Evento gratuito em homenagem ao Dia do Gari será nesta quinta-feira (16/5)

Os responsáveis por deixar Brasília limpa e segura vão receber um evento gratuito em homenagem à profissão que exercem. O dia do Gari, marcado para 16 de maio, será comemorado no Pavilhão do Parque da Cidade, a partir das 7h30 com a expectativa de reunir mais de cinco mil pessoas. O encontro é organizado pela Cerrado Livre e conta com apoio do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Ceac).

“Os objetivos do evento incluem celebrar e reconhecer a importância histórica e cultural dos garis na comunidade, promover a inclusão social e a coesão comunitária, fomentar a economia criativa e o desenvolvimento sustentável no DF, oferecer uma experiência cultural de alta qualidade, acessível a todos os públicos, e estimular a inovação, a criatividade e o empreendedorismo no setor cultural”, explica André Rangel, presidente da Cerrado Livre.

O projeto promove uma campanha, intitulada “Dia sem lixo”, que convida as pessoas a não colocarem o lixo para fora nesta desta, como forma de homenagem.

O evento será iniciado com um café da manhã, às 8h, e a entrada será liberada trinta minutos antes. Duas apresentações musicais estão confirmadas, sendo uma delas do cantor Rainner, às 09h, e outra da dupla Wilian e Marlon, às 11h. Haverá ainda a presença do governador Ibaneis Rocha e de deputados às 10h para o cerimonial. Às 12h, será servido um almoço, finalizando a comemoração.

Ações serão realizadas para inclusão de pessoas com deficiência, como rampas de acesso, estacionamento reservado, banheiros adaptados e comunicação inclusiva com audiodescrição.

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Barroso: “O agronegócio depende da Floresta Amazônica”

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou, nesta segunda-feira (13/5), que não há conflito entre a preservação ambiental e o agronegócio, já que a atividade econômica depende da proteção da Amazônia.

“É um equívoco achar que há uma tensão entre proteção ambiental e agronegócio. Não existe. O agronegócio depende da Floresta Amazônica”, declarou o ministro em um evento do J20, grupo das Supremas Cortes dos países do G20, grupo das maiores economias do mundo.

Segundo o magistrado, o Brasil ainda não tem condições para se tornar uma liderança industrial ou tecnológica, porém “pode e deve ser a grande liderança global em matéria de mudança climática e proteção ambiental”.

Barroso defendeu que, ainda que o Judiciário não tenha a atribuições de elaborar políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas, magistrados podem atuar na proteção de direitos, na destinação de recursos e em determinações em situações em que o Executivo e o Legislativo sejam considerados omissos.

Tragédias como as queimadas no Canadá, as inundações no Rio Grande do Sul e a seca na Amazônia foram apontadas pelo ministro como exemplos de que é preciso agir e que o tema extrapolou a esfera científica para tomar o protagonismo em debates internacionais.

“No primeiro momento, em diferentes partes do mundo, o Judiciário considerou o tema como uma questão política a ser tratada pelo parlamento e pelo Executivo. Isso está mudando e acho que está mudando por três razões. Em primeiro lugar, pela percepção de que a proteção do meio ambiente é uma questão de direito fundamental. Olha o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Envolve um dos principais direitos fundamentais que é o direito à vida. As pessoas estão morrendo por conta da mudança climática”, pontuou o magistrado, que também indicou que a dificuldade da política em priorizar ações a longo prazo é um fator dificultador na preservação do meio ambiente.

“É da natureza da política o prazo eleitoral ao passo que o dano que se produz no meio ambiente hoje só vai efetivamente produzir seus resultados negativos daqui a 20 ou 30 anos. Portanto, muitas vezes, falta à política majoritária um incentivo necessário para medidas que são difíceis de tomar”, opinou.

Barroso pediu “solidariedade” das plataformas digitais, em meio à disseminação de fake news envolvendo a tragédia climática no Rio Grande do Sul. “A proliferação de fake news em relação à tragédia climática no Sul é uma derrota de espírito. É uma perversão da alma alguém fazer maldades com uma situação que já é tão gravosa. No momento sensível como esse que estamos vivendo, nós precisamos de uma solidariedade geral, inclusive das plataformas digitais.”

Em uma semana, como disse o ministro, o Supremo, com a contribuição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), enviou R$ 106 milhões à Defesa Civil gaúcha.

“O Judiciário pôde ajudar com essas contribuições. Mas não se salva o mundo da mudança climática com decisões judiciais. O Judiciário não é o protagonista dessa história, embora possa proferir decisões pontuais e importantes”, observou o presidente do STF.

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A perigosa fauna marinha da Austrália, fonte de antídotos para os humanos

O efeito da picada de uma pequena água-viva Irukandji pode ser tão forte que uma pessoa não consegue respirar, como se tivesse um elefante sentado no peito, e a dor é tão intensa que faz a pessoa desejar morrer, diz o cientista australiano Jamie Seymour, que já sentiu isso pessoalmente 11 vezes.

Esses são os riscos do trabalho que, entre outras etapas, envolve extrair o veneno dessas temíveis criaturas marinhas para salvar vidas, explicou o toxicologista da Universidade James Cook, na Austrália.

Dezenas de águas-vivas Irukandji, algumas do tamanho de uma semente de gergelim, flutuam em tanques de água em um laboratório desta universidade no estado de Queensland.

Em outro tanque, um dos peixes mais venenosos do mundo: o peixe-pedra e sua espinha dorsal mortal. Seu veneno pode matar seres humanos, embora na Austrália não tenham sido registrados casos fatais. Seymour já foi picado e sobreviveu.

Sua equipe estuda os animais mais mortais da Austrália para tentar compreendê-los e ajudar a proteger as pessoas. “A Austrália é, sem dúvida, o continente mais venenoso do mundo”, afirma Seymour à AFP.

Passeando entre os tanques, o cientista vai mostrando suas perigosas criaturas, incluindo algumas águas-vivas cubomedusas, comumente chamadas de vespas-do-mar, cujo veneno pode matar uma pessoa em apenas 10 minutos.

– Extração do veneno –

Apesar da quantidade de animais venenosos na Austrália, as mortes são relativamente raras.

Os dados oficiais mostram que, entre 2001 e 2017, houve em média 32 mortes por ano relacionadas a animais, embora a maioria causada por cavalos e vacas.

Desde 1883, foram registradas duas mortes por águas-vivas Irukandji e cerca de 70 por cubomedusas.

Para efeito de comparação, apenas em 2022 houve 4.700 mortes por drogas, álcool ou acidentes de trânsito na Austrália, segundo dados do governo.

“Há chances razoáveis de ser picado ou mordido por um animal na Austrália, mas as chances de morrer são muito baixas”, diz Seymour.

Sua equipe é a única a extrair o veneno desses animais letais para transformá-lo em antídotos.

No caso das cubomedusas, o processo é complicado. Os pesquisadores precisam remover seus tentáculos, congelá-los a seco e extrair o veneno quando ele solidifica.

A extração do veneno do peixe-pedra é mais delicada. Os cientistas devem inserir uma seringa nas glândulas venenosas do animal vivo enquanto o seguram com uma toalha.

O veneno é enviado para um centro no estado de Victoria, que fica responsável pelo seu processamento.

Inicialmente, um membro da equipe injeta uma pequena quantidade do veneno em um animal, como um cavalo, por seis meses, que desenvolve anticorpos naturais.

Em seguida, os cientistas retiram o plasma do animal, extraem os anticorpos, removem as impurezas e os transformam em antídoto para humanos.

– Mudanças climáticas –

Esses antídotos são enviados para hospitais na Austrália e em outras nações do Pacífico para serem administrados a pacientes que foram picados ou mordidos por algum desses animais.

“Temos alguns dos melhores contravenenos do mundo, sem dúvida”, orgulha-se Seymour.

A mudança climática pode tornar esses tipos de remédios cada vez mais necessários, alertam os cientistas.

Há cerca de 60 anos, as águas-vivas Irukandji costumavam circular pelas águas australianas entre novembro e dezembro. Com o aumento das temperaturas oceânicas, sua presença pode se estender até março.

Os alunos de Seymour descobriram que essas mudanças de temperatura também alteram o nível de toxicidade do veneno.

“Por exemplo, se eu preparar um antídoto para um animal a 20 graus e for picado por um animal que vive em um ambiente de 30 graus, esse contraveneno não funcionará”, conclui.

Estudos científicos demonstraram que o veneno dessas criaturas também poderia ser usado para tratar outras doenças, embora seja uma área de pesquisa pouco financiada.

O veneno “deve ser pensado como um ensopado de vegetais. Existem muitos componentes diferentes”, diz Seymour.

“O que estamos tentando fazer é separar esses componentes e descobrir o que acontece”, explicou.

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Desastres ambientais: tragédia no Sul já é a 2ª maior dos últimos 10 anos no país

A tragédia que atinge o Rio Grande do Sul deixou pelo menos 136 mortos e 141 estão desaparecidos, até este sábado (11/5). Ao todo, são 333 mil desalojados, 71 mil em abrigos. Essa já é considerada o maior desastre ambiental da história do estado.

A enchente em Porto Alegre bateu o recorde histórico de 1941, quando o nível do Guaíba chegou a 4,76cm. Na época, dos 272 mil habitantes de Porto Alegre, 70 mil ficaram desabrigados. Em termos de Brasil, a tragédia no Sul já está entre as 10 com mais mortes. Nos últimos 10 anos, somente a tragédia de Petrópolis, em 2022, teve mais fatalidades, contabilizando 241 vidas perdidas.

Uma pesquisa da Quaest divulgada na quinta-feira (9/5) apontou que 99% dos entrevistados acreditam que as enchentes no Rio Grande do Sul possuem ligação com as mudanças climáticas. De acordo com um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado na quarta-feira (8/5), o Brasil registrou 12 eventos climáticos extremos, sendo nove deles considerados incomuns e dois sem precedentes, em 2023.

A associação do desastre ambiental com as mudanças climáticas foi reforçado por um estudo publicado na sexta-feira (10/5) por um consórcio de cientistas. O levantamento analisou o padrão histórico de eventos meteorológicos na região desde 1979 e concluiu que as enchentes no Brasil são um evento cujas características locais podem ser atribuídas principalmente às mudanças climáticas provocadas pelo homem.

A maior tragédia climática do Brasil ocorreu em 1967 na região da Serra das Araras, no Rio de Janeiro. A estimativa é que duas mil pessoas tenham morridos nos deslizamentos de terra. A tragédia é considerada pela ONU como um dos dez piores deslizamentos de terra dos últimos cem anos.

As enchentes e deslizamentos que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro em 2011 deixou 916 mortes. Foram atingidos os munícipios de oram Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana, e Areal, na Região Centro-Sul do estado.

Os deslizamentos que atingiram Caraguatuba, em São Paulo, em 1967 deixaram 436 mortos, mas estimasse que tenha tido muito mais mortos, já que muitos corpos não puderam ser encontrados em meio a lama.

Também foi em 1967 que um temporal no Rio de Janeiro causou um desabamento no bairro de Laranjeiras. Mais de 300 pessoas morreram quando uma casa e dois edíficios caíram.

Um ano antes, uma enchente deixou 250 mortos na cidade do Rio de Janeiro. Mais de 50 mil pessoas ficaram desabrigadas.

Em fevereiro de 2022, 241 pessoas morreram nos deslizamentos que atingiram Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Foram registrados 775 deslizamentos de terra em toda a cidade.

Fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro em abril de 2010 deixaram 231 mortos em vários munícipios.

As enchentes que atingem o Rio Grande do Sul em maio deste ano já deixaram 136 mortos. Outras 141 continuam desaparecidas e 756 estão feridas. Outras 141 continuam desaparecidas e 756 estão feridas.

Ao todo, 444 municípios foram afetados pelas enchentes e 71.398 pessoas estão em abrigos. Outras 333.928 estão desalojadas,

Mais de 1,5 milhão de pessoas foram atingidas pelas enchentes no Vale do Itajaí em 2008. 135 pessoas morreram.

Os estados de Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte sofreram com deslizamentos em 2022. O estado mais atingido foi Pernambuco, que contabilizou 128 mortes.

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Crise climática: “Negacionismo roubou 30 anos de ações efetivas”, diz especialista

Convidada do Podcast do Correio desta sexta-feira (10/5), a bióloga Mercedes Bustamante, ex-diretora da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora de mudanças climáticas, explicou como as questões urgentes e que cercam a atual crise climática têm provocado tragédias como a do Rio Grande do Sul.

Na bancada com os jornalistas Mayara Souto e Victor Correia, a bióloga foi questionada sobre a mobilização global para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, em que foi enfática ao apontar o negacionismo climático como um obstáculo. “O negacionismo climático nos roubou quase 30 anos de ações efetivas contra mudanças do tempo. No lugar de estarmos discutindo as soluções e as implementações, nós tivemos que explicar a parte mais básica da ciência e do clima. Isso toma tempo dos pesquisadores e toma espaço na mídia que poderia estar sendo usado para discutir soluções”, critica.

As chuvas intensas que causaram a tragédia no Rio Grande do Sul têm interação entre frentes frias, massas de ar quente seco e os impactos do aquecimento global, que resultaram em precipitações sobre uma área extensa do estado. De acordo com a especialista, há a possibilidade de prever e lidar com desastres naturais como enchentes, com planos de contingência e adaptação. Ela enfatizou a necessidade de alojamentos seguros, suprimento de água e a proteção das infraestruturas críticas para mitigar os impactos devastadores desses eventos.

“O Rio Grande do Sul já era colocado nos modelos climáticos como uma região que sofreria muito com os extremos, tanto de secas, quanto de inundações. Eu espero que essa seja a lição aprendida que, a duras penas, vão ter de haver planos de contingência. A gente precisa ter alojamentos para mulheres e crianças. A gente precisa ter condições e suprimento de água. As infraestruturas críticas são todos aqueles setores que causam um colapso geral da economia e da sociedade. Transporte, comunicação, água potável, sistema de saúde, distribuição de alimentos. Não basta que as pessoas saiam de casa”, diz.

A relação entre mudanças climáticas e urbanização tem prejudicado cidades impermeabilizadas e mal preparadas para chuvas intensas, que tendem a ser cada vez maiores. Bustamante sublinhou que repensar o planejamento urbano e investir em infraestruturas resilientes é o que deve ser feito para enfrentar os novos padrões de precipitação.

Assita ao episódio:

“Uma das questões que vem sendo discutida quanto ao aquecimento global é qual a relação dele com a intensificação e com a maior frequência de fenômenos. Vão ter mais extremos de temperatura que geraram essas grandes chuvas. É importante pensar que o nosso processo de urbanização, a forma como nós construímos as cidades e ocupamos os territórios, foram baseadas num clima que a gente não vai ter mais. Aqueles eventos que talvez acontecessem uma vez a cada 100 anos, agora, a cada grau de aquecimento, vão aumentar em frequência e intensidade. Aquilo que era algo raro vai se tornar mais frequente”, aponta.

Ao discutir a reconstrução de áreas afetadas por desastres naturais em novas localizações, a especialista explicou a complexidade do processo e a necessidade de considerar não apenas aspectos físicos, mas também emocionais e sociais. Por isso, a importância de prevenir desastres futuros e repensar o desenvolvimento urbano de maneira sustentável.

“Quando você desloca as pessoas, não é simplesmente construir uma casa nova, é deslocar memórias e histórias que estão associadas àquele território. Há milhões de pessoas vivendo em regiões que são consideradas vulneráveis depois do processo de evacuação ou migração. O Brasil precisa estar atento. Precisamos ter prevenção de desastres e melhoria da urbanização. Quando acontecem essas enchentes, há um problema crítico que é a qualidade da água. Boa parte das cidades brasileiras ainda têm problema de saneamento básico”, observa.

“Toda ação é válida. Tem que ver o seu espaço de ação e atuar. Não é o governo sozinho e não é a sociedade sozinha. Se não for uma ação coletiva e ampla, vai demorar mais tempo”, conclui.

*Estagiária sob a supervisão de Mariana Niederauer

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Trump prometeu a petroleiras revogar políticas ambientais de Biden

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano Donald Trump pediu a executivos da indústria do petróleo que arrecadassem 1 bilhão de dólares para a sua campanha, com a promessa de revogar as regulamentações ambientais impostas pelo governo de Joe Biden se for reeleito, informou nesta quinta-feira (09) o jornal “The Washington Post”.

O jornal citou fontes segundo as quais a reunião teria acontecido no mês passado, no clube Mar-a-Lago de Trump, na Flórida. A campanha não confirmou nem negou à AFP o conteúdo do artigo.

“Joe Biden é controlado por extremistas ambientais que tentam implementar a agenda energética mais radical da História e obrigam os americanos a comprar veículos elétricos que não podem pagar”, disse Karoline Leavitt, porta-voz da campanha. Já a campanha de Biden acusou Trump de “vender famílias trabalhadoras para as grandes petroleiras em troca de cheques para a sua campanha”.

Segundo o Washington Post, Trump prometeu acabar imediatamente com o congelamento de licenças para novas exportações de gás natural liquefeito (GNL) imposto pelo governo Biden. Também antecipou a executivos de cerca de duas dezenas de empresas, entre elas Venture Global, Cheniere Energy, Chevron e Exxon, que leiloaria mais concessões de petróleo no Golfo do México e revogaria as restrições de perfuração no Ártico do Alasca.

A Lei de Redução da Inflação de 2022, que foi o plano de ação climática de Biden, canaliza cerca de 370 bilhões de dólares em subsídios para a transição energética dos Estados Unidos. Já Trump colocou em dúvida a ciência por trás das mudanças climáticas e retirou os Estados Unidos do acordo de Paris para limitar o aquecimento global.

“Ele age como um vilão das histórias em quadrinhos, oferecendo-se para vender o destino do planeta por um cheque de US$ 1 bilhão”, criticou o grupo climático Evergreen Action. “Está pronto para entregar uma caneta à Exxon e Chevron para redigirem as políticas que vão atrasar o progresso climático dos Estados Unidos e envenenar nossas comunidades.”

A campanha de Biden chamou Trump de “fantoche de seus maiores doadores”. “Ele não luta pelo que é melhor para as famílias americanas, pela energia mais barata ou pelo nosso clima, importa-se apenas com uma vitória nestas eleições.”

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Desmatamento da Amazônia cai 21,8% em um ano; Pantanal reduz 9,2%

O índice de desmatamento na Amazônia caiu 21,8% em um ano, segundo dados divulgados pelo governo federal nesta quarta-feira (8/5). Conforme os números do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2022 a julho de 2023 foi desmatada uma área de 9.064 km², número inferior aos 11.594 km² registrados um ano antes.

A área desmatada na Amazônia no último ano é a menor registrada desde 2019. Em novembro do ano passado, o governo já tinha divulgado uma estimativa desta taxa, que mostrava uma queda de 22,3%. A variação, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, está dentro da margem de erro.

Já no Pantanal, outro bioma importante do País, a queda foi menos expressiva. No último período analisado, foram desmatados 723 km², número que representa uma redução de 9,2% em relação ao período anterior.

A principal estratégia do governo para reduzir o desmate na área foi o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que reúne ações em eixos como fiscalização, monitoramento e desenvolvimento da bioeconomia local, entre outros.

A meta de zerar o desmatamento na região até 2030 é uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma das principais vitrines do Brasil na discussão global sobre clima.

“Esses resultados são a combinação de instrumentos: as ações de fiscalização, mas também as ações voltadas para outros eixos do PPCDAm. Como, por exemplo, instrumentos econômicos e creditícios, aporte de recursos para que a gente possa fazer uma abordagem positiva, ajudando a mudar modelos de desenvolvimento, criando alternativas de base sustentável”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

No caso do Cerrado, as taxas confirmadas já tinham sido divulgadas pelo governo no ano passado e mostravam um aumento de 3% do desmatamento no bioma. No último período analisado, o desmate do Cerrado chegou a 11.011 Km², ante 10.688 Km² na medição anterior.

Durante a apresentação dos dados, a ministra Marina Silva falou sobre a importância do combate ao desmatamento no âmbito das políticas relacionadas às mudanças climáticas. Marina afirmou que o governo trabalha na construção de um “PPClima”, em referência ao PPCDAm, para preparar municípios para eventos extremos causados pelo clima. A ministra mencionou a situação do Rio Grande do Sul, onde até o momento 100 pessoas morreram em decorrência de enchentes.

“O que vamos fazer com município 100% alagado no Rio Grande do Sul? Não tem medida de prevenção que dê conta de uma situação dessa. Isso está acontecendo em função da ação humana. Se não revertermos os processos que levam à mudança do clima, teremos uma situação muito difícil”, afirmou.

A ministra afirmou que o plano começou a ser desenhado em fevereiro de 2023 após o desastre em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, quando 64 pessoas morreram em decorrência das fortes chuvas.

“Não é um plano que terá como ser definitivo. Será um plano dinâmico, até porque há uma dinâmica em si mesma do próprio sistema climático, de tudo que está acontecendo. E ele, com certeza, será no plano transversal, como o PPCDAm. Com certeza terá uma uma governança que dê capacidade e agilidade para que as ações sejam implementadas”, explicou Marina.

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Mundo tem o 11º mês consecutivo de recorde de calor

Abril de 2024 marcou o décimo primeiro mês consecutivo de recordes de calor na Terra, anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta segunda-feira (7). O dado considera a temperatura média do ar do nosso planeta.

Desde junho de 2023, temos registrado um mês mais quente a cada novo período, um dado preocupante que ilustra claramente que vivemos uma emergência climática.

Em um comunicado, Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) explicou que o fenômeno climático El Niño atingiu seu pico no início do ano. Por isso, agora as temperaturas da superfície do mar no leste do Pacífico tropical estão voltando às condições neutras. Apesar disso, ele fez um alerta.

Enquanto as variações de temperatura associadas a ciclos naturais como o El Niño vêm e vão, a energia extra retida nos oceanos e na atmosfera pelo aumento das concentrações de gases de efeito estufa continuará empurrando a temperatura global em direção a novos recordes.

— Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

Ainda de acordo com o observatório, abril de 2024 foi o abril mais quente já registrado globalmente porque teve uma temperatura média do ar de superfície de 15,03°C, o que equivale a 0,61°C acima da média de abril de 1991-2020 e 0,14°C acima do recorde anterior, em fevereiro de 2016.

Além disso, a temperatura média global nos últimos doze meses (maio de 2023 – abril de 2024) é a mais alta já registrada, 0,73°C acima da média de 1991-2020 e 1,61°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

Recordes no oceano

Nos mares, a situação também continua preocupante. Segundo o observatório europeu, a temperatura média da superfície do mar global para abril atingiu 21,04°C, o maior valor registrado para o mês.

Este é o décimo terceiro mês consecutivo em que a temperatura da superfície do mar tem sido a mais quente nos registros de dados do Copernicus para o respectivo mês do ano.

Lista de recordes

A marca de temperatura de abril se soma à lista de recordes globais de calor neste e no último ano:

Além disso, o número de dias que ultrapassou o limiar de aquecimento politicamente significativo de 1,5ºC já atingiu um novo máximo, muito antes do final de 2023.

Fora tudo isso, julho de 2023 foi tão quente que pode ter sido o mês mais quente em 120 mil anos, enquanto as temperaturas médias de setembro quebraram o recorde anterior em 0,5°C.

No vídeo a seguir, o g1 explica a crise do clima em gráficos e mapas:

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É enganoso que Brasil tenha comprado vacina contra a covid banida em outros países

Investigado por: Band News FM e Folha de S.Paulo.

Enganoso: Não é verdade que o Brasil comprou vacinas que foram banidas em diversos países, diferentemente do que afirma post. As primeiras doses vendidas pelo laboratório Moderna foram realocadas para diferentes públicos ao longo das campanhas, mas nunca excluídas das ações. A versão atual do imunizante é aprovada pela Anvisa e recomendada pela OMS.

Conteúdo investigado: Mensagens no X e no Telegram sobre a compra pelo governo brasileiro de mais de 12 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Moderna. Post afirma que “inúmeros países” já baniram o imunizante “devido a graves problemas”.

Onde foi publicado: X e Telegram.

Conclusão do Comprova: Post engana ao afirmar que o Brasil acaba de comprar uma vacina contra a covid-19 banida em inúmeros países. O governo federal anunciou a aquisição de 12,5 milhões de doses da farmacêutica Moderna em 19 de abril. Segundo o Ministério da Saúde, o lote faz parte dos imunizantes mais atualizados contra a doença, aprovado pela Anvisa e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O imunizante que o responsável pelo post se refere é a versão original (bivalente), que teve o público-alvo alterado em alguns países por causa de efeitos adversos. No entanto, a vacina Moderna não foi banida.

Como o próprio post mostra, na Suécia, por exemplo, o governo suspendeu a vacina para menores de 30 anos em outubro de 2021. Mas, o que o post não informa é que órgãos de saúde do país voltaram a oferecer o imunizante em outubro de 2022, com novas diretrizes para crianças acima de seis anos.

Outro exemplo de país que teria banido a vacina, segundo o post, foi o Japão, mas isso não ocorreu. Em agosto de 2021, o governo suspendeu o uso de 1,63 milhão de doses após “relatos de contaminantes em alguns frascos”. Diferentemente do que o post sugere, não foi identificado nenhum problema de segurança ou eficácia e a suspensão foi apenas uma precaução, segundo autoridades japonesas e a Moderna.

Como reações adversas graves, a bula da versão atual da vacina cita casos de miocardite e pericardite, condições que afetam o coração. Ainda assim, o risco de desenvolvimento dessas doenças, segundo a farmacêutica, é muito raro e ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam o medicamento. A maioria se recuperou, mas há casos fatais, segundo o laboratório. As reações mais comuns são inchaço, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia.

A publicação também traz um vídeo traduzido do inglês em que o médico Robert Malone fala sobre riscos da vacina da Moderna a congressistas norte-americanos. A sessão foi gravada em Washington em 2023 e divulgada pela republicana Marjorie Taylor Green, publicamente anti-vacina e que já teve o perfil do X derrubado por compartilhar desinformação sobre a covid-19. Malone também é conhecido por difundir informações falsas sobre vacina e já foi desmentido diversas vezes.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. No X, a publicação teve, até 30 de abril, mais de 118,8 mil visualizações e, no Telegram, 4 mil.

Fontes que consultamos: Links dos sites New York Post, BMJ e The Straits Times, citados pelo autor, do Ministério da Saúde e da OMS.

Um dos argumentos do post que tenta descredibilizar a vacina é o de que a dose atual produzida pela Moderna não protege os humanos da variante do coronavírus em circulação, o que não é verdade. A publicação compartilha outro post de um médico infectologista alegando que o imunizante não combate a linhagem JN.1, descendente da XBB e que vem aumentando de forma exponencial entre os infectados.

Em dezembro de 2023, a OMS publicou uma diretriz sobre qual deveria ser a composição dos imunizantes para acompanhar a evolução do vírus. Na nota, a organização manteve a recomendação de usar como antígeno vacinal uma linhagem descendente da variante XBB.1, como a XBB.1.5. A orientação já vinha sendo aplicada pelos laboratórios desde maio do ano passado. Segundo a OMS, pesquisas indicam que vacinas com essa composição tiveram resultados positivos na neutralização da JN.1. A entidade pondera que os dados ainda são limitados.

Ao divulgar informações sobre o acordo fechado com o governo brasileiro, a Moderna esclareceu, em nota oficial, que a farmacêutica “gerou dados pré-clínicos e clínicos de sua vacina candidata monovalente XBB.1.5 mostrando uma resposta imunológica contra sub-linhagens XBB e cepas atualmente circulantes do vírus SARS-CoV-2, incluindo JN.1”. Ou seja, o imunizante apresentou benefícios no combate à variante em circulação.

Em um texto publicado no site do Ministério da Saúde, o médico infectologista e doutor em Epidemiologia Sérgio de Andrade Nishioka explicou que todas as vacinas usadas atualmente protegem contra formas graves da covid-19, independentemente da linhagem. “Novas variantes como JN.1, porém, são mais transmissíveis que as variantes anteriormente mais prevalentes, e podem infectar e causar doença em pessoas previamente imunizadas pela vacina e/ou infecção anterior.” Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa apresentaram resultados eficazes e de segurança; essa é a principal estratégia de prevenção.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Diversas publicações com informações falsas sobre vacinas foram checadas pelo Comprova, incluindo a de que um estudo de Cambridge comprovou que pessoas vacinadas contra a covid-19 adquiriram Aids e que o imunizante cause danos irreversíveis ao DNA.

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Chuvas no Rio Grande do Sul: governo monitora 6 barragens que podem romper a qualquer momento

Autoridades do Rio Grande do Sul informaram que ao menos 78 pessoas morreram devido às fortes chuvas que assolam o Estado desde a semana passada. Até às 18h deste domingo (5/5), a Defesa Civil gaúcha contabilizava ao menos 105 pessoas desaparecidas. Cerca de 115 mil pessoas estão desalojadas.

Segundo a Defesa Civil estadual, 341 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas fortes chuvas que se estendem desde o início da semana. São 844 mil pessoas afetadas pelas enchentes.

Um balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul na tarde de domingo (5/5) informou que há seis barragens de hidrelétricas em situação de emergência, com risco iminente de rompimento. Segundo o governo gaúcho, isso aponta que devem ser tomadas “providências para preservar vidas”.

Entre essas medidas, está a retirada de famílias das áreas que podem ser atingidas caso ocorra um rompimento. Não foi informado o número de famílias que estão nessa situação.

Esse levantamento é feito pelo governo por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS).

Uma das seis barragens em situação de emergência, localizada entre os municípios de Bento Gonçalves e Cotiporã, já registrou um rompimento parcial há três dias.

De acordo com o governo, ainda há outras cinco barragens em estado de alerta. Isso significa que elas apresentam “anomalias que representam risco à segurança” e exige manutenções para que a situação não se agrave.

O grupo responsável por esse balanço informou ainda que há sete barragens em estado de atenção. São estruturas que possuem anomalias, mas que não comprometem a segurança dela a curto prazo. Elas necessitam de monitoramento, controle ou algum reparo.

Lista de barragens em estado de emergência no RS:

Frente fria pode complicar resgate

O governo federal informa que existe agora uma preocupação adicional: uma frente fria.

Na quarta-feira (8/5), a temperatura vai baixar para até 10°C em algumas áreas do Estado, segundo o Comando Militar do Sul. A frente fria vai piorar as condições de evacuação, além de aumentar o risco de hipotermia em pessoas que estejam aguardando o resgate ao relento ou sob a chuva. Daí a importância em acelerar os auxílios.

Na capital Porto Alegre, a população já enfrenta a maior enchente da história da cidade. O Guaíba ultrapassou o nível de 5 metros na sexta-feira (3/5), superando a marca histórica registrada em 1941. O recorde voltou a ser batido nas horas seguintes, chegando a 5,19m na Usina do Gasômetro.

No começo da noite de sábado, houve um breve alívio, com uma pequena redução de 1cm. Foi a primeira queda no nível da água naquele ponto desde 30 de abril. No entanto, a água voltou a subir na noite de sábado para domingo.

A Defesa Civil estadual alerta que as chuvas com ventos fortes e descargas elétricas, risco de granizo e alagamentos continuam vigentes neste domingo (5/5), no norte e nordeste do Estado, além de na região metropolitana de Porto Alegre.

Em entrevista a jornalistas no sábado (4/5), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que a grave situação causada pelas enchentes no Estado vai exigir a adoção de um “Plano Marshall”.

O Plano Marshall foi a estratégia americana de aplicar bilhões de dólares ba reconstrução da Europa aliada após a Segunda Guerra Mundial.

“Vamos precisar de medidas absolutamente excepcionais. O Rio Grande do Sul vai precisar de um Plano Marshall, de medidas absolutamente extraordinárias. Quem já foi vítima das tragédias não pode ser vítima de desassistência e da burocracia”, disse o governador à imprensa.

Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo, Leite afirmou que esse plano terá de envolver também estratégias de resiliência climática, que permitam ao Estado resistir aos extremos climáticos globais.

Neste domingo, Lula visita o Estado para discutir os próximos passos de reação da tragédia.

“É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça (…) e aja com antecedência” na prevenção de tragédias, disse Lula.

O presidente afirmou que o governo federal ajudará na recuperação da infraestrutura estadual – e que a burocracia estatal não atrapalhará nos esforços de reconstrução.

“O Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul”, agregou Lula, mencionando a pujança agrícola do Estado. “Se ele sempre ajudou o Brasil, agora está na hora de o Brasil ajudar o Rio Grande do Sul.”

Situação pior do que em cheias de 2023

A crise por causa das fortes chuvas no Estado começou na última terça-feira, e no dia seguinte foi decretada calamidade pública. As consequências dos temporais, como enchentes e transbordamento de rios, foram classificadas como desastres de nível 3, que são “caracterizados por danos e prejuízos elevados”.

As aulas da rede estadual foram suspensas na última semana. Ao todo 700 mil alunos foram impactados.

Com problemas de movimentação no Estado, o governo federal decidiu adiar a realização do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que seria realizado no domingo. Ainda não foi divulgada uma nova data.

Relatório divulgado pela Sala de Situação, da Defesa Civil, mostra que áreas impactadas durante a emergência em setembro de 2023 estão em risco novamente.

Há oito meses, o Estado enfrentou o pior fenômeno natural registrado até então com a passagem de um ciclone extratropical que causou enchentes, atingindo 57 mil pessoas e deixando 54 mortes. Quatro pessoas ainda estão desaparecidas.

Na ocasião, as cidades mais afetadas foram Muçum, Encantado, Roca Sales, Lajeado e Estrela, todas localizadas às margens do Rio Taquari, que também vêm sendo castigado com as tempestades deste ano.

O volume de chuvas no Rio Grande do Sul tem sido chamado de “extraordinário” pelas autoridades, e a crise afeta centenas de cidades em diferentes graus.

A cidade de Fontoura Xavier registrou o maior volume de chuva do Estado, com 500,6 milímetros entre as 12h de terça e as 12h de quarta.

O volume é mais de três vezes maior do que a média histórica do município – 146 milímetros. Os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Sete cidades do Estado gaúcho estavam entre as 10 com mais volume de chuvas registrado no mundo nas 24 horas até quinta-feira (2), segundo o serviço de meteorologia Ogimet, que possui base em mais de 6,6 mil estações em vários países.

A cidade de Santa Maria, apesar de não aparecer nesta lista, é uma das mais afetadas pela chuva, com desmoronamento de encostas, obstruções e bloqueios em vias urbanas e rurais. Ao meno onze pontes caíram e havia áreas de inundação em diversos pontos.

Outra região bastante prejudicada é a área do Vale do Taquari, que abrange 40 municípios. O rio que corta a região e possui o mesmo nome atingiu 31,2 metros de altura e atingiu o maior nível da história. Até então o nível mais alto já registrado era de 29,9 metros, em 1941.

Por que está chovendo tanto no Rio Grande do Sul?

Meteorologistas ouvidos pela reportagem da BBC News Brasil explicam que as chuvas intensas registradas no Rio Grande do Sul nos últimos dias são consequência de uma combinação de três principais fatores:

“Essa massa de ar quente sobre a área central do país bloqueou a frente fria que está na região Sul impedindo-a de avançar e se espalhar para outras localidades. A junção desses fatores faz com que essa instabilidade fique sobre o estado, causando chuvas intensas e continuas”, explica Dayse Moraes, meteorologista do Inmet.

Aliado a isso, o período entre o final de abril e o início de maio de 2024, ainda tem influência do fenômeno El Niño, que é responsável por aquecer as águas do oceano Pacífico, contribuindo para que áreas de instabilidade fiquem sobre o estado. Essa combinação de diversos fatores de uma única vez é considerada rara pelos especialistas.

As chuvas catastróficas do Sul têm relação direta com a onda de calor registrada na região Centro-Oeste e Sudeste, onde as temperaturas estão cerca de 5°C acima da média neste outono.

“Com a intensificação das mudanças climáticas globais os eventos climáticos extremos serão mais frequentes e intercorrentes”, acrescenta Rafael de Ávila Rodrigues, professor e climatologista do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT).

Para além dos efeitos mundiais do aquecimento global, o ambientalista Marcio Astrini, do Observatório do Clima, disse à BBC News Brasil que é preciso responsabilizar também senadores e deputados que, segundo ele, têm agido para flexibilizar a legislação ambiental e dessa forma contribuir para as mudanças climáticas.

*Com reportagem de Luiz Antônio Araújo, de Porto Alegre para a BBC News Brasil

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