo, nos últimos 40 anos, quando o Brasil deixou de ser um importador de alimentos e passou a ser essa potência exportadora, aumentamos a nossa produtividade em mais de três vezes. É importante também nos atentarmos para que esse ganho de tecnologia, aumento de produção e produtividade, não venha a causar impactos negativos ao meio ambiente. Há uma preocupação muito grande da indústria para garantir, não apenas, que sejam produzidas tecnologias cada vez mais ambientalmente sustentáveis, mas que a utilização seja feita de uma forma correta e adequada”.

Ele sublinha que há um compromisso da indústria em desenvolver tecnologias mais sustentáveis e promover práticas agrícolas responsáveis. Leão expressou otimismo quanto ao futuro, destacando as oportunidades para impulsionar o crescimento econômico por meio da inovação e da adoção de boas práticas agrícolas.

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Banco usa recursos digitais para agilizar etapas do financiamento de imóvel

O setor de crédito imobiliário encerrou 2023 em alta. De acordo com o balanço anual da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), foram registrados R$ 251 bilhões em concessões, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior.

Esse foi o segundo melhor resultado da série histórica, superado apenas pelos R$ 255 bilhões atingidos em 2021.

Ao todo, 994 mil unidades habitacionais foram financiadas no país no ano passado, sendo que 500 mil —pouco mais da metade— receberam recursos através da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

A expectativa da Abecip é de que a curva de crescimento se mantenha. Segundo Sandro Gamba, presidente da associação, espera-se a concessão de R$ 259 bilhões em 2024.

Maior agente financeiro de habitação do Brasil, a Caixa Econômica Federal detém cerca de 67% do mercado. Na opinião de 20% dos paulistanos entrevistados pelo Datafolha, o banco oferece o melhor crédito imobiliário da cidade.

Entenda a metodologia da pesquisa Datafolha

Entre os dias 20 de fevereiro e 4 de março deste ano, o Datafolha realizou 1.008 entrevistas com pessoas com 16 anos ou mais, pertencentes às classes A e B da cidade de São Paulo. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

É a segunda vez que a Caixa chega ao pódio da categoria, que estreou em 2023 na premiação O Melhor de São Paulo Serviços. Neste ano, o melhor índice (28%) foi conquistado entre os paulistanos com renda familiar mensal entre 5 e 10 salários mínimos.

Fundada em janeiro de 1861 por dom Pedro 2º, ainda com o nome de Caixa Econômica da Corte, o banco incorporou, há 38 anos, o BNH (Banco Nacional da Habitação).

Com isso, assumiu a liderança no setor e, desde então, vem ampliando a oferta de financiamentos imobiliários, movimento que ganhou impulso extra com a criação do programa Minha Casa, Minha Vida, em 2009.

Embora o MCMV englobe imóveis rurais para famílias com renda anual de até R$ 96 mil, é nas cidades que o projeto tem maior tração.

Segundo Inês Magalhães, vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, as operações de concessão de crédito imobiliário são contratadas principalmente por moradores de áreas urbanas, da faixa etária entre 30 e 40 anos, com renda mensal de até R$ 4.000.

Como a obtenção de um financiamento costuma ser um processo complexo, novos recursos digitais, como o aplicativo Habitação Caixa, têm facilitado o acesso. Pela tela do smartphone, o cliente pode fazer simulações, enviar documentos e avaliar seu crédito.

Após a assinatura do contrato, o mesmo canal permite amortizar a dívida com recursos próprios, alterar a data do vencimento, solicitar uma pausa ou renegociar a dívida.

“A Caixa é uma instituição financeira pública, que transforma a vida das pessoas ao fomentar a inclusão e o desenvolvimento sustentável. É o principal banco de crédito imobiliário do país, que viabiliza o acesso à moradia digna, com ampla capilaridade em todo o território brasileiro”, afirma a executiva.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

20% das menções

Fundação

1861

Unidades

26,5 mil agências e pontos de atendimento

Funcionários

86.794

Faturamento

Não divulga

Crescimento

Não divulga

O prêmio reforça o reconhecimento da Caixa como principal banco do país, quando se trata de aquisição da casa própria, transformando assim a vida de milhares de brasileiros todos os dias

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Petrobras vai retomar todas as unidades de fertilizantes, ‘uma por uma’, diz Prates

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta quinta-feira que a estatal vai recuperar todas as unidades de fertilizantes no Brasil. A empresa informou na noite anterior que retomaria as operações da fábrica Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, que estava com as atividades suspensas (hibernadas) desde 2020.

Ela havia sido coloca à venda pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o processo foi cancelado com a chegada do PT ao governo, que considera a área de fertilizantes estratégica para a Petrobras.

— Vamos recuperar uma por uma. Se for viável, e faremos que seja viável, como em Mato Grosso. Ontem, anunciamos a (retomada da) Ansa. Temos o mandato do Conselho (De Administração) para voltar para a área de fertilizantes. Vamos dar a solução viável e lucrativa para cada uma das unidades de fertilizantes. Vamos recuperar com governança, ouvindo TCU (Tribunal de Contas da União). Parece que estamos recuperando coisas proibidas, por causa do passado — disse Prates.

A decisão de retomar a Ansa foi tomada na quarta-feira, em reunião feita pela diretoria executiva da estatal. Ela tem capacidade de produção de 720 mil toneladas por ano de ureia e 475 mil toneladas por ano de amônia, produtos usados para a produção de fertilizantes usados na agricultura.

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“Diante da revisão das diretrizes estratégicas da companhia aprovadas no ano passado, o investimento na produção de fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobras”, disse a estatal em nota.

A decisão ocorre após uma briga entre Jean Paul Prates e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia (MME), que resultou em rumores de uma possível mudança no comando da Petrobras. Esse cenário, porém, perdeu fôlego nas últimas semanas.

Para que a Ansa volte a funcionar, a Petrobras vai negociar com ex-empregados e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) os termos da contratação e realizar licitações para a compra de materiais e serviços. Ainda falta, porém, definir como serão esses procedimentos, destacou a estatal. A Petrobras ainda não definiu quando a unidade vai voltar a operar.

Em fevereiro, a estatal anunciou com a norueguesa Yara um memorando de entendimentos visando estudos de potenciais parcerias de negócios para iniciativas locais no segmento de fertilizantes e produção de produtos industriais.

Segundo uma fonte do setor, as conversas entre as duas empresas envolvem a combinação de operações, como em Cubatão para “criar uma maior competitividade”. Os estudos, ainda em fase inicial, podem agregar outras operações. As companhias assinaram o acordo justamente para trocarem dados financeiros.

Conversa com chineses para unidade em MS

Além da Ansa, há a expectativa em torno da retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul (MS).

De acordo com fontes, a companhia vem mantendo conversas com os chineses da Sinopec para a retomada da UFN-III. A unidade começou a ser construída em 2011 e hoje está cerca de 80% pronta. As obras, no entanto, estão paradas desde dezembro de 2014. Em 2017, a Petrobras chegou a colocar a fábrica à venda, mas sempre encontrou dificuldades para se desfazer da unidade.

Segundo essas fontes, a Sinopec já deu indícios à Petrobras de que tem interesse no empreendimento. A proposta que está sendo costurada é que os chineses terminem a obra e recebam parte em ações do empreendimento em troca. Isso vai permitir, de acordo com essas fontes, mais celeridade ao início da retomada das obras, cuja intenção da estatal é iniciar já neste ano.

Para essa fonte, se a Petrobras abrir uma nova licitação para retomar as obras sozinha, o cronograma poderia atrasar para 2025.

Ainda não se sabe qual seria o total de ações que a Sinopec teria no empreendimento em Três Lagoas, pois esse percentual pode variar a depender da intenção entre as duas companhias. “O cenário ainda está sendo desenhado, mas o cenário desejável é iniciar as obras esse ano”, disse essa fonte.

Na manhã desta quinta-feira, a estatal assinou com empresa China National Chemical Energy Company (CNCEC) um protocolo de intenções abrangendo diversas áreas, com destaque para energias renováveis e transição energética.

“A parceria também prevê a avaliação de potenciais acordos comerciais nas áreas de exploração de petróleo; produção de fertilizantes a partir de gás natural e outras fontes; desenvolvimento da produção; refino; biorrefino e petroquímica; engenharia, construção e serviços; além de pesquisa, desenvolvimento e inovação˜, disse a estatal em nota.

Segundo a Petorbras, o acordo terá duração de dois anos e será imediatamente ativado com a análise conjunta de ativos de fertilizantes e petroquímica.

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